Folha2

Na Igreja Católica, mulheres não exercem funções de poder

 

As irmãs Rafaella Petini e Ivonne Reungoat e a Doutora Maria Zervino são nomeadas pelo Papa Francisco para compor o Conselho Dicastério (foto: Vaticano)

Na Igreja Católica as mulheres coordenam pastorais, são catequistas, professoras, praticam a assistência social, mas não podem exercer cargos de poder nessa instituição. Em 2021 o Papa Francisco nomeou três freiras (Raffaela Petrini, Yvonne Reungoa e Maria Lia Zervino) para fazer parte do Dicastério, um comitê que até então era exclusivamente masculino. Esse grupo o aconselha na escolha dos bispos no mundo inteiro.

Tal fato inédito faz parte da política do pontífice argentino de dar mais espaço e poder para as mulheres na Igreja. Mas mesmo assim, ele não admite, por enquanto, a participação das mulheres nas altas decisões de poder. Diáconos, padres, bispos, cardeais e o próprio papa tem que ser homens.

Em 2021 o Papa Francisco assinou decreto permitindo que as mulheres poderão atuar como leitoras em liturgias e ministrar comunhão no altar. Mas continuam impedidas de rezar missas. Esse ato apenas consumou o que já vinha ocorrendo na prática em diversos países e proíbe que alguns bispos e padres conservadores tentem impedir a participação das mulheres nesses atos litúrgicos.

 Para a professora Ivana Veraldo, doutora em História pela Universidade Estadual de Maringá (PR), os atos do Papa Francisco representam pequenos, mas importantes passos rumos à ampliação da participação das mulheres nos processos decisórios dentro da Igreja Católica.

Maria Zervino

Em entrevista para a Rádio Vaticano, logo após ter sido anunciada como integrante do Dicastério, Maria Lia Zervino, que preside a União Mundial das Organizações de Mulheres Católicas, cuja sigla em inglês é WUCWO (World Union of Catholic Women’s Organisations), instituição que congrega no mundo mais de 100 organizações de mulheres católicas, afirmou que ficou surpresa com a decisão do Papa.

“Uma grande surpresa de Jesus, como o Senhor costuma fazer”, disse. “Isso nunca passou pela minha cabeça e estou muito, muito grata ao Santo Padre Francisco por esta nomeação. Teremos de estudar quem são os candidatos a bispos, aconselhar. E ter uma visão feminina é algo maravilhoso.

Maria Zervino afirmou que o fato dela estar em contato com os sentimentos das mulheres de todo o mundo vai ajudar em sua nova função. “As mulheres sabem e sentem o que a Igreja deseja, em qual Igreja almejam participar, o que é necessário para que a Igreja seja sinodal e, portanto, que tipo de bispos gostariam de ter”.


Leia também:

A Maçonaria feminina no Brasil e no mundo

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

vários

Folha2
Folha2