Setembro Verde é o mês dedicado à campanha de conscientização e incentivo à doação de órgãos e tecidos no Brasil

 

Profissionais da Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base

Rede de 24 hospitais coordenados pela Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base registra 46 doadores por milhão de pessoas (pmp), mais do que o dobro da média do Estado São Paulo (22 pmp) e do país (20 pmp)

Somente neste ano, o Austa Hospital fez quatro captações de órgãos e tecidos para salvar várias vidas

Setembro Verde é o mês dedicado à campanha de conscientização e incentivo à doação de órgãos e tecidos no Brasil, fundamental para que o país atinja índice minimamente aceitável e possa salvar cada vez mais vidas. O Brasil deveria atingir pelo menos 30 doadores efetivos por milhão de pessoas (pmp) para atender à demanda nacional, no entanto, atualmente o país registra em torno de 20 doadores pmp, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).

A região noroeste do Estado de São Paulo destaca-se no Brasil ao registrar 46 doadores pmp, mais do que o dobro da média do país. Este desempenho é resultado de um trabalho executado ao longo de 10 anos pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de São José do Rio Preto e que hoje envolve outros 23 hospitais da região.

Nesta década, a OPO do HB de Rio Preto treinou e capacitou 700 profissionais, dos quais, 400 médicos, além de enfermeiros, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais destes hospitais e, em cada um deles, foi instituída a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT).

Cirurgia para captação de órgãos realizada no Austa Hospital

"São profissionais cientes de sua responsabilidade e do quanto é importante acolher e cuidar dos familiares e amigos em momento tão doloroso enquanto explicam a importância de o ente querido tornar-se um doador e salvar vidas e beneficiar talvez outras dezenas de pessoas", afirma o médico nefrologista João Fernando Picollo de Oliveira, coordenador da OPO.

Um único doador falecido pode beneficiar até 8 pessoas com órgãos (coração, 2 pulmões, fígado — que pode ser bipartido em 2 receptores, pâncreas e 2 rins). Além disso, a doação de tecidos (córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, tendões, cartilagens, vasos sanguíneos) pode beneficiar mais de 50 pessoas.

O aprimoramento e os treinamentos dos profissionais da OPO e das CIHDOTTs são constantes e têm resultado na maior compreensão das famílias sobre a importância da doação para salvar vidas. No Austa Hospital, de São José do Rio Preto, este ano quatro famílias disseram "sim" e, sob a coordenação da OPO do HB, dezenas de profissionais foram mobilizados para que os órgãos fossem transplantados para várias pessoas em diferentes cidades do país.

A concordância das famílias é imperativa, no entanto, Dr. Ronaldo Gonçalves, diretor do Austa Hospital ressalta a importância de as pessoas manifestarem a seus familiares o desejo de serem doadores de órgãos e tecidos. "É essencial que a pessoa expresse esta vontade porque a autorização final é da família, de parente de primeiro ou segundo grau. Nada se sobrepõe à decisão familiar", explica o diretor do Austa Hospital.

Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Austa Hospital

A CIHDOTT do Austa Hospital, assim como das outras instituições, é formada por médicos, psicólogos, enfermeiras e outros profissionais.

Neste Setembro Verde, a OPO do Hospital de Base irá promover, no dia 25 de setembro, uma ação no shopping Cidade Norte, em Rio Preto, para conscientizar as pessoas sobre serem doadores.

Já a CIHDOTT do Austa Hospital irá realizar ações internas para sensibilizar seus profissionais de todas as áreas para que sejam multiplicadores e conscientizem familiares, amigos e a comunidade para serem doadores e se manifestarem como tais.

A atuação integrada dos 24 hospitais resulta numa crescente aceitação pelas famílias, o que destaca a região em nível estadual e até nacional. Das famílias consultadas sobre a doação de órgãos de seus entes falecidos pelos profissionais destas instituições da região noroeste paulista, 75% dizem "sim", enquanto no Estado de São Paulo este índice é de 60% e no Brasil, de 55%.

O país precisa muito deste "sim". Segundo o Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e a ABTO, 71 mil pessoas estavam esperando por doação de órgãos e tecidos em junho de 2025. Os órgãos mais demandados eram rim (38.349), córnea (31.035) e fígado (1.482).

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