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Califórnia, Texas, Nevada, Arizona já pertenceram ao México

 

México perdeu 55% do seu território para os Estados Unidos

 Nelson Gonçalves, especial para a Folha2

A Califórnia, um dos estados mais ricos e  prósperos dos Estados Unidos, já pertenceu ao México. Se fosse um país, a Califórnia seria considerada como a quinta economia do mundo. Os espanhóis, por volta de 1480, foram os primeiros a explorar e colonizar a região. Não é à toa que encontramos por lá cidades com nomes espanhóis como Los Angeles, Las Vegas, San Francisco, Santa Barbara, Santa Mônica, San Diego, Miramar, Lousiana e tantas outras.

  Até 1848 o México possuía um imenso território que incluía o que conhecemos atualmente como Califórnia, Texas, Nevada, Arizona, Novo México, Nevada e Utah. O espanhol, depois do inglês, é a segunda língua mais falada nos Estados Unidos. As estimativas são de que há 58 milhões de falantes em espanhol vivendo em território americano. É muito comum encontrar, em diversas cidades americanas, placas, caixas eletrônicos de bancos e bombas de gasolina com a opção de espanhol.

Em 1821, o México declarou independência da Espanha. E o Texas, Califórnia e todos esses estados faziam parte do Império do México. Para colonizar o norte do seu território, o governo mexicano fez acordos com colonos americanos. Em 1930 a relação entre os colonos americanos e o governo mexicano azedou. Os colonos americanos não aceitavam obedecer determinações do governo mexicano, como a libertação dos escravos, conversão ao catolicismo e pagamentos de determinados impostos. Esses atritos levaram os colonos a se organizar e rebelarem contra o governo e declararam, em 1940, a independência no Texas.

A sangrenta guerra entre os americanos e mexicanos deixou milhares de mortos

México perdeu 55% do seu território

O presidente dos Estados Unidos, James K. Polk chegou a oferecer valores de 5 e 25 milhões de dólares para comprar a Califórnia e o Texas. Mas o México recusou a oferta, alegando que a venda da área representaria cerca de 50% de seu território. Em 1845, o Congresso americano aprovou a anexação do Texas. E os Estados Unidos entrou em guerra pela ocupação desses territórios que pertenciam ao México.

Foram dois anos de sangrenta guerra, onde os Estados Unidos venceram todas as batalhas. O México somente se rendeu depois que os americanos invadiram o país e tomaram a capital dos mexicanos. Foi feito então um tratado, em 1848, para encerrar a guerra entre os dois países. O México reconheceu a cessão do atual Texas, Califórnia, Nevada e Utah, bem como parte do Arizona, Colorado, Novo México e Wyorning. Os Estados Unidos concordaram em pagar US$ 15 milhões pelos danos físicos da guerra e assumiram uma dívida de US$ 3,2 milhões já devida pelo governo mexicano aos cidadãos americanos. O México, além de renunciar a posse sobre esses estados ainda aceitou o rio Grande como sua fronteira ao norte com os Estados Unidos.

O México perdeu quase 55% de seu território, uma área de mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, para os Estados Unidos. O presidente do México na época, Antônio Lopez de Santa Anna, perdeu o poder em seu país após a sofrida derrota na guerra com os americanos.

A jornalista Malu Cursino, da BBC de Londres, indaga até que ponto esta perda, vivida como uma grande tragédia nacional, poderia ter marcado a sorte econômica do México. “O que teria acontecido com todos esses estados se eles estivessem continuados como sendo mexicanos?”, pergunta Malu. E ela mesmo responde: “Impossível saber”.

Porto Rico

Porto Rico pertence ao Estados Unidos, mas a língua falada na ilha é o espanhol 

 O arquipélago de Porto Rico passou por quatro séculos como colônia da Espanha, até a Guerra Hispano-Americana, em 1998, quando os Estados Unidos saíram vitoriosos e ficaram várias das colônias espanholas. Filipinas, Guam e Porto Rico foram parar nas mãos dos Estados Unidos.

 Porto Rico é uma ilha de 13.790 km² habitada por 3,7 milhões de moradores que tem o espanhol como língua predominante. Fica localizada no noroeste do mar do Caribe. Possui território um pouco menor do que o da Jamaica e é 8% maior do que o território cubano. Antes da possessão dos espanhóis, a ilha sofreu tentativas de invasão dos holandeses, franceses e dos ingleses.

Os porto-riquenhos são, por lei, cidadãos naturais dos Estados Unidos. Podem circular livremente entre a ilha e o continente. Como não é um estado, Porto Rico não tem representantes no Congresso dos Estados Unidos, que rege, desde 1950, o território com jurisdição total das leis norte-americanas. Como território incorporado aos Estados Unidos, os residentes na ilha não possuem direitos de voto em nível nacional para a escolha do presidente da República. O Congresso aprovou, no entanto, uma constituição local permitindo que os porto-riquenhos elegessem um governador.

 Groelândia e canal do Panamá

Groelândia possui uma população escassa e que fica centralizada nas regiões costeiras

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a anunciar, pouco antes de tomar posse, a sua ambição de deter o controle da Groelândia, do Canal do Panamá e até do Canadá. E foi rechaçado pelos presidentes desses países.

A Groelândia é um território autônomo que faz parte do Reino da Dinamarca. É considerada como a maior ilha do mundo com área de 2,2 milhões de km² mas com população, devido aos invernos rigorosos, extremamente escassa. Não passa de 60 mil habitantes. Localizada entre a América do Norte e a Europa a Groelândia abriga uma grande instalação espacial americana e possui minerais utilizados para fabricação de baterias e dispositivos de ponta.

Trump disse que a ilha é essencial para o rastreamento dos navios chineses e russos, que, segundo ele, estão por toda parte.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mefte Frederikson, reagiu rapidamente às declarações do presidente americano e disse que a Groelândia não está à venda. “ Groelândia pertence aos groenlandeses”, afirmou, acrescentando que somente a população local poderia determinar o seu futuro.

A ministra disse que ainda que espera trabalhar com forte cooperação com os Estados Unidos, mas que é preciso saber respeitar os limites de cada país. Em 1921, a Dinamarca proclamou a sua soberania sobre a Groelândia. Em 1963, a ilha deixou de ser colônia e passou a fazer parte do território da Dinamarca.

 O presidente do Panamá, José Raul Mulino também rebateu a declaração de Donald Trump, afirmando que “o canal do Panamá continuará sendo do Panamá”. Trump acusou o país centro-americano de ceder o controle do canal à China. “O canal continuará pertencendo ao Panamá, controlado pelos panamenhos”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que “sob a gestão eficiente do Panamá. O canal continuará a dar novas contribuições para facilitar a integração e o intercâmbios entre diferentes países”.

O Panamá é um país com localização estratégica que liga a América Central à América do Sul. O canal do Panamá é uma reconhecida obra de proeza da engenharia. Possui 77 quilômetros de extensão e liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico. O Panamá era um departamento da Colômbia desde 1821. Em 3 de dezembro de 1903 declarou sua independência.

A França começou a construir o canal em 1880, mas teve que parar devido a problemas de engenharia e pela alta taxa de mortalidade de trabalhadores por doenças tropicais. Os Estados Unidos assumiram a obra em 1904 e demoraram uma década para concluir o canal, inaugurado em 15 de agosto de 1914. Na época da construção a posse do território do canal era da Colômbia, que concordou com a obra que iria encurtar caminhos e reduzir tempo de percurso para todas as nações. O tempo aproximado para cruzar o canal varia entre 20 a 30 horas. Os Estados Unidos administraram o Canal do Panamá até 1999, quando o controle foi totalmente passado para o governo do Panamá.

Canal do Panamá, que pertence ao Panamá, sendo reivindicado por Trump para os EUA


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