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DKW foi o veículo mais barato e econômico produzido no Brasil

Os modelos Belcar e Vemaguet da DKW fabricados no Brasil

 

Nelson Gonçalves, Especial para a Folha2

Quem nasceu depois dos anos de 1980 dificilmente viu rodar por aí uma perua DKW. E provavelmente nunca ouviu falar dessa marca de carros, associada a motores de dois tempos, muito parecidos com os das antigas lambretas, cuja fabricação saiu de linha em 1967. A DKW foi uma fábrica alemã fundada em 1916 pelo engenheiro dinamarquês Jargen Skafle Rasmussen.

A sigla DKW significava “Dampf-Kraift-Wagen”, que em alemão queria dizer “carro de força a vapor”, já que os primeiros modelos oferecidos pela empresa eram movidos com motores a vapor. Em 1932, Rasmussen se uniu a outras três fábricas, a Audi, a Horch e a Wanderer, para formar a Auto Union. Em 1957 a Auto Union foi adquirida pela Daimler-Benz e, em 1964, pela Volkswagen.

No Brasil, a Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas) produziu, no final dos anos 50 e início dos anos 60, sob licença da fábrica alemã DKW diversos modelos. Entre eles o sedã Belcar, a camioneta Vemaguet e suas derivadas populares, como a Caiçara e a Pracinha, o famoso jipe Candango, lançado durante a construção de Brasília, e o cupê Fissore, totalizando pouco mais de 115.000 unidades ao longo de 11 anos de produção no Brasil.  

A Vemag produziu o Carcará, em 1966, modelo recorde de economia para motores com 1000cc. Fundada em 1945, no bairro Ipiranga em São Paulo, a Vemag foi montada inicialmente para montar automóveis da marca Studebaker. Em 1964 a fábrica contava com 4.013 funcionários e uma área com pouco mais de 87.000 m². E seus veículos já contavam com praticamente 100% de nacionalização. Nesse ano, os modelos Belcar e Vemaguet tem suas portas alteradas. Elas passam a abrir no modo convencional como são até hoje. Antes o modo de abertura ao contrário lhe valeu o apelido de “portas suicidas” e a alcunha de “dechavê” para as mulheres que subiam com saias e vestidos nos veículos da marca.

Modelos emblemáticos

As portas dos modelos DKW abriam ao contrário da maioria dos carros

 Os modelos da DKW eram emblemáticos. Além das portas abrirem ao contrário, a tração era dianteira, ao contrário do Fusca e da Kombi. O volante de direção era achatado para dar mais espaço para as pernas. E a alavanca do câmbio de quatro marchas ficava ao lado do volante, com marchas pares para cima e ímpares para baixo. A ré era tipo “perna-de-cachorro” para cima, ao lado da segunda marcha.

 Em setembro de 1967, a Volkswagen do Brasil adquire a Vemag prometendo não encerrar a produção de seus veículos. Mas em dezembro, entretanto, seguindo uma tendência mundial de retirada do motor dois tempos do mercado, a linha de produção foi encerrada. Em 1980, a Volkswagen também comprou a Chrysler do Brasil e tirou de linha os Dodge Dart e o Polara.

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A alavanca do câmbio ficava do lado direito do volante do veículo

DKW era o carro mais barato e mais econômico para os brasileiros

Nos primeiros anos de produção chegou a superar as vendas do Fusca no Brasil

O Jep Candango foi lançado durante a construção de Brasília

Perua da Vemaguet vista por trás 

O carro até que era charmoso com linhas arredondadas


Propaganda da DKW onde aparece acima a logomarca da fábrica


Os primeiros carros saindo da fábrica, em São Paulo, em 1954



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