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| Sala São Paulo, a maior sala de espetáculos da América Latina |
Nelson Gonçalves, Especial para a Folha2
A Sala São Paulo, maior sala de concerto da América
Latina e considerada uma das melhores do mundo, comemorou 25 anos neste domingo, dia 21
de abril, com um concerto da Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. A
sala faz parte do complexo cultural da antiga e histórica estação ferroviária
Júlio Prestes. Regido por Mônica Giardini, o concerto foi aberto pela música “Construção”,
de Chico Buarque, a mesma tocada em 1999 pela Orquestra Sinfônica do Estado de
São Paulo (Osesp), a pedido do então governador Mário Covas, para os cerca de
700 operários que trabalharam nas obras da construção da sala.
O espetáculo que marcou a inauguração da sala não
foi de gala, tampouco aberto ao público. Mas emocionou os cerca de 700 operários,
escorrendo lágrimas no rosto daquela gente simples que viu a apresentação, que
serviu como teste acústico, como “coisa de outro mundo”.
A letra da música de Chico Buarque narra a
história de um trabalhador, vindo do Nordeste que, com seu árduo trabalho,
ajuda a construir, aos poucos, o edifício do qual, depois de pronto, nunca
poderá entrar. Mostra o amor que o operário nutre pela mulher e pelo filho, quando
se despede da família e parte para o seu último dia de trabalho.
Um pouco antes do espetáculo o diretor executivo
da Fundação Osesp Marcelo Lopes, acompanhado de Mário Covas Neto e do maestro
Wagner Polistchuchuk, que revelou ter regido a primeira música no concerto
inaugural da Sala São Paulo, subiram ao palco. Marcelo contou um pouco da Sala
São Paulo que foi concebida para receber público amante da música clássica, consciente
de que pode pagar pelos ingressos para valorização dos músicos, e também para
aqueles que não tem condições de pagar.
Mário Covas Neto ficou emocionado ao estar
presente no local inaugurado pelo seu pai. Revelou que seu pai nunca teve nenhuma
ligação com a música clássica e que assumiu o governo num momento em que o
Estado enfrentava uma situação financeira muito difícil. “Mas ele não hesitou
quando lhe apresentaram o projeto para a construção dessa sala e deu total
apoio”.
A sala tem capacidade para 1.498 espectadores e 22 camarotes. É sede da Osesp e do Coro da Osesp. Foi concebida de acordo com os mais atualizados padrões interacionais e está entre as 10 melhores casas de espetáculos para apresentações de músicas clássicas do mundo. Sua área é de 10.000 m² e altura é de 25 metros.
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| Regente Mônica Giardini durante o concerto que marcou os 25 anos da Sala São Paulo |
Teto ajustável da Sala São Paulo impressiona visitantes
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| Cabos de aço seguram as placas de madeira que pesam 7,5 toneladas |
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| As placas de madeira podem fazer o teto ser rebaixado entre 12 a 25 metros de altura |
O teto da Sala São Paulo é ajustável de acordo com acústica de cada concerto. Possui quinze painéis de madeira, cada um pesando 7,5 toneladas, que são suportados por vinte cabos metálicos enrolados. Os painéis podem ser controlados individualmente, permitindo que o volume do hall possa ser ajustado para entre 12 mil e 28 mil m². Isso garante que a intensidade de qualquer composição tenha o seu conceito acústico respeitado, além de possibilitar a variação de seu tempo de reverberação.
A Estação Júlio Prestes começou a ser planejada em
1924, no governo de Washington Luís. As obras tiveram início em 1926 e demoraram
12 anos para ser concluída. Ela foi sede e ponto de partida da antiga Estrada
de Ferro Sorocabana, criada pelos barões do café. Os materiais, como as
ferragens das monumentais portas e janelas foram trazidas da Inglaterra. Boa
parte das paredes foram revestidas com mármore carrara. Somente em 1938 a obra
foi entregue, mas não totalmente concluída.
O nome Júlio Prestes é uma homenagem ao ex-governador de São Paulo, eleito presidente da República em 1930, mas que não chegou a assumir devido ao golpe de Estado que culminou com a posse de Getúlio Vargas na presidência. O engenheiro Christiano Stockler das Neves, projetou a estação, num projeto neoclássico, baseado nas estações ferroviárias de Nova Iorque e da Pensilvânia. O local foi tombado como patrimônio histórico do município pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
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| São mais de 1400 lugares para acomodar a plateia, além de 22 camarotes |
Apresentações gratuitas
A Sala São Paulo possui uma extensa programação.
Quase todos os dias possui apresentações de concertos. Dependendo do dia e do
concerto em pauta os ingressos podem variar entre R$ 39 a R$ 271 ou mais.
Mas existe também a possibilidade de assistir,
todos os domingos pela manhã, concertos gratuitos. Desde 2008, a Sala São
Paulo, com o intuito de popularizar a música clássica, realiza uma série de
concertos gratuitos em manhã de domingos e em alguns sábados. Desde então já
foram mais de 400 apresentações gratuitas.
Mas é importante saber que os ingressos são
numerados e bastante concorridos. Os ingressos ficam disponíveis na bilheteria
do 1º subsolo do prédio da Sala São Paulo ou no site da Ingresso Rápido.
Geralmente com uma ou duas semanas de antecedência se esgotam em poucos minutos
após a abertura da bilheteria.
Além de apreciar uma boa música que emociona, quem comparece na Sala São Paulo ainda pode apreciar a suntuosidade arquitetônica do local, localizada no centro de São Paulo num prédio histórico tombado pelo Condephaat..
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| Hall de entrada da Sala São Paulo, onde estão as estátuas das deusas da mitologia grega |
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| Sala São Paulo, a maior casa de espetáculo do Brasil e da América Latina |
Vídeo do final da apresentação do concerto do último domingo na Sala São Paulo:
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| Maestro Wagner, Mário Covas Neto e Marcelo Lopes falam na comemoração dos 25 anos A: |
