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Monumento na entrada da cidade em homenagem aos maçons deverá ser revitalizado dentro em breve pela Maçonaria e Prefeitura |
O ano era 1987 e Oscar Sancho estava como venerável à frente da loja maçônica Cavalheiros da Amizade. Ele era um dos líderes, na época, da Maçonaria rio-pretense e ganhou também apoio do Conselho dos Veneráveis Mestres (Convem) para várias iniciativas. Uma delas foi para construir, após conhecer na cidade de São Paulo, mas precisamente no bairro da Lapa, a Praça do Maçom com três esculturas de concreto onde cada uma delas trazia as inscrições Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Oscar Sancho não pensou duas vezes para construir idêntico monumento na principal avenida de São José do Rio Preto.
O lema da Revolução
Francesa, ocorrida em 1789, foi também adotado pela Maçonaria e se constituiu
em grupo de palavras que exprime as aspirações dos maçons. O slogan gritado
pelos ativistas franceses durante a Revolução que provocou a derrubada de
governos opressores sobreviveu a séculos e séculos em prol da democracia
liberal e constitucional.
Essas três palavras,
durante muitos anos, foram escritas nos uniformes dos combatentes e em todas
suas bandeiras. São citadas, logo no início, das Constituições francesas de
1946 e 1958.
Oscar conta ter ficado maravilhado
com a beleza daquele monumento e pediu a cópia do projeto a Mário Proietti,
ex-Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP) veio visitar
parentes em Potirendaba. “Toda vez que o Mário Proite vinha na região ele
passava pelo meu escritório no Edifício Nagib Gabriel. Era ali o seu QG
(Quartel General) na cidade. Pedi a planta desse monumento e ele nos arrumou”, lembra,
contando que depois correu junto as lojas maçônicas para pedir recursos para
erguer a obra.
Conseguiu autorização
junto ao prefeito Manoel Antunes para construir esse monumento logo na entrada da
cidade, no começo da avenida José Munia, próximo da rodovia Whashington Luís
(SP-310). “Várias pessoas contribuíram e ajudaram com recursos, mas teve um
empresário bem sucedido, o Alberto Affini, que era da Loja Cosmos, que muito
nos ajudou financeiramente”, lembra Oscar.
Incidente
A inexperiência e os parcos recursos da época para grandes construções provocaram alguns incidentes. Oscar conta que quando estava tudo pronto para concretar a coluna mais alta, arrebentou o madeiramento, perdendo todo o concreto utilizado naquele dia.
O projeto inicial, que era
idêntico ao monumento construído no bairro da Lapa, previa também as inscrições
das três palavras, com letras de latão, escritas de forma vertical nas colunas.
Também estava previsto a colocação de uma pira na coluna mais alta para ser
acesa em ocasiões especiais, como no Dia do Maçom, em 20 de agosto e outras
comemorações. “Infelizmente os recursos mingaram e quem nos sucederam não deram
continuidade”, lamenta Oscar.
Reforma
O novo presidente do
Convem, Bruno Mamoru, atual venerável da loja maçônica Alberto Andaló, adianta
que a revitalização desse monumento e da praça ao redor dele será uma das metas
de sua gestão. Disse já ter procurado informações e mantido contato com
representantes da prefeitura. Atualmente a pequena praça ao redor do monumento,
que fica nas confluências da avenida José Munia com a avenida Arthur Nonato,
defronte ao prédio do antigo Walmart, é cuidada pela empresa Porto Seguros.
Mamoru ficou sabendo da
reforma do monumento em São Paulo e diz que pretende fazer a mesma coisa no
monumento local. Assim que tiver oportunidade pretende conhecer de perto o
monumento na capital paulista, que fica localizado no triângulo formado pelas
ruas Monte Pascal, Belmonte Barão de Itaúna, bem próximo à Marginal do Rio
Tietê.
A iniciativa da reforma
foi das lojas maçônicas da região que se reuniram com a sub-prefeita da Lapa,
Fernanda Maria de Lima Galdino, que imediatamente abraçou a ideia e promoveu a
revitalização da Praça do Maçom.
A praça foi reinaugurada, em São Paulo, no último dia 23 de julho e contou com a presença do Grão Mestre Fernando Fernandes, do Grande Oriente Paulista (GOP). Abaixo estão algumas fotografias do monumento em homenagem aos maçons, no bairro da Lapa em São Paulo:.