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Paulo César da Silva, presidente eleito do Lions, e o jornalista Nelson Gonçalves com o Dr. Li Li Min, após apresentação dele no Lions |
O médico e cientista chinês Li Li Min,
há 50 anos naturalizado brasileiro, esteve nesta quinta-feira (26) na sede do
Lions Centro de São José do Rio Preto para falar sobre a campanha em defesa dos
direitos da pessoa com epilepsia. Além das pessoas com epilepsia, ele defende também que seja ampliado
o atendimento de emergência em todos os municípios brasileiros para o
tratamento aos pacientes acometidos com AVC (Acidente Cerebral Vascular).
Segundo o médico, se a
pessoa detectar os primeiros sintomas do AVC e for socorrida em tempo ela tem
grandes chances de sobreviver e de ficar sem sequelas. “Mas isso preciso ser
feito em, no máximo, 45 minutos”, adverte, dizendo que é um tempo precioso em
que cada minuto pode valer uma vida.
De acordo com dados divulgados
pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a cada hora,
11 pessoas morrem por consequências de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) no
país. Em 2020, foram quase 100 mil obtidos decorrentes do derrame cerebral.
Para que esse atendimento seja mais ágil, Dr. Li defende que cada município
brasileiro possua pelo menos uma ambulância tipo SAMU (Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência), que são viaturas equipadas para realizar os primeiros
socorros.
A epilepsia é uma doença
em que há perturbação da atividade das cédulas do sistema nervoso no cérebro,
causando convulsões. Durante uma convulsão, a pessoa tem comportamentos, sintomas
e sensações anormais, às vezes incluindo perda de consciência. A epilepsia
geralmente é tratada com medicamentos e, em alguns casos, com cirurgia,
dispositivo ou mudanças alimentares.
Formado pela Universidade
Federal do Paraná (UFPr), com residência médica e especialização em neurologia,
neurofisiologia e neuroimagem em centros de excelências na Inglaterra e Canadá,
Dr. Li é, junto com o médico rio-pretense Moacir Alves Borges, considerado com
os dois maiores especialistas brasileiros no tratamento de epilepsia. Os dois
possuem inúmeros livros e trabalhos publicados sobre o assunto e conversam
constantemente para estudar casso análogos.
Doutor Li coordenou a
campanha global Epilepsia Fora das Sombras feita para a Organização Mundial da
Saúde (OMS) no Brasil. Para a sua execução fundou a Assistência à Saúde de
Pacientes com Epilepsia (Aspebrasil), uma organização não governamental que é
referência na epilepsia.
“A epilepsia é uma doença
neurológica crônica que afeta uma a cada 100 pessoas”, observa Dr. Li. “Infelizmente,
o estigma da epilepsia ainda está muito presente e impõe dificuldades n vida da
pessoa com epilepsia e de sua família. Mas já foi pior. Parte do preconceito é
devido ao desconhecimento e as crenças. Essa falta de conhecimento é tão grande
que 80% das pessoas acometidas com a doenças não estão sendo tratadas e nem
beneficiadas pelo medicamente existente, que é eficaz no controle das crises na
maioria dos casos”.
Junto com o médico Moacir
Alves Borges, professor na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), Li tem
trabalhado ativamente em campanhas de conscientização e com legisladores para formatação
de projetos de lei para defesa dos direitos das pessoas com epilepsia tanto no âmbito
federal, como estadual e municipal. “Saúde é o bem maior da pessoa e o ecossistema
de saúde para alcançar harmonia e excelência operacional dependem de políticas,
da organização de seus serviços e da educação permanente dos usuários e
colaboradores”, afirma.
Dr. Li complementa dizendo
que “a ciência é a força geracional de riqueza sustentável para autonomia e soberania
de uma nação”. “E ela (a ciência) nasce nos bancos escolares e cresce no
avançar dos níveis educacionais. Portanto investir na saúde, ciência e educação
são fundamentais para construção da cidadania plena na direção de uma vida digna
e de qualidade de um futuro melhor”.
O médico e cientista neurocirurgião afirma que a ciência deve estar também com “um pé dentro da política” para garantir investimentos na área. E não esconde sua pretensão de ingressar na política para somar esforços em prol da ciência. “A ciência nos últimos anos foi muito criticada e precisamos reverter esse momento”.
Confira abaixo, algumas fotos do evento feitas pelo repórter-fotográfico Jorge Maluf:
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Dr. Li Li Min fez apresentação sobre epilepsia e AVC |
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Todos participantes ouviram atentamente as explicações do médico cientista |
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Diretores do Lions Clube, Nelson Gonçalves, Celso Eduardo Mendes Parra e Paulo César da Silva participaram do encontro com o Dr. Li Li Min |
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Ao final da exposição Dr. Li Li Min e Dr. Moacir Alves Borges (sentados ao centro) fizeram questão de serem fotografados com todos os presentes (fotos: Jorge Maluf) |