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19 de agosto, dia mundial da fotografia. Saiba o porque da escolha desta data

 

 

Dia 19 de agosto é o Dia Mundial da Fotografia

Nelson Gonçalves, especial para a Folha do Povo

A fotografia é uma arte amplamente admirada por toda a sociedade. O Dia Mundial da Fotografia é comemorado em 19 de agosto porque foi exatamente nesse mesmo dia do ano de 1839 que o francês Luis Jacques Mandé Daguerre (1854-1932) patenteou o seu invento, que o batizou como daguerreotipo, em referência ao seu sobrenome e que seria uma espécie primitiva da primeira câmera fotográfica.  

A história da criação da fotografia é, no entanto, bem mais antiga. Há registros de que as primeiras tentativas de imagem foram feitas por Joseph Nicephore Niepce (1765-1818), outro inventor francês, que criou um sistema de reprodução de imagens, que, no entanto, desapareciam rapidamente. Mesmo com Daguerre, a qualidade ainda era baixíssima e o processo de captura levava horas.

Daguerreotipo um protótipo da câmera fotográfica, patenteado por Daguerre


Vários outros estudiosos trabalharam arduamente para tentar aperfeiçoar o equipamento inventado por Daguerre. Em 1861, o britânico Clerk Maxwell (1831-1879) apresentou ao mundo o primeiro método de fotografia colorida. Obtida através do uso de três negativos, essa técnica complexa serviu de inspiração para outros pesquisadores.

Somente por volta de 1878 que a nova arte ganhou popularidade com o surgimento do filme fotográfico e da Kodak.  Intrigado com o jeito usual de fotografar, o novaiorquino George Eastman (1854-1932) aos 24 anos de idade, após três anos de experimentação inventou o filme de rolo, incialmente para o cinema, e logo em seguida, fundou a Kodak, considerada a maior empresa de fotografia que o planeta já viu.

O francês Luis Jacques Mandé Daguerre é considerado como o "pai da fotografia"


Muitos pensam que a empresa, por causa do nome, tivesse origem japonesa. Mas a empresa nasceu nos Estados Unidos e o nome é uma onomatopeia, palavra que descreve o som natural (clic-clac) do obturador da lente de uma câmera fotográfica.  Na verdade, Eastman gostava muito da letra k e queria uma palavra curta, fácil de escrever e de pronunciar e inventou também esse nome. Procurou parcerias com outras empresas e em pouco tempo colocou no mercado as primeiras câmeras fotográficas.

A criação da Kodak pode ser considerada como uma das maiores revoluções na fotografia, já que barateou bastante o custo das câmeras, rolos de filmes e revelação. Podiam ser transportados mais facilmente. Mas, mesmo assim, essa técnica ainda ficou restrita por vários anos somente aos mais ricos.

A marca também foi responsável por introduzir no mercado o primeiro filme fotográfico colorido, em 1935. Para muitos, além de um hobby, a fotografia se transformou em uma carreira promissora e com história bastante rica, revelando inúmeros excelentes profissionais.

O Instagram, alimentado por fotografias, é a segunda maior rede social do mundo


As primeiras máquinas portáteis

Na década de 1960 surgiram as máquinas fotográficas portáteis, comercializadas para amadores, como foi o caso da revolucionária Polaroid que tirava e revelava fotos de forma instantânea.

A fotografia colorida só se tornou realmente viável por volta de 1960. O processo de revelação era complexo e no mundo inteiro era menos de 25 laboratórios que possuíam a tecnologia necessária para isso. Os filmes e fotos em preto e branco ainda prevaleceram por um tempo, principalmente no Brasil, em razão dos custos.

Aos poucos a fotografia foi deixando de ser uma arte de elite. Praticamente qualquer pessoa podia ter uma câmera fotográfica. Atualmente, após 182 anos do registro da primeira máquina fotográfica, qualquer celular tem uma câmera que tira fotos e com qualidade que permite publicar a imagem instantaneamente, sem necessidade de revelação. Dessa forma, a fotografia deixou de ser apenas uma forma de guardar uma recordação especial para tornar-se um meio de comunicação à parte. Para explicar qualquer situação, como disse o filósofo Confúcio, a mais de 500 anos antes de Cristo: “uma imagem vale mais do que mil palavras”.

George Eastman (à esquerda), fundador da Kodak,
durante demonstração do filme fotográfico 


 Fim triste de George Eastman

George Eastman, inventor do filme de rolo e fundador da Kodak, não chegou a ver a decadência da sua empresa. Em 2012 a empresa entrou com pedido de concordata. Em seus últimos dois anos de vida, de 1931 a 1932, Eastman conviveu com uma dor intensa, causada por uma doença degenerativa que afetava sua coluna vertebral, hoje diagnosticada como estenose espinhal.

Eastman não aguentou as dores. Cometeu suicídio com tiro de um revólver em seu coração e deixou uma carta, onde somente dizia: Para meus amigos. Meu trabalho está feito. Por que esperar?”.

George Eastman nunca se casou e foi enterrado no jardim da empresa que fundou, a Kodak, em Rochester, estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Dedicou parte de sua fortuna de cerca de 75 milhões de dólares, ainda em vida, em apoio a estabelecimentos de ensino, como colégios, fundações e universidades. Também fez grandes donativos a instituições educacionais e científicas da Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Suécia. Existiram poucos homens no mundo com esse espírito abnegado.

 

As fotos acima e abaixo mostram o túmulo de George Eastman, localizados no jardim dos fundos da antiga sede da Kodak


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