Dois meses antes de morrer, o senador Major Olímpio
(PSL-SP) gravou vídeos em defesa das vacinas, quando elas ainda nem tinha
chegado ao Brasil. Ele dizia que tomaria qualquer vacina que chegasse primeiro
ao Brasil, inclusive a Coronavac, cujos insumos vem da China.
“Não se trata de defesa de ideologia,
partido político ou preferência pessoal. O único caminho para combater o
coronavírus é a vacinação da população. Vidas brasileiras importam. Quero ser
vacinado. Participe, apoie e multiplique”, diz Olímpio, na gravação.
Major Olímpio, de 58 anos, teve morte cerebral no dia 18, após
complicações da covid-19, informaram os médicos. Ele estava internado desde o
dia 2 de março no Hospital São Camilo, em São Paulo. A família pretendia doar
seus órgãos, mas por causa da covid e determinações da Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância de Saúde) que proíbe vítimas de covid fazerem doações de órgãos,
não pode realizar desejo do senador. O corpo dele foi cremado.
Alexandre Luiz Giordano, de 47 anos, amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, deverá ser convocado a assumir a
cadeira de Olímpio. O segundo suplente na vaga é o astronauta Marcos Pontes,
atual ministro da Ciência e Tecnologia.
Olímpio na ocasião descreveu
Giordano como “empresário bem-sucedido”, embora tenha dito que não sabia
exatamente quais eram os negócios do seu suplente no Senado. “Eu sei que ele
trabalha fazendo estruturas metálicas para poste, com lixo e esses ‘trecos’
todos. Mas não sou sócio dos negócios dele e ele não é sócio do meu mandato”,
disse o senador em 2019. “Ele só vai ser senador se eu morrer ou renunciar; e
eu não estou pretendendo nenhuma das duas coisas”.