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Major Olímpio, aliado que se tornou desafeto de Bolsonaro, defendia as vacinas

 

O senador Major Olímpio com seus suplentes, o empresário Alexandre Giordano e
o agora ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, no dia da diplomação da
chapa eleita em 2018 (Reprodução/Agência Pública)

Dois meses antes de morrer, o senador Major Olímpio (PSL-SP) gravou vídeos em defesa das vacinas, quando elas ainda nem tinha chegado ao Brasil. Ele dizia que tomaria qualquer vacina que chegasse primeiro ao Brasil, inclusive a Coronavac, cujos insumos vem da China.

 “Não se trata de defesa de ideologia, partido político ou preferência pessoal. O único caminho para combater o coronavírus é a vacinação da população. Vidas brasileiras importam. Quero ser vacinado. Participe, apoie e multiplique”, diz Olímpio, na gravação.

Major Olímpio, de 58 anos, teve morte cerebral no dia 18, após complicações da covid-19, informaram os médicos. Ele estava internado desde o dia 2 de março no Hospital São Camilo, em São Paulo. A família pretendia doar seus órgãos, mas por causa da covid e determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância de Saúde) que proíbe vítimas de covid fazerem doações de órgãos, não pode realizar desejo do senador. O corpo dele foi cremado.

 Major Olímpio foi o terceiro senador a ser vítima da doença. Antes dele, morreram os senadores José Maranhão, em fevereiro, e Arolde de Oliveira, em outubro.

 Suplente

Alexandre Luiz Giordano, de 47 anos, amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, deverá ser convocado a assumir a cadeira de Olímpio. O segundo suplente na vaga é o astronauta Marcos Pontes, atual ministro da Ciência e Tecnologia.

 Giordano entrou em evidência no noticiário quando se tornou pivô de crise envolvendo as relações do Brasil com o Paraguai. A Imprensa paraguaia revelou em julho de 2019 que ele teria feito viagens aquele país para negociar às escuras a compra de energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu, o que fez encarecer as contas para o governo paraguaio.

 Olímpio na ocasião descreveu Giordano como “empresário bem-sucedido”, embora tenha dito que não sabia exatamente quais eram os negócios do seu suplente no Senado. “Eu sei que ele trabalha fazendo estruturas metálicas para poste, com lixo e esses ‘trecos’ todos. Mas não sou sócio dos negócios dele e ele não é sócio do meu mandato”, disse o senador em 2019. “Ele só vai ser senador se eu morrer ou renunciar; e eu não estou pretendendo nenhuma das duas coisas”.

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