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Clube das Acácias e Lions doam fraldas geriátricas para o Lar Esperança


 
O presidente do Lar Esperança, Márcio Rocha, e sua mãe dona Odete Rocha

Psicóloga Patrícia, Mila Sosa (presidente do Clube das Acácias),Márcio Rocha (presidente do Lar Esperança), Divina Garcia (Lions Clube), dona Odete e  a terapeuta ocupacional Marcela Mendes

Integrantes do Clube das Acácias da Loja Maçônica “Aprendizes do III Milênio” e do Lions Clube Centro de São José do Rio Preto entregaram nesta sexta-feira diversos pacotes de fraldas geriátricas para o asilo Lar Esperança, localizado na zona Norte da cidade. Divina Santana Muniz Garcia e Mila Sosa Gonçalves estiveram no Lar Esperança, representando os grupos das Acácias e do Lions, para procederem a entrega.

Foram recebidas pelo presidente da instituição, Márcio Rocha da Freiria, e por sua genitora, dona Odete Rocha da Freiri, que atua como voluntária no local. O Lar Esperança completa neste ano 25 anos de existência e nasceu fruto de um sonho de seu presidente, com ajuda de diversos voluntários e do Projeto Ação Global, da antiga TV Progresso.

Mila e Divina disseram que a doação das fraldas geriátricas poderiam representar pouca coisa diante do enorme trabalho realizado pelo Lar Esperança em prol dos idosos. Mas ressaltaram que era uma pequena parcela de ajuda, feita com muita dedicação por todas as integrantes do Clube das Acácias, constituída por esposas dos maçons. "Estamos fazendo nossa parte. Se cada um fizer sua parte para ajudar outras pessoas o mundo poderá ser muito melhor", disseram Mila e Divina, ao procederem a entrega do material 

Márcio, idealizador desse projeto, conta que quando criança jogava xadrez com taxistas que trabalhavam próximo da sua residência e isso despertou a atenção por pessoas com idade mais avançada. Nascia ali o carinho pelos mais idosos. E daí surgiu o interesse em construir um lar para abrigar os idosos carentes. A semente foi crescendo e germinando na cabeça de Márcio, que jogava bola no juvenil do Palestra e se tornou jogador profissional disputando, durante 8 anos, diversos títulos pelo Guarani, no auge desse clube no mundo futebolístico. Ele também trabalhou em São Paulo. Se tornou um empresário bem sucedido e voltou para residir em Rio Preto com mesma ideia de construir esse lar para idosos.

Sonho audacioso

Sabia que não seria uma tarefa fácil. Visitou muitos asilos em diversas cidades de vários Estados. Junto com seu irmão Paulo começou a procurar ajuda e parceiros. Nelson Vaccari, então diretor da TV Progresso, abraçou a idéia de corpo e alma. “Ele foi um ‘anjo’ que surgiu para ajudar a colocar em prática nossa ideia”, afirma Márcio.

Para essa empreitada contou com ajuda de muitos empresários e políticos. “Dona Yolanda Bassitt ajudou, a família Tarraf, o Aloysio, que era deputado na época e conversou com o Antonio Ermírio de Morais para fazer a doação de todo o cimento e cal utilizados na obra. A Gerdal doou toda a ferragem. O Constantini doou as telhas, enfim várias empresas e empresários colaboraram”.

 O projeto arquitetônico foi doação do Milton de Assis. “Somos uma das poucas casas totalmente projetada para as necessidades dos idosos”, ressalta Márcio, explicando que não existem escadas, degraus e todos os corredores dispõem de corrimãos.

Mas nem tudo é “mar de rosas”. No ano passado com o corte de verbas e repasses a entidade esteve ameaçada de fechar suas portas. “Tivemos a perda de quase metade do repasse da Prefeitura, o Estado pouco ajuda e o Governo Federal além de não ajudar ainda atrapalha com a criação de leis com uma série de exigências para cumprirmos”.

“Nossa entidade só não fechou porque somos persistentes e contamos com a ajuda da comunidade”, afirma Márcio, explicando que o Lar Esperança tem hoje uma subvenção mensal em torno de R$ 47 mil para cuidar de 20 idosos internados, outros 20 pelo sistema centro-dia (uma espécie de creche para idosos) e 53 que participam nas sextas-feiras dos programas de convivência mantidos pela instituição. 

O Lar Esperança dispõe de 12 operadoras de telemarketing e de seis motoqueiros para realizarem o trabalho de arrecadação de subvenções junto à comunidade. Tem gente que ajuda todo mês com 10 reais, outros com 20, 30, 50 reis. E na somatória tem meses que chegam a arrecadar perto de R$ 50 mil.

Três filhos

“Eu costumo dizer que tenho três filhos para cuidar”, brinca Márcio, referindo aos seus filhos Felipe, de 18 anos, e Fernando, de 14 anos, e ao Lar Esperança, que tem 25 anos de existência. Outro aspecto importante destacado por Márcio, e que difere das outras três instituições do gênero em São José do Rio Preto, é que o Lar Esperança não tem nenhum vinculo religioso com qualquer tipo de igreja.

Embora boa parte dos membros da diretoria do Lar Esperança declara-se como praticantes da religião espírita, Márcio explica que não existe qualquer tipo de obrigatoriedade ou doutrinação religiosa dentro do Lar. “Não misturamos nosso trabalho com religião”. No local existe apenas uma capela ecumênica, aberta aos praticantes de todas as religiões para orações.

Reforma

Recentemente o Lar Esperança recebeu uma ajuda extra. Representantes, diretores e funcionários da empresa farmacêutica ABBVIE se propuseram a reformar o refeitório do local. Colocaram literalmente a mão na massa, trocaram pias, torneiras e pintaram todo o refeitório.

No começo deste ano, o presidente do Lar Esperança, Márcio Rocha da Freiria, foi homenageado pela Câmara Municipal. Recebeu, por autoria do vereador Renato Pupo, uma placa e Diploma de Gratidão do Município.

Idosos

Apesar de possuir 30 dormitórios, somente 20 estão sendo ocupados. A maioria dos internados no asilo é constituída por mulheres. Dos 20, 16 são mulheres. Entre elas está a dona Vera Ribeiro Martins, a mais idosa com 92 anos. Em seguida vem o esquizofrênico Sérgio dos Santos Leite, de 84 anos, que se apresenta como “o dono do asilo”.

Numa área de 9.000 metros quadrados  concedidos pela Prefeitura em comodato, com salas e equipamentos bem divididos, além de um belo e muito bem cuidado jardim que também serve de terapia ocupacional para os idosos. O fisioterapeuta Ademir Júnior e a terapeuta ocupacional Marcela Mendes cuidam para que os velhinhos e velhinhos não fiquem parados e tenham atividades durante todo o dia.

Comida boa

Durante visita da reportagem da Folha do Povo ao local, muitos deles estavam realizando trabalhos de artesanato, pintura, desenho e exercícios físicos, além de jogos de quebra-cabeças e de palavras cruzadas. “É muito importante que tenham atividades para o corpo e para a mente”, explica a psicóloga Patrícia Alves da Silva. E o cardápio do dia, preparado sob supervisão de uma nutricionista, era arroz, feijão, salada de tomate com folhas verdes e frango assado.

A assistente social Selma Cristina de Aguiar Rodrigues informa que o maior problema deles é o desamparo familiar. A maioria não possui familiares. E os poucos que tem, a família nem aparece para visitar. A sorte é que a instituição recebe quase que semanalmente a visita de grupos escolares e de diversas instituições, cujos integrantes proporcionam algumas horas de lazer e descontração para os idosos do Lar Esperança.

Há de se ressaltar também que o Lar Esperança não tem cheiro e nem aspecto de velho. O prédio e todas as instalações são modernos e os idosos, apesar da idade, possuem aparência jovial. São bem cuidados, bem vestidos, sorridentes, perfumados e alguns, principalmente as mulheres, são tão vaidosas que não dispensam a pintura dos cabelos e nem o batom.

O Lar Esperança fica localizado na rua Edson Pupin, 651, Jardim Santo Antônio. Telefone (17) 3219-9720. Agende uma visita.

Cozinha do Lar Esperança. Nesta sexta o cardápio era arroz, feijão, salada e frango assado

Os homens também aprendem pintura, desenhos e bordados no Lar Esperança

As "velhinhas" não ficam sem atividades no asilo do Lar Esperança: tem que se mexer o dia todo

Tricô, crochê e bordados também fazem parte das atividades das vovós

Elas desenham, pintam e bordam quase que o dia todo no asilo do Lar Esperança

A vovó mostra toda contente os seus desenhos e pinturas

Presidente, voluntárias e funcionárias do Lar Esperança recepcionam Mila e Divina

Parte as fraldas geriátricas doadas pelo Clube das Acácias e pelo Lions Clube

Márcio Rocha, presidente do Lar Mostra, mostra painel em que estão a fotografia de todos os interno no local

Divina (Lions Clube) e Mila Sosa (Clube das Acácias) na frente do portão de entrada do Lar Esperança

Maioria dos idosos estampam sorriso no rosto e mostram que são bem tratados no Lar Esperança

Voluntários empresa ABBIE realizam reforma no refeitório do Lar Esperança

Voluntários da empresa farmacêutica ABBIE realizam reforma no refeitório

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