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Morre o Mestre Manivela, que foi cantar e encantar no céu

Manivela foi considerado como um dos maiores violonistas de todos os tempos


Violonista e cantor Joaquim Pereira dos Santos, conhecido como Mestre Manivela, faleceu nesta quinta-feira (8) e será sepultado amanhã em São José do Rio Preto. Prestes a completar, na próxima segunda-feira (12), 82 anos de vida, Manivela era considerado por muitos artistas como o melhor violonista do Brasil. Ele acompanhou, por diversas vezes, artistas como Cauby Peixoto, Peri Ribeiro, Jair Rodrigues e tantos outros importantes nomes da Música Popular Brasileira (MPB).

O corpo de Manivela estará sendo velado, até às 12h45, na Capela Prever, na rua Francisco Curti, 244, no Distrito Industrial, próximo ao aeroporto Eribelto Manoel Reino. Ele deixa quatro filhas e cinco netos. Entre as filhas, Valéria Cristina Oliveira Santos, casada com o jornalista e radialista Jessé Fernandes, que escreveu em agosto de 2015, a pedido do jornalista Lelé Arantes, o texto abaixo:

Manivela: um caso de amor com a música

“Tive privilégio de conviver com ele durante alguns anos, como meu sogro. Era pai da minha esposa Valeria Cristina Oliveira Santos. A pedido do amigo e editor e escritor Lelé Arantes, escrevi este texto- reportagem em 2015. O mestre Jocelino Soares disse que Manivela era um dos maiores violonistas do Brasil. Nunca abriu mão da sua arte…nem por dinheiro! 

Violonista e cantor, Joaquim Pereira dos Santos, conhecido como Mestre Manivela, nasceu no dia 12 de maio de 1943 na cidade de Jales. Ao invés de ir para a lida da lavoura de café, arroz, etc, aos dez anos gostava de ficar tocando viola, que aprendeu sozinho! Aos doze anos já se apresentava em serestas pelas ruas da sua cidade natal. Aos 14 anos, veio com a cara e a coragem para São José do Rio Preto, quando anos mais tarde, traria todos os nove irmãos dos 14 que foram gerados pela dona Minervina Maria de Jesus e pelo seu Otaviano Pereira dos Santos. Aqui se consagrou tocando, ao lado de grandes músicos rio-pretenses, nos clubes da elite, Monte Libano e Automóvel Clube. Neste se apresentou ao lado dos maiores nomes da MPB daquela época, como Leny Eversong, Miltinho, Peri Ribeiro, Caubi Peixoto, Célia, Jair Rodrigues, e muitos outros. Especialistas dizem que a música brasileira feitas nas décadas de 40 e 50 do século passado eram uma das melhores do mundo.

Foi obrigado a desenvolver um método de aprendizagem que se destaca pela adequação as necessidades, desejos e ao repertório de cada aluna ou aluno. Neste contexto, a sua marca é a preservação do cultivo da boa música. No último meio século, dedica-se a aula de violão, guitarra, canto e cavaquinho, todas as tardes. Seus alunos foram médicos, juízes e promotores, além dos seus filhos e filhas. À noite, apresenta-se em festas de aniversários, casamentos e solenidades empresariais. Toda quarta-feira, há mais de quinze anos, se apresenta para os associados e as associadas do Clube dos Médicos.

O Mestre Manivela é um artista de reconhecida competência nos meios musicais e na elite de São José do Rio Preto. Ao completar mais de cinquenta anos de atividade sólida e ininterrupta como professor, músico e cantor, é necessário jogar luzes em sua bem sucedida trajetória de amor e dedicação à música de qualidade.

Aos 14 para 15 anos, veio morar na rua Raul de Carvalho, no bairro Boa Vista, em São José do Rio Preto. “Eu morava com um parente e trabalhava como ajudante numa oficina de caminhão de um primo. Na frente da casa, morava o Venézio, que era irmão do Zé do Rancho”, contava.

Aos 17 anos, já no início da Jovem Guarda, Mestre Manivela foi convidado para tocar guitarra em uma banda de “quase rock”, segundo ele. “Teve um dia, que o responsável pela música ao vivo do Monte Líbano me convidou para tocar baixo. Aceitei porque era remunerado e eu pude sair da oficina”, conta. Depois de quase dois anos, Mestre Manivela foi convidado para tocar baixo no Automóvel Clube e nunca mais parou de se apresentar no clube.

Manivela (à direita) e seu inseparável amigo Diogo Sanches, um ex-aluno que virou parceiro nas apresentações musicais 


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