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Mazzola foi o atacante que jogou por duas seleções: a do Brasil e a da Itália

Mazzola foi o único brasileiro que jogou Copas do Mundo por dois paises

 Nelson Gonçalves, especial para a Folha2

José João Altafini, o Mazzola, atualmente com 87 anos, jogou duas Copas do Mundo por países diferentes. Fez parte da campanha vitoriosa do Brasil na Copa de 1958, na Suécia, sendo inclusive o autor do primeiro gol brasileiro naquela Copa, contra a Áustria. Na Copa seguinte, em 1962, no Chile, ele defendeu a seleção da Itália. Segundo a Fifa (Federação Internacional de Futebol) ele faz parte do seleto grupo de quatro jogadores que disputaram jogos por seleções diferentes.

Nascido em Piracicaba em 24 de julho de 1938, onde começou a jogar no Clube Atlético Piracicabano e ganhou o apelido de Mazzola, em razão da sua semelhança com o craque italiano Valentino Mazzola. Ele iniciou sua carreira profissional no Palmeiras com 20 anos de idade foi convocado para a Seleção Brasileira, pela qual disputou com a camisa 10 os dois primeiros jogos da Copa do Mundo de 1958, dando lugar depois ao estreante Pelé.

Após a Copa, começou sua carreira na Itália, como Milan, ainda em 1958. Estreou em 21 de setembro daquele ano, jogando 32 partidas, marcando 28 gols, ganhando os títulos de artilheiro e de campeão do campeonato italiano. O Milan ganhou o título novamente em 1962, quando Mazzola foi um dos artilheiros da competição com 22 gols em 33 partidas.

Mazzola em 1958 vestindo o uniforme da Seleção Brasileira


Ganhou cidadania italiana

Casou em 1959 com a italiana Eleana D’Addio, com quem teve duas filhas: Patrícia, casada com o jornalista e escritor Pedro Oswaldo Nastri, e Cristina, casada com Salvatores Marco Pulvirenti. Ambas nasceram em Milão, na Itália, mas vieram residir no Brasil. No final da década de 1960 protagonizou um caso de adultério quando envolveu-se com a esposa do companheiro de equipe Paolo Barison do Napoli.

Por ser neto de italianos, ele se tornou cidadão italiano. E assim, jogou o mundial de 1962 pela “Squadra Azzurra” (Equipe Azul) como Alfani, ao invés do antigo apelido Mazzola. Além dele, outros três jogadores também jogaram a Copa do Mundo por seleções diferentes: Ferenc (Hungria e Espanha), José Santamaria (Uruguai e Espanha) e Robert Prosinecki (Iugoslávia e Croácia).

Mazzola deteve sozinho, jogando pelo Milan, por décadas o recorde de gols em uma edição única da Liga dos Campeões. Foi considerado, com 216 gols, o maior artilheiro da história da Série A desse campeonato, até Cristiano Ronaldo superá-lo na edição de 2013. Em 1965, juntou-se ao Napoli, onde ficou até 1972. Naquele ano o Napoli perdeu ironicamente por 2 a 0 na final da Vopa da Itália para o clube anterior de Mazzola, o Mlian.

Depois de jogar alguns anos pelo Napoli, ele se juntou ao Juventus e perdeu outra final da Copa Itália, em 1973. Ganhou, no entanto, mais dois títulos como artilheiro dos campeonatos em 1973 e 1975. Quando deixou o Juventus, em 1976, já tinha jogado 459 jogos pelo campeonato italiano e marcado 216 gols. Se transferiu então para o time do Mendrisio e depois Chiasso, ambos na Suíça, onde jogou por mais quatro temporadas antes de se aposentar, aos 42 anos de idade.

Mazzola em 2013, durante entrevista para um canal de televisão 


"Foi Brasil que me deixou"

Em uma entrevista para um jornal brasileiro, Mazzola justificou sua ida para a Seleção Italiana. “Foi muito simples”, justificou. “Naquele tempo, o Brasil não chamava quem jogava no exterior para joga na Seleção Brasileira. Ninguém de fora era chamado. Eu estava no exterior e não seria chamado. Eu, com 23, 24 anos, no auge da minha carreira, ficaria muito chateado se perdesse um Mundial. Não fui eu que deixei o Brasil. Foi o Brasil que me deixou”.

Atualmente ele trabalha como comentarista esportiva em uma emissora de televisão italiana. Ele emprestou sua voz, em língua italiana, ao videogame Pro Evolution Soccer 2009.


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