![]() |
| Nova bandeira em frente do Museu do Ipiranga foi doada pela Grande Loja Maçônica |
Nelson Gonçalves, especial para a Folha2
Uma bandeira do Brasil de grandes proporções — medindo
5,40 x 7,68 metros e pesando cerca de 6 quilos — será erguida neste sábado, 15
de novembro, às 10 horas, em um mastro de 28 metros de altura no Parque da
Independência, ao lado do Museu do Ipiranga, em São Paulo.
A cerimônia, aberta ao público, contará com a presença
do Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP), Jorge
Anísio Haddad. A entidade é responsável pelo patrocínio da nova bandeira,
orçada em aproximadamente R$ 6 mil.
Segundo Ricardo Calderon, administrador do parque, a
substituição da bandeira ocorre periodicamente a cada três meses. “Neste mês de
novembro, a troca ganha um significado especial por coincidir com duas datas
cívicas que celebram a identidade nacional: o Dia da Proclamação da República
(15 de novembro) e o Dia da Bandeira (19 de novembro)”, explica Odivaldo
Siviero, delegado regional da 2ª Região da GLESP e morador vizinho do Parque da
Independência. “Da janela do apartamento onde eu moro posso avistar essa
bandeira”.
Para o Grão-Mestre Jorge Haddad, o gesto vai além da
tradição. “É um lembrete de que símbolos como esse também contam nossa história
e seguem nos unindo sempre que o vento sopra”, diz o principal mandatário da GLESP.
![]() |
| Representantes da Grande Loja durante a entrega da bandeira ao responsável pelo Parque da Independência, Ricardo Caldeiron, na semana passada |
Curiosidades sobre a
Bandeira Nacional
O Brasil já teve 12 bandeiras antes da atual, sendo nove
delas pertencentes a Portugal, durante o período colonial, quando predominava a
cor vermelha. Somente em 1889, após a Proclamação da República, o país passou a
usar a bandeira nacional tal como a conhecemos hoje, projetada por Raimundo
Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares.
Aprovada pelo Decreto nº 4, de novembro de 1889, a
bandeira traz o losango amarelo em campo verde, tendo ao centro uma esfera azul
cortada por uma faixa branca com o lema “Ordem e Progresso”, escrito na cor verde. As estrelas
representam a constelação do Cruzeiro do Sul e correspondem a cada estado
brasileiro. Segundo a Lei nº 8.421, de 11 de maio de 1992, o desenho deve ser
atualizado sempre que houver criação ou extinção de estados.
Poucos brasileiros sabem que o Distrito Federal não é
representado pela estrela solitária no topo da bandeira, e sim por uma pequena
estrela (Sigma Octantis) localizada abaixo da faixa branca, próxima ao polo sul
celeste. A estrela solitária, na verdade, representa o estado do Pará, que, em
1889, era o mais ao norte do país e considerado simbolicamente a “porta de
entrada” do território brasileiro. O Pará era, até então o estado com maior
território. O Amazonas somente foi efetivamente criado após a proclamação da
República.
![]() |
| Cada estrela disposta na esfera azul representa um estado da nação brasileira |
![]() |
| As estrelas e os seus respectivos estados na bandeira do Brasil |
Museu do Ipiranga: símbolo
da Independência
Inaugurado em 7 de novembro de 1895, o Museu do
Ipiranga foi projetado pelo arquiteto italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi em
homenagem à Independência do Brasil. Foram necessários seis anos para concluir
a construção, que se ergue às margens do riacho onde Dom Pedro I proclamou, em 7
de setembro de 1822, o célebre grito “Independência ou Morte!”.
O museu é o mais antigo da cidade de São Paulo e
passou por uma ampla reforma que durou nove anos, reabrindo ao público em 8 de
setembro de 2022. A restauração envolveu modernização, reforço estrutural e
ampliação de áreas expositivas.
Na cripta do museu repousam os restos mortais de Dom
Pedro I e de suas esposas, as imperatrizes Leopoldina e Amélia. Em seu
testamento, Dom Pedro I determinou que seu coração permanecesse em Portugal,
enquanto o corpo fosse trasladado ao Brasil.
Em 2012, a arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, da
USP, conduziu a exumação dos corpos do imperador e das duas imperatrizes, como
parte de sua pesquisa de mestrado. A investigação buscava esclarecer suspeitas
históricas sobre a morte de Leopoldina, mas não encontrou indícios de fratura
que sustentassem a hipótese de agressão. Diz a lenda que, durante uma discussão,
o imperador teria empurrado a primeira esposa de uma escadaria no palácio.
![]() |
| Da esquerda para a direita: Amélia, Pedro e Leopoldina |
O quadro “O Grito do
Ipiranga”
Entre as obras mais emblemáticas do acervo está “O
Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo. O artista foi contratado em 1886 para
retratar a cena da Proclamação da Independência. Américo realizou extensas
pesquisas sobre trajes, cavalos e paisagens da época para garantir fidelidade
histórica.
O quadro tornou-se a peça central do museu,
especialmente durante a gestão de Afonso Taunay (1917–1946), que o usou como
eixo da narrativa expositiva.
Atualmente, o Museu do Ipiranga abriga cerca de 450
mil itens, entre objetos, documentos e obras que abrangem do século XVII até
meados do século XX.
![]() |
| Quadro do artista Pedro Américo retrata a certidão de nascimento do Brasil |
Visitação
Os jardins ao redor do prédio, que valem a pena seremvisitados, seguem o estilo francês de Versalhes, compondo um dos cenários mais emblemáticos da história nacional.
![]() |
| Maçons da diretoria da Grande Loja, durante a entrega da bandeira nacional ao Parque da Independência, em São Paulo |
![]() |
| Posicionamento correto das estrelas na bandeira do Brasil |







