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Figo é considerado como uma fruta sagrada em várias religiões |
Nelson Gonçalves, especial para a Folha2
Um figo não é um fruto
qualquer. Na verdade, para muitos biólogos, nem sequer é considerado como fruta. Em rigor, os figos são
flores invertidas. Não florescem da mesma forma que outras árvores de frutas,
como as macieiras, as amendoeiras, pessegueiros ou as cerejeiras. A figueira
tem uma história muito curiosa. Para se reproduzirem necessita de um inseto,
uma pequena vespa, que transporta a semente para as árvores.
Presentes em todos os
continentes, a figueira é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se
veste com suas folhas, ao notar envergonhado que está nu. A origem da espécie
parece ser do Oriente Médio. E sempre foi cultivada em todas as civilizações na
antiguidade, incluindo os povos egípcios, judeus, gregos e romanos. Para
atravessar o deserto, os povos antigos utilizavam a utilizavam para saciar a
fome, pois tinham a vantagem de poder ser secado para transportá-las como
frutas secas. Os frutos da figueira são ricos em nutrientes e fácil de
conservar, mantendo-se adequado à alimentação durante meses, assim como as tâmaras
dos países do Oriente Médio.
Árvore e fruto sagrados
Existem várias tradições
culturais dos povos da Europa, Ásia e da África que tratam das figueiras e do
figo como árvore e fruto sagrado. O figo é considerado um fruto sagrado para os
judeus. Ele faz parte dos setes alimentos que crescem na Terra Prometida.
Segundo a Torá, o Antigo Testamento dos cristãos, são sete os alimentos sagrados:
trigo, cevada, uva, figo, romã, oliva e tâmara (simbolizando o mel).
Para os budistas, a
figueira é venerada, pois debaixo de uma delas, Buda teria alcançado a sua
revelação religiosa. Na Grécia antiga, o figo era considerado um importante
alimento e a sua exportação era proibida.
Arqueólogos israelenses
descobriram que o figo já era cultivado na Cisjordânia há 11.400 anos,
demonstrando que, desde o neolítico, o figo é ingrediente importante no farnel
de muitas civilizações, especialmente o figos seco, pois era conservado e
armazenado pra o consumo em épocas adversas quando chegava o inverno com
temperaturas baixíssimas.
Os maias e os astecas
utilizavam a casca de figueiras nativas da região para produzir o papiro, o
papel utilizado para a produção dos seus livros sagrados. A Bíblia cita a
figueira em parábolas e passagens que simbolizam paz, prosperidade e segurança.
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A folha da figueira produz látex que é super perigoso se deixar na pele com contato com o sol |
Látex da folha é muito perigoso para a pele