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Maestro Robson Vicente é empossado como novo secretário de Cultura de Rio Preto |
Nelson Gonçalves, especial para a Folha2
A solenidade de posse para
o maestro Robson Vicente, que assumiu a Secretaria de Cultura de São José do
Rio Preto, foi repleta de simbolismo e grandeza, refletindo a importância da
arte musical e da cultura para a sociedade. Desde a entrada ao Teatro Municipal
Humberto Sinibaldi, onde o elegante maestro sempre sorridente fez questão de
recepcionar, um por um, das cerca de 300 pessoas que compareceram na solenidade que marcou sua
posse no cargo, o ambiente estava recheado de pompas e circunstâncias.
Logo na entrada um grupo
de músicos que compõem a Camerata Rio Preto recebia os convidados com acordes
de música clássica. E no palco do teatro não poderia faltar a Banda Regimental da
Polícia Militar, onde o então sargento Robinho, como é conhecido pelos amigos,
dedicou 28 anos de sua vida, seja como músico ou como regente.
Além do prefeito Fábio Cândido
(PL), o presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), diversos vereadores, secretários municipais e representantes de
várias instituições ligadas ao setor cultural marcaram presença, como o
presidente da Liga das Escolas de Samba, jornalista Vicente Serroni, Bete Cunha
do Conselho Afro-brasileiro, Antônio Cícero, presidente da Associação Tradições
Nordestinas (ATN), Nelson Lóis da Casa da Espanha e o ex-secretário de Cultura, Waldner
Lui, que representou a Academia Rio-pretense de Letras e Cultura (Arlec). Também
estiveram presentes representantes do Lions Clube e familiares do novo
secretário empossado.
O primeiro a falar no
evento foi o vereador Etevaldo Tedeschi (PL) que logo de cara cometeu a gafe de
trocar Cultura por Agricultura ao mencionar o novo cargo do maestro. Advertido
pela plateia, Tedeschi logo se corrigiu e colocou a culpa no cansaço da escada
para poder subir ao palco. Ele sugeriu a volta dos grandes festivais de música
que marcaram épocas na cidade.
O vereador Abner Tofanelli
(PSB) tentou consertar o erro do colega afirmando em sua fala que ele não
estava totalmente errado, pois “na antiga Roma Cultura estava relacionada com a
Agricultura”. “Estou feliz em ver essa nova trajetória na Cultura. Acho que
quase todos sabem que venho da música e fui o primeiro músico de rua eleito
vereador neste país. Vamos levar a cultura para as praças e a música terá novos
tempos na cidade”, afirmou. Abner disse ser inadmissível uma cidade do porte de
São José do Rio Preto ter destinado 0,25% do seu orçamento para a cultura. E
criticou o fato de, na gestão anterior, o ex-prefeito Edinho Araújo ter vetado o
orçamento de 1% para a Cultura.
Também falaram no evento
os vereadores Professor Tadeu (União), Alex de Carvalho (PSB) e Renato Pupo
(Avante). Todos elogiaram a elegância, a simpatia e alegria contagiante do novo
secretário. “Nada é tão ruim que não possa piorar e nada é tão bom que não
possa melhorar”, disse Pupo, que aproveitou o momento para também elogiar o ex-secretário Pedro Ganga.
Para o novo presidente da
Câmara, vereador Luciano Julião (PL), o novo secretário de Cultura “é a
elegância em pessoa”. “Ele só perde para o Fábio Marcondes (vice-prefeito e secretário de Obras)”, brincou Julião,
acrescentando que “a Secretaria de Cultura está em boas mãos”.
Orgulho de ser policial militar e
negro raiz
Ao fazer uso da palavra, o
maestro Robson Vicente fez questão de agradecer a todas as mulheres e, em
especial, à sua esposa Monise. “Se não fosse ela eu não estaria aqui”. Também
agradeceu a todas as entidades, músicos e artistas que se faziam presentes. “Quero
agradecer ao Coronel Fábio que está me dando essa oportunidade e confiança”.
Ele lembrou que durante a pandemia, a Banda Regimental da PM, quando o Coronel
Fábio comandava a Polícia local, fez diversas lives para arrecadar alimentos
para famílias carentes que batiam na porta do quartel pedindo ajuda. “Conseguimos
arrecadar mais de 50 toneladas de alimentos para ajudar a alimentar, todos os
meses do período da pandemia, mais de 300 famílias e talvez muta gente não
saiba disso”.
O maestro Vicente prometeu
dar voz e vez para todos os segmentos culturais da cidade. Também destacou que a
cultura, assim como outros setores, também emprega, gera renda e oportunidades
para a população. Mostrando conhecimento da área que está assumindo o maestro
informou que terá sob sua responsabilidade 104 funcionários lotados nos museus,
na biblioteca, teatros e na sede da Secretaria de Cultura. “Sou policial
militar com muito orgulho e negro raiz que vem do povo para o povo”, afirmou
sob aplausos. E finalizando disse: “o meu máximo será o mínimo que farei”. Foi
aplaudido em pé pelo público presente.
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Prefeito Coronel Fábio Cândido discursa, durante a posse do secretário de Cultura |
O prefeito Coronel Fábio revelou que a escolha do maestro para chefiar a Secretaria de Cultura foi uma sugestão do seu pai, Claudio Cândido, que no ano passado completou 80 anos de vida. “Meu pai foi um dos fundadores, quase 50 anos atrás da nossa Banda Regimental e o sonho dele era que eu fosse também músico”, afirmou, confessando que quando jovem até tentou estudar para ser músico, mas achou muito difícil a teoria musical. Lembrou que quando criança viu, no Teatro Municipal, a banda ser campeã estadual num concurso de bandas.
“Eu penso que a cultura tem
que caminhar junto com o esporte e com a educação”, disse, analisando que o
setor cultural terá muito trabalho pela frente. “Vamos ter no mês de janeiro o
Festival Brasileiro da Comédia em todas as regiões da cidade. Não será só a zona Sul que
merece ter cultura. As outras regiões, em especial a da zona Norte, que são
muito carentes, não serão esquecidas”.
“Alguns dizem que é um
sonho, mas eu digo que uma meta termos os alunos no contra-turno escolar estudando
música e praticando esportes”, afirmou o prefeito. No meio do discurso ele
teceu elogios ao ex-secretário da Cultura (Pedro Ganga) e ao prefeito Edinho
Araújo por terem reformado e concluído a reforma e remodelação do complexo
cultural que incluiu o teatro e a Casa da Cultura. E finalizando disse que o
novo secretário já tem uma missão para tentar por em prática: a retomada da
orquestra sinfônica de São José do Rio Preto para atuar de forma permanente.