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Transtornos mentais são as principais causas dos afastamentos de bancários do trabalho

 

Diretores do Sindicato dos Bancários de Rio Preto percorrem as principais agências da cidade para protestar contra as metas que causam o adoecimento dos funcionários

Entre 2013 e 2020 foram registrados 30.192 afastamentos de bancários do serviço. Houve alta de 26,2% se comprado no período com a média de afastamentos de outros funcionários com carteira registrada. Os dados são do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

Segundo o Sindicato dos Bancários, até 2012 as doenças do sistema muscular eram as principais causas de afastamento de bancários, correspondendo a mais de um quarto dos afastamentos no período. Porém, desde 2013, os transtornos mentais e comportamentais por metas abusivas tornaram-se as principais causas dos afastamentos do trabalho na categoria. Um quadro que se agrava ano após ano, chegando a 40% dos benefícios por incapacidade temporária e a 57% dos incapacitados em 2022.

A situação preocupa os sindicalistas, que promoveram nesta quarta-feira (24) manifestação nas portas das principais agências bancárias para chamar a atenção dos bancos e das autoridades governamentais para esse problema. Ainda, segundo levantamento feito pelos sindicatos dos bancários chama a atenção o fato dos bancários e bancárias fazerem o uso de medicamentos controlados, como ansiolíticos, antidepressivos e estimulantes. Mais de um terço (33%) dos integrantes da categoria disseram que utilizam esses tipos de medicamentos.

A pesquisa junto aos bancários e bancárias foi feita pela Secretaria de Saúde da Contraf (Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB). A pesquisa deixou claro como o modelo de gestão dos bancos adoece os trabalhadores do setor, com maior impacto na saúde mental.

A pesquisa constatou que entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.

A pesquisa apontou ainda que 67% dos participantes afirmaram preocupação constante com o trabalho; 60% com cansaço e fadiga constante; e 47% têm crises de ansiedade e pânico.

“Quando o bancário adoece e precisa se afastar do trabalho, é comum sentir-se inseguro e com medo de perder o emprego”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São José do Rio Preto e Região, Júlio César Grochovski. “Bancários que retornam ao trabalho estão sendo descomissionados e, muitas vezes, pressionados a aceitar desligamentos com ofertas de acordo judicial. A lógica é se livrar dos adoecidos”.

Júlio esclarece que o tema tem sido constantemente colocado nas mesas de negociações com os bancos, para combater o modelo de metas abusivas e adoecedoras de gestão presente nos locais de trabalho dos bancos, que impacta diretamente na saúde dos trabalhadores.

Diante desse cenário, o movimento sindical bancário criou a campanha “Menos Meta, Mais Saúde” para esclarecer os trabalhadores sobre o impacto da cobrança excessiva de metas no trabalho dos bancários e bancárias.

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