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Ex-prefeito Liberato Caboclo morre aos 87 anos em Rio Preto |
Nelson Gonçalves, especial para a Folha2
O ex-prefeito de São José
do Rio Preto, Liberato Caboclo morreu, no início da tarde deste sábado (14).
Ele estava em casa e faleceu logo após o almoço. Segundo Sérgio Parada, amigo que
foi chefe do gabinete na Câmara dos Deputados, Liberato almoçou filé a
parmegiana e foi tirar uma soneca como de costume. Quando a esposa foi acordá-lo,
já o encontrou sem vida.
José Ferreira Liberato
Caboclo tinha 87 anos. Nasceu no Rio de Janeiro onde se formou médico pela
Faculdade Nacional de Medicina em 1955. Fez doutorado em Estocolmo, na Suécia.
Trabalhou como médico do INAMPS (Instituto Nacional de Serviço Social) e atuou
como professor na Universidade Estadual de Goiás e na Universidade Federal do
Rio de Janeiro. E foi como médico e professor de cirurgia que veio parar em São
José do Rio Preto para participar da criação do Hospital de Base e da Faculdade
de Medicina de Rio Preto (Famerp), onde se tornou diretor e superintendente.
Pesquisador associado do Leonox Hill, hospital de Nova York, nos Estados
Unidos, teve mais de 40 livros científicos e também algumas antologias
publicados.
Disputou três vezes a
prefeitura de São José do Rio Preto, sendo as duas primeiras pelo PCB (Partido
Comunista do Brasil). Em 1991 foi eleito deputado federal pelo PDT (Partido
Democrático Trabalhista), tendo se tornado presidente estadual da sigla, quando
foi eleito em 1996 como prefeito da cidade. Não pode disputar a reeleição
porque o partido, da qual tinha sido presidente e depois se desfiliou, não lhe
concedeu mais legenda.
Fez um mandato conturbado
a frente da prefeitura, enfrentando oposição ferrenha na Câmara e da Imprensa
local. Após as eleições sofreu diversas condenações por improbidade
administrativa e acabou perdendo boa parte de seus bens. Apesar disso não
perdeu o bom humor, continuou clinicando e escrevendo artigos nos jornais e nas
redes sociais. Escreveu crônicas lamentando as recentes mortes do professor
Dino Vizotto, de Divaldo Franco e do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mojica, de
quem era amigo.
Poliglota, Liberato era
fluente em inglês, italiano, francês e espanhol. Ele se destacou na Câmara dos
Deputados por causa da sua cultura geral e acabou ciceroneando o ex-presidente
dos Estados Unidos, Bill Clinton, durante sua visita ao Brasil. Liberato
estudou e morou nos Estados Unidos.
.Liberato foi um político polêmico que teve vários entreveros com adversários Liberato Caboclo no dia do seu último aniversário, 14 de março, junto com o amigo Parada