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Morre aos 82 anos o padre Nicolau, da Igreja Ortodoxa de Rio Preto

 

Padre Nicolau Ferzoli, que esteve há mais de 40 anos a frente da Igreja de São Jorge


Dois padres e dois diáconos da Igreja Ortodoxa Antioquina de São Paulo vieram a São José do Rio Preto para celebrar a cerimônia de corpo presente pela morte do padre Nicolau Ferzoli, pároco da Igreja Ortodoxa Antioquina de São Jorge. O padre Nicolau faleceu nesta segunda-feira, dia 3, aos 82 anos de idade. Segundo a família, a causa da morte foi natural.

O padre Nicolau Ferzoli era pessoa bastante conhecida na comunidade rio-pretense. O historiador Fernando Marques contou para o jornal “Diário da Região” que o padre foi seu cliente no escritório de contabilidade quando, em 1990, abriu uma choperia na avenida Alberto Andaló. “Era totalmente aberto, moderno e muito querido por todos”.

Quem trabalha ou trabalhou na área central da cidade, próximo da Igreja de São Jorge, encravada na rua Marechal Deodoro entre as ruas Coronel Spínola de Castro e Bernardino de Campos, com certeza se cruzou com o padre algum dia. Sempre de bom humor, gostava de puxar conversa sobre qualquer assunto e convidada as pessoas para experimentar o café preparado por ele.

Alias muitos se espantavam quando sabiam que o padre era casado. Tinha esposa e três filhos: Joly, Dolly e Tcharles. E também seis netos. É que a Igreja Ortodoxa Antioquina difere, em muitos aspectos, da tradicional Igreja Católica Apostólica Romana. Embora as duas adotam o cristianismo são diferentes na organização. Seus sacerdotes podem se casar e constituir família. A Igreja Ortodoxia não obedece ao Papa e ela é predominante na Rússia nos países de língua árabe.

Muitas coroas de flores, de familiares e amigos do padre Nicolau estavam na igreja ao redor da urna funerária. Entre elas uma coroa da Comunidade da Catedral de São José, ligada à tradicional Igreja Católica Romana. Isto se deve ao fato de o padre Nicolau ter sempre mantido boas relações de amizade com os dirigentes de todas as demais religiões. Ele nunca desfez de ninguém e tratava a todos com muito respeito.

Quem assistiu a cerimônia de corpo presente na igreja de São Jorge se deparou com cânticos no estilo gregoriano e rezas proferidas em línguas da tradição ortodoxa Tudo faz parte da tradição da Igreja Ortodoxa. Entre essas tradições está o fato de o sacerdote derramar azeite e borra de café em cima do corpo da pessoa que morreu. O café é um ingrediente místico, muito usado para combater energias negativas e o azeite é utilizado como símbolo da presença do espirito santo. O padre foi enterrado no Cemitério Jardim da Paz, onde também ocorreram mais cânticos e rezas antes do sepultamento.

História da Igreja de São Jorge

A Igreja Ortodoxia Antioquina de São Jorge é o principal templo religioso dos imigrantes árabes na região. O planejamento para construir a igreja começou em 1934 quando um grupo de jovens sírios se reunião com imigrantes árabes e adquiriram o terreno para edificar o templo.

No seguinte chegava na cidade o primeiro vigário ortodoxo, Georges Assaz que lançou, em 15 de novembro de 1936, a pedra fundamental para a construção da igreja. A obra demorou mais de 10 anos para ser concluída e somente em 5 de julho de 1947 ela foi consagrada como igreja.

Altar da Igreja de São Jorge (foto: Facebook da Igreja)

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A Igreja São Jorge fica quase escondida entre prédios da rua Marechal

Fachada da Igreja Ortodoxa em São José do Rio Preto

Cerimônia fúnebre foi celebrada por dois padres e dois diáconos na frente do filho e das duas filhas do Padre Nicolau 

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