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Antônio Aguillar participa de podcast com Flávio Prado |
A última entrevista
concedida por Antônio Aguillar, precursor da Jovem Guarda no Brasil foi concedida
ao colega jornalista Flávio Prado em seu podcast que leva o seu nome. Com
passagens por várias emissoras de rádio e televisão, Flávio conta que gravou a
entrevista com Aguillar no dia 16 de janeiro e um mês depois, 18 d fevereiro,
recebeu a notícia triste da morte do seu entrevistado, que não chegou ver a
entrevista ir para o ar.
Por isso precisamos fazer
a abertura da abertura neste programa, explicou Flávio, ao fazer a introdução
na qual se disse assustado com a morte repentina de Aguillar. “No dia que ele
gravou o programa estava com 94 anos de idade, esbanjando saúde e com uma
memória fantástica”, informou, adiantado que estaria levando ao ar a entrevista
completa, sem nenhum tipo de edição ou cortes. “Precisava fazer isso para homenagear
o Aguillar, pessoa pelo qual sempre nutrimos o maior carinho”.
Rio-pretense de nascimento
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Flávio Prado entrevista Antônio Aguillar para o seu podcast |
Na capital paulista, ele
foi bater na porta do jornal “O Estado de S.Paulo” em busca de emprego de uma
oportunidade. Lhe pediram fazer um teste, fotografando uma banca de flores e
escrevendo a legenda da foto. Aprovado e contratado, trabalhou por 10 anos no
jornal. Fotografou desde o Papa Pio 12 até a cantora Edith Piaf, entre inúmeros
famosos.
Entrou no ar de supetão
Aguillar revelou quando
fotografou a inauguração da Rádio Eldorado, que pertencia ao mesmo grupo
administrativo do jornal. Pediu uma chance para também trabalhar na emissora.
Mas quando estava para iniciar na emissora surgiu oportunidade para ser redator
de um programa de noticiário na Rádio Nove de Julho. O apresentador era o
jornalista Joelmir Beeting.
“Um dia o diretor
artístico me perguntou seu podia substituir o locutor que apresentava um programa
de auditório”, lembra. “Fiquei assustado. Desci tomei um calmante e comecei a
apresentar o programa de calouros”.
Na entrevista, Aguillar
contou detalhes de como introduziu vários artistas e grupos musicais nas
paradas de sucesso. Contou também de sua parceria existente entre ele e
Chacrinha. “O Chacrinha mandava no Rio e eu São Paulo. Ficamos muito amigos e trocávamos
artistas. Eu mandava alguns daqui de São Paulo para o Rio e vice-versa: ele
também mandava artistas do Rio para se apresentar no meu programa em São Paulo”.
Parceria com Chacrinha
Um desses artistas,
recomendado por Chacrinha foi Roberto Carlos. “Chacrinha me ligou e pediu para
dar uma chance para um rapaz que estava vindo de Cachoeira do Itapemirim, do
Espírito Santo”. Aguillar contou que nenhum dos grupos musicais que acompanhavam
os artistas no palco quis tocar para Roberto Carlos, porque o ritmo musical
dele era de músicas românticas e os grupos tocavam rock in rol. “Roberto teve
de se apresentar nas primeiras vezes com ele mesmo tocando seu próprio violão”.
“Eu disse para o Roberto
para ele gravar rock e umas músicas mais agitadas senão não iria fazer sucesso”,
relembrou Aguillar o que disse para aquele que seria considerado mais tarde o “rei”
da música popular brasileira. “Foi então que o Roberto pediu para o Erasmo uma
música mais agitada. Erasmo compôs e ele cantou ‘Splish Splash Fez o beijo que
eu dei. Nossa o auditório quase veio abaixo do chão. E gravadora se interessou
pela música e fez o maior sucesso”.
Aguillar estava na TV
Record quando recebeu convite irrecusável para ir para a TV Globo, onde permaneceu
até se aposentar. Roberto Carlos foi convidado para continuar apresentando o
programa que era dirigido aos domingos por Aguillar. Muito ético e respeitoso
com o amigo, antes de aceitar o convite Roberto ligou para Aguillar para saber
se ele não iria ficar chateado com essa situação. “Imediatamente respondi que
não e falei para o Roberto aceitar, pois se ele não aceitasse eles iriam
procurar outro que aceitasse a proposta e o programa iria para o ar de qualquer
forma”.
Cely Campello não quis reverenciar Roberto
Aguillar contou no
programa que Cely Campello foi convidada para ser parceria de Roberto Carlos no
programa. Mas ao estar na coxias, antes de entrar no palco, o empresário do
Roberto, Marcos Lázaro, falou que ela deveria entrar reverenciando Roberto como
“o rei da música” e nesse momento o marido da Cely, Eduardo Gomes Chacon, que
estava ao lado retrucou: “Não, ela não vai reverenciar o Roberto como o ‘rei da
música’ porque quem é a ‘rainha da música’ é a Cely”. Criou-se ali um impasse e
a Cely acabou não entrando no palco e nunca mais foi convidada para se
apresentar na Record.
Durante 45 minutos de
entrevista a Flávio Prado, Aguillar contou várias passagens importantes de sua
vida. Contou de seu regresso para São José do Rio Preto, sua terra natal, onde
por 12 anos dirigiu emissoras de rádio, apresentou programas de auditório e
trabalhou na redação do jornal “A Notícia”. Depois ele e a mulher Maria Célia
escolheram morar na beira da praia. Foram para Santos. Mas chegando lá logo foi
descoberto e convidado novamente para dirigir rádios e apresentador programas.
De volta a São Paulo, Aguilar voltou a trabalhar na Rádio Nove de Julho e na Rádio Calhanbeque, onde apresentava aos domingos programas sobre a Jovem Guarda. Até um domingo antes de falecer ele apresentou seu programa na emissora. Finalizando sua entrevista, ele disponibilizou o telefone da esposa Maria Célia para quem estivesse interessado em adquirir seus livros sobre a História da Jovem Guarda e uma auto biografia dele. Interessados podem ligar para (11) 96498-4501.
Para quem quiser assistir na integra o podcast "Flávio Prado e Amigos" e ver a última entrevista de Antônio Aguillar, basta clicar neste link
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