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Paulo James produz vídeo para lembrar dos 30 anos da morte do cantor Jessé

 

Cantor Jessé na capa de um dos seus discos. (foto Reprodução)

Em março faz trinta anos que o cantor Jessé faleceu em um trágico acidente no km 486 da rodovia Raposo Tavares, próximo da cidade de Assis. Ao passar pelo local o repórter cinematográfico Paulo James, de Paraguaçu Paulista, resolveu produzir um vídeo para lembrar do acidente e contar um pouco sobre a carreira desse cantor com voz potente, que fez muito sucesso na década de 1980.

Nascido em Niterói (RJ), se estivesse vivo, Jessé Florentino dos Santos estaria hoje com 71 anos de idade. Reconhecido mundialmente por sua voz potente, compôs, gravou e interpretou sucessos como “Porto Solidão”, “Voa Liberdade”, “Solidão de Amigos”, entre outros. Ao todo ele gravou 12 discos. Entrou em atrito com sua gravadora RGE e se recusou a gravar ritmos sertanejos.

Criado em Brasília, onde seu pai era funcionário público, começou a desenvolver seu dom musical, influenciado pela sua formação cristã, na Igreja Presbiteriana. Aos 14 anos já tinha formado seu primeiro conjunto, onde tocava contrabaixo, nos bailes da cidade.

Já adulto, em 1974, Jessé e seus amigos mudam-se para São Paulo, onde atuou como crooner em boates. Depois integrou os grupos Corrente de Força e Placa Luminosa, no qual qual gravou a música “Velho Demais”, usada pela Rede Globo na novela “Sem Lenço, Sem Documento”.

Gravou em inglês nos anos de 1970, com os pseudônimos de Christie Burgh (1876) e Tony Stevens (1976-1977). Como Tony Stevens fez sucesso com a música “If You Could Remember”, gravada para a novela “Tchan – A Grande Sacada”, da extinta TV Tupi. Participou, como cantor, de um LP de músicas católicas, compostas pelo padre Reginaldo Veloso.

Em 1978 foi aplaudido em pé por Toquinho e Vinicius de Moraes numa casa noturna quando ele se apresentou com o “Concerto para Uma Só Voz”. Depois disso foi convidado para se apresentar no aniversário do “rei” Roberto Carlos.

Em 1980 foi revelado ao grande público ao vencer o Festival MPB Shell, da Rede Globo, com a música “Porto Solidão”. Ainda nesse ano se apresentou no programa “Fantástico” com a música “Voa Liberdade”, que estourou nas paradas de sucesso. Em 1981 ganhou novamente o Festival MPB como melhor interprete com a música “Estrela Reticente”.

Em 1983, no Festival da Canção da TV Libero-Americana, realizado em Whashington, nos Estados Unidos, com a canção “Estreia de Papel” ganhou os prêmios de melhor interprete, melhor canção e melhor arranjo. Em 1989, Jessé foi aos Estados Unidos para gravar o disco “Jessé em Nashville”, onde se destacaram as faixas “América” e “novo Amanhecer”. No começo de 1990, após se desentender com a gravadora RGE, que queria impor que gravasse repertório com músicas sertanejas, assim recusando-se a isso, montou sua própria gravadora, a Selo Luz, dando também oportunidade para novos artistas gravarem. Por esse selo gravou as músicas “Raizes”, “Tudo Que Se Quer” e “Canto Porque Tenho Vida”.

Disco Eterno Menino 1987
Disco Porto Solidão - 1980

Jessé na capa de seus discos


Morte

Estado em que ficou o carro Ford Escort XR3 em que viajava Jessé

Poucos dias antes de sua morte, o cantor participou de uma entrevista na televisão com o produtor teatral Clodovil Hernandes. Nesse programa, Clodovil pergunta a ele porque vivia correndo. Ao que ele respondeu que já tinha feito até terapia com profissional de parapsicologia para tentar descobrir porque ele tinha essa mania velocidade.

Jessé morreu em 29 de março de 1993, aos 40 anos de idade, em consequência de traumatismo craniano, ocasionado por um acidente automobilístico. O cantor dirigia naquele dia um Ford Escort XR3 conversível na cor azul quando ao se dirigir para a cidade de Terra Rica, no Paraná, onde se apresentaria num show durante a noite, perdeu o controle do veículo. Ele dirigia em altíssima velocidade pela rodovia Raposo Tavares, que naquela época não tinha sido ainda duplicada e continha apenas uma pista simples, de duas mãos.

No carro também estava a esposa Rosana Kozzer, que estava grávida de cinco meses. Ela perdeu a filha, mas sobreviveu. O carro capotou numa curva, virou por quase dez vezes para fora da pista e quando parou o velocímetro registrava 190km/h. Ele foi socorrido às pressas para um hospital de Assis e de lá, levado gravemente ferido, para um hospital de Ourinhos onde veio a falecer. Jessé foi sepultado no Cemitério Gethsêmani, sendo alguns anos depois seus restos mortais transladado para o Cemitério Sagrado Coração de Jesus, de Santo André (SP).

 Canal Paulo James

Paulo James retorna ao local onde ocorreu acidente com o carro do cantor Jessé

Paulo James exibe em seu documentário sobre o cantor parte de sua última entrevista concedida para o apresentador Clodovil. E relata que o cantor gostava de correr nas estradas. Três anos antes de faleceu, Jessé também tinha sofrido acidente de moto por capotamento, dirigindo a 180 km/h.

Desde 2013, James mantém um canal no Youtube que leva o seu nome. Ali estão dispostos mais de 700 vídeos produzidos por ele, a maioria retratando histórias, resgatando imagens e acontecimentos da cidade de Paraguaçu Paulista. Ele possui mais de 7,7 mil internautas inscritos em seu canal, com mais de 1,3 milhão de visualizações.

Paulo James afirma que realiza esse trabalho apenas como hobby e passatempo. Mas ao mesmo tempo ele sabe também da importância histórica de tudo aquilo que ele produz e joga no ar. “Sabemos que são vídeos que vão ficar para a história e que ajudarão no futuro outras pessoas a contarem as boas histórias de nossa cidade”. Para visualizar a matéria produzida sobre a morte do cantor Jessé no Canal do Paulo James, basta clicar neste linK 

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