
Movidos pela fé,
resiliência, perseverança motivou um grupo composto por cerca de 100
voluntários com o desejo de reerguer a capela de São José, na Guajuvira, bairro
rural de Potirendaba, localizado no meio da estrada que liga o município com a
cidade de Mendonça. Há mais de um século o bairro tem a tradição de promover
festas com a Folias de Reis, para comemorar a chegada dos Santos Reis.
Conhecido como um paraíso
perdido no interior paulista, o bairro que resume numa venda de beira de
estrada, uma escola desativada e alguns poucos imóveis é famoso por manter em
atividades a Companhia de Reis da Guajuvira. O aspecto do lugar é calmo e agradável. A
venda possui cheiro característico de antigos armazéns que vendem de tudo.
Segundo moradores, essa venda é a segunda e tem em torno de mais de 50 anos.
Antes dela, um pouco mais rumo à Potirendaba, existiu a venda velha que
funcionava desde 1920.
Em outubro de 2021, uma
forte chuva com vendaval destruiu por completo
capela de São José, que abrigava também as imagens dos três Reis Magos
(Baltazar, Gaspar e Melchior). A destruição da pequena e histórica capela
deixou quase toda a população de Potirendaba entristecida.
Não demorou muito para o
grupo de voluntários e alguns pedreiros contratados dessem início, em março do
ano passado, na reconstrução de uma nova capela no local. Desta vez mais bem
estrutura com infraestrutura de aço e paredes reforçadas de tijolos. “Foi uma luta
incansável para reconstruir essa capela”, lembra Claudecir de Assis Gonçalves
da Silva, integrante do Lions Clube e assessor de comunicação da Companhia de
Reis da Guajuvira. Sempre num ambiente familiar, aos finais de semana, as
esposas dos voluntários também compareciam até ao local para preparar o almoço
aos trabalhadores.
A população de Potirendaba
colaborou com doações de cimento, cal, tijolos e de outros materiais utilizados
na construção. Muitas contas sobraram para ainda serem saldadas em alguns
estabelecimentos.
Mesmo com a capela ainda
em construção no dia 24 de setembro foi celebrada missa no local, marcando
também a saída do chamado giro da bandeira para que a Companhia de Reis da
Guajuvira possa percorrer residências, fazendas e estabelecimentos comerciais,
com cânticos e orações para receber doações e conceder a benção dos Santos
Reis.
Após dois anos sem poder
realizar a Festa dos Santos Reis, por causa da pandemia da Covid-19, a Companhia
da Guajuvira prepara para o próximo sábado, dia 7, a esperada festa para
celebrar o dia dos Santos Reis. Em 44 dias foram arrecadados 131 bezerros, 58
leitoas, oito carneiros e dois cavalos, além de inúmeras outras prendas,
transformadas em dinheiro, devido a realização de leilão no dia 12 de novembro.
Com esse recurso, além de ser possível saldar as dívidas para a construção da
capela será feita uma grande festa.
Para a festa deste ano está
sendo guardado público de 10 mil pessoas. Ao todo as carnes de 30 novilhas, 10 porcos,
15 mil pães serão servidos em forma de lanche para os participantes, além de 15
mil sorvetes. Para realizar todos esses preparativos estão envolvidos 180
voluntários. O presidente da comissão organizadora da Festa de Santos Reis da
Guajuvira, João Antônio, está confiante de que se o tempo ajudar e não chover o
evento terá participação de várias pessoas de cidades da região.
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Antiga capela da Guajuriva foi totalmente destruíida pelo vendaval em 2021 |
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Pouco do que restou do telhado, após o vendaval |
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Capela destruída pelas fortes chuvas e vendaval em 2021 |
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Telhado da capela destruído, após o vendaval em Guajuvira |
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Voluntários colocaram a mãos na obras para reerguer a capela |
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Voluntários e alguns pedreiros contratados trabalharam sábado e domingos sem parar |
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As obras, aos poucos, foi formando a estrutura para se erguer a igreja |
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Uma missa, no salão ainda inconcluído, marcou a reconstrução da capela |
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Público lotou o salão, ainda em construção |
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Padre celebra missa no salão, mesmo sem a capela estar pronta |