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Hoje em dia é preciso redobrar a atenção para não cair em fake news |
O Lapin (Laboratório de Políticas Públicas e Internet) é um centro independente de pesquisa e ação voltado para os desafios sociais, éticos e jurídicos para as tecnologias digitais. Fundado em Brasília, desde 2016 o laboratório, sem fins lucrativos, desenvolve pesquisas cientificas, cursos, campanhas e ações esclarecedoras direcionadas a políticas de privacidade, proteção de dados e liberdade de expressão e inovações.
Recentemente o Lapin
lançou uma cartilha para ajudar as pessoas a não caírem nas mentiras espalhadas
pela internet. Todos sabemos que mentiras e boatos não são nenhuma novidade.
Mas de uns tempos para cá elas proliferaram de tal modo com o advindo da
internet que tomou proporções nunca antes vistos. Acesse aqui para obter
gratuitamente a sua cartilha.
A enorme facilidade em
criar conteúdo falso, aliada à rapidez de divulgação instantânea dessas
mentiras criaram condições ideais para uma “tempestade” perfeita par
manipulações e boatos. Mais do que isso, a tecnologia atual trabalha com
inteligência artificial que parece adivinhar aquilo que as pessoas pensam ou
desejam procurar.
Inteligência artificial
Quem usa internet muitas vezes
não percebe que basta fazer uma busca em qualquer site para o provedor da
internet captar na hora as preferências do usuário. Embora sejam recursos
poderosos, se usados de forma errada podem gerar efeitos desastrosos. Por
exemplo quem fizer uma buscar sobre refrigerador, nas próximas vezes que
estiver acessando a internet automaticamente saltarão na frente da página
principal dezenas de anúncios de ofertas vantajosas sobre refrigeradores. E assim também funcionam com assuntos políticos, jogando na frente da tela do computador ou do celular links para sites de credibilidade duvidosa. Não todos, mas a maioria dos sites que não possui o "br" ao final é difícil saber quem são seus verdadeiros donos e localização. Isso porque são registrados em países considerados como "paraísos fiscais" onde estão isentos de fiscalização.
Uma informação falsa pode
levar muitos a tomar atitudes precipitadas, movidas por raiva, ódio ou
indignação incitadas pelo conteúdo enganoso. É o que aconteceu em 2014, quando
um boato de que uma mulher estaria supostamente raptando crianças circulou num
grupo de moradores do município paulista de Guarujá. Pouco tempo depois, uma
mulher com as mesmas características dessa suposta acusação foi confundida com
uma fotografia da suspeita divulgada em grupos. Ela tornou-se vítima de um linchamento
público realizado pelos moradores do bairro do Morrinhos. A vítima foi espancada
gravemente, e morreu dois dias depois dos ataques. Foi comprovado depois que
ela era totalmente inocente no caso.
No Irã, no começo do surto
da Covid-19, ocorreu rumor de que a ingestão de metanol, uma espécie de álcool concentrado
utilizado para abastecer veículos, poderia desinfectar o corpo e matar o coronavírus.
As consequências foram trágicas. De acordo com levantamento realizado por uma
agência de notícias, cerca de 800 pessoas morreram em decorrência desse boato,
5.876 foram hospitalizadas e outras 60 ficaram cegas.
No Brasil, também no
começo da pandemia do Covid-19, uma mulher gravou um vídeo com imagens de um
caixão sendo desenterrado com vários tijolos e sem nenhum corpo e esqueleto
dentro. Ela dizia que as mortes divulgadas em larga escala pela imprensa não
existiam e que os hospitais e funerárias estavam simulando velórios com
defuntos que não existiam. Essa falsa informação se propagou pelas redes
sociais. Dias depois localizaram a mulher, que disse ter gravado o vídeo por
dinheiro. Ela foi presa e responde na Justiça pelos seus atos. As imagens eram do
caixão com tijolos eram verdadeiras, mas tratava da reconstituição de um crime
em São Carlos (SP), onde um empresário tinha simulado a própria morte para a
família receber valioso seguro de vida.
Quem cria ou compartilha desinformação pode acabar preso e multado, respondendo processo na Justiça. A pena para o crime para quem repassa notícia falsa varia de 2 a 5 anos de prisão.
- Algumas dicas para não cair em notícias falsas:
- *1) Não se deixe levar pelas manchetes
Quando a notícia é muito bombástica desconfie
- *2) Verifique a fonte da informação
Não acredite em textos anônimos e sem identificação, pois 99% deles são falsos
- *3) Verifique a data da publicação
As vezes a fonte é de um veículo seguro, mas é uma notícia antiga e fora do contexto de agora
- *4) Faça uma avaliação visual
Muitas vezes sites que propagam desinformação imitam a aparência e o nome de fontes de credibilidade. Atente-se que um simples ponto ou uma barra no endereço eletrônico faz toda a diferença e pode lhe remeter para um site falso
- *5) Faça a checagem em fontes confiáveis
Recorra à ajuda dos
verificadores dos fatos e notícias. Existem várias agências especializadas para
fazer a checagem, tais como a Lupa, Fato ou Fake, Comprova, Aos Fatos, Boatos.Org
e tantos outros.