Lançamento da segunda edição do livro Pavimentação Asfáltica
A segunda edição do livro “Pavimentação
Asfáltica – Formação Básica para Engenheiros”, lançada durante o 12º Congresso
da Brasvias, no último final de semana em Brasília, é extremamente técnico, mas
traz também histórias muto interessantes sobre a pavimentação de estradas no
Brasil e no mundo. Os quatro autores, duas engenheiras e dois engenheiros, de
diferentes Estados brasileiros, são professores de universidades importantes e
reconhecidamente atuantes no meio técnico.
Inicialmente, sua primeira
edição foi distribuída gratuitamente na forma impressa a várias universidades,
faculdades e escolas de Engenharia nas cinco regiões brasileiras, perfazendo
20.000 exemplares. Agora nesta segunda edição o livro está sendo
disponibilizado gratuitamente, de forma digital, por diversos veículos de
comunicação. O conteúdo dos 11 capítulos, distribuídos por 759 páginas do livro,
no formato digital, pode ser acessado clicando aqui neste link:
https://triunfotransbrasiliana.com.br/wp-content/uploads/2022/07/PA-Completo-2022.pdf
Uma das novidades
mostradas no livro é o asfalto de borracha, uma forma alternativa de se incorporar
os benefícios de um polímero ao ligante asfáltico e, ao mesmo tempo, reduzir os
problemas ambientais. O sistema prevê a utilização da borracha de pneus inservíveis
em misturas asfálticas. Os pneus inservíveis, que sempre são problemas para o
meio ambiente, têm se tornado solução para a pavimentação de rodovias e vias
públicas.
Livro é recheado de imagens e mostra fotos das primeiras estradas que ligaram à antiga Roma
Como os pavimentos, a
história também é construída em camadas e por várias etapas, formando caminhos
para examinar o passado. Os arqueólogos nas explorações de civilizações antigas
revelam que a primeira estrada pavimentada com pedras é datada de
aproximadamente 4 mil anos antes de Cristo, na Índia e na Mesopotâmia. Os arqueólogos
descobriram que para fazer as pirâmides no Egito, construídas entre 2.600 a
2.400 antes de Cristo, foram construídas vias com lajões justapostos em base de
mármores e granitos com boa capacidade de suporte. O atrito era amenizado com
umedecimento constante por meio de água, óleo ou musgo molhado.
Na época de Alexandre, o Grande,
que viveu 300 antes de Cristo, havia a estrada de Susa até Persépolis, de
aproximadamente 600 km, onde é hoje Teerã, a capital do Irã, passando por um posto
de pedágio nas portas do Império Persa. Muitas das estradas da antiguidade,
como a de Semiramis, transformaram-se na modernidade em estradas asfaltadas.
Embora seja reconhecida a
existência de sistemas de estradas em diversas partes do mundo, construídas para
fins religiosos, como as peregrinações, e comerciais, foi atribuída aos romanos
a arte do planejamento da construção viária. Atribui-se também ao reinado de
Felipe Augusto (1180-1223) a preocupação em construir novas estradas e
conservá-las na França. Os ingleses observando a forma como eram calçados os
caminhos na França, conseguiram então construir as vias mais cômodas, duráveis
e velozes da Europa.
América Latina
Na América Latina, as
estradas construídas pelos incas, habitantes da região hoje ocupada pelo Peru,
Equador, norte do Chile e oeste da Bolívia, construíram, por volta de 1438, os
mais uteis e estupendos caminhos, desde a região árida do litoral, florestas,
até grandes altitudes na cordilheira dos Andes.
No Brasil a primeira
estrada que se tem notícia foi construída por Mem de Sá, o terceiro governador-geral
do Brasil. Trata-se do caminho aberto, em 1560, para ligar São Vicente ao Planalto
Piratininga. Mais tarde esse caminho foi denominado Estrada do Mar, permitindo
assim o tráfego de veículos de tração animal.
Anos depois, por volta de
1650, foram construídas a Estrada Real e o Caminho do Ouro, usadas como trilha
pelos índios goianás para ligar Ouro Preto (MG) a Paraty (RJ) e o rio de
Janeiro a Diamantina (MG). Em 1896 veio da Europa para o Brasil o primeiro veículo
de carga. Em 1919 era instalada no Brasil uma fábrica da Ford Motor Company e
começa a crescer o número de veículos circulando pelas estradas.
Em 1923 foi abolido o
pedágio pelo governador de São Paulo, Washington Luís, que mais tarde foi
presidente da República. Foi dele a célebre frase “governar é abrir estradas”.
E de fato ele deu início a construção de inúmeras estradas no Brasil. Segundo
dados estatísticos a extensão pavimentada cresceu pouco, se comparada a
quantidade de veículos rodando. Enquanto a pavimentação quase estagnou, a frota
de veículos entre 2009 e 2019 cresceu 81% no Brasil, saltando de 56,8 milhões
para 102,7 milhões de veículos.