Haroldo Ciocca teve contas de 2018 rejeitadas pelo Tribunal de Contas
As contas de 2018 do
ex-prefeito de Irapuã, Haroldo José Pereira Ciocca (PSDB), tiveram parecer
contrário do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em relatório com 18 páginas o
conselheiro Dimas Ramalho relatou inúmeras irregularidades cometidas pelo
ex-prefeito ao longo do seu último ano de mandato.
Entre as irregularidades
apontadas pelo TCE estão a despesa com pessoal acima do limite de 54% da receita
liquida, permitida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo os
técnicos do tribunal apuaram, o ex-prefeito gastou 57,40% com a folha de
pagamento, quando o máximo permitido era de 54%.
O relatório de Ramalho
observa que logo no começo de 2018 foi concedido reajuste salarial aos salários
dos agentes políticos. E que a prefeitura efetuou o pagamento de 14º salário
aos servidores, acarretando despesas extras de R$ 573,8 mil, desatendendo o
princípio da razoabilidade previstas nos artigos 111, 128 e 144 da Constituição
Federal. “O pagamento do décimo-quarto salário aos servidores municipais não
observa o interesse público ou às exigências do serviço, apenas o interesse
privado dos próprios servidores”, escreveu o relator, acrescentando que
trata-se, na verdade, de forma de aumentar a remuneração de forma desavergonhada
e sem que isso traga benefício à população. O ex-prefeito Haroldo Ciocca também
é funcionário público concursado e seria um dos beneficiados com o pagamento do
14º salário.
Antes do despacho do
tribunal, o Ministério Público de Contas (MPC) também opinou pela emissão de
parecer prévio desfavorável devido a deficiências nas contas, como a falta de
planejamento, alterações orçamentárias superior a 19 % das despesas inicialmente
fixadas, apuração de reincidente déficit financeiro e de ausência de recursos
para fazer frente à dívida de curto prazo. O MPC apontou que o ex-prefeito
elevou em 23% o saldo da dívida imediata e excedeu em 3,4% o gasto com pessoal.
Finalizando o relatório o conselheiro Dimas Ramalho escreveu que os fatos
narrados demonstraram que o ex-prefeito de Irapuã não vinha gerando bem os
recursos públicos.