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Juiz sentencia cassação do mandato do prefeito e vice de Ubarana

 

Juiz multa e determina cassação do diploma de eleitos do prefeito e vice-prefeito de Ubarana por acusação de compra de votos

O juiz da 64ª Zona Eleitoral, Fauler Felix de Ávila, proferiu sentença em que determina a cassação do mandato do prefeito de Ubarana Gomides Ferraz Neto (DEM) e do seu vice-prefeito Marco Antônio Vitali (Solidariedade). Além disso, os dois estão sendo multado em R$ 53.205 sob a acusação de compra de votos nas eleições municipais de 2020.

 O juiz acolheu representação do Ministério Público em face das denúncias apresentadas pelo morador Fabiano Manoel da Silva. De acordo com a representação, testemunhas e provas, como vídeos gravados, constataram a ocorrência de abuso de poder econômico e corrupção eleitoral em benefício da campanha do prefeito e vice-prefeito.

“Teria havido uso massivo e orquestrado de camisetas azuis, vestimenta que simbolizava a coligação ‘Vitória do Povo’, dos candidatos representados Gomides Ferraz Neto e Marco Antonio Vitali”, o juiz escreveu, em sua sentença. “Sustenta, ainda, que parte dos eleitores teria recebido quantia em dinheiro para utilizarem a citada vestimenta e pedirem votos no dia da eleição, conforme testemunhos exarados em procedimento preparatório acostado aos autos”.

 Segundo relatos das testemunhas, os próprios candidatos teriam feito a promessa de entrega de dinheiro em troca de votos. Advogados dos representados tentaram anular os vídeos, alegando que poderiam ter sido montados. “Não há qualquer razão fundada para se duvidar da autenticidade do vídeo porquanto não há qualquer indicio concretamente apontado pelos representados de edição ou manipulação”, escreveu o juiz. “Ademais testemunhas ouvidas, como dos próprios representados, reconheceram a gravação como veraz, não havendo necessidade de perícia ou eventual nulidade da prova”.

Entre os vários depoimentos colhidos pela Justiça tem pelo menos quatro testemunhas afirmando terem recebido a quantia de R$ 200 para votar nos candidatos. Disseram ainda em juízo que tantos os candidatos como pessoas envolvidas na campanha pediram para que não se comentassem com ninguém o valor negociado. Uma das testemunhas depôs alegando que um dos enviados da campanha esteve em sua casa e “tirou dinheiro da cueca” para pagar a “compra de votos”.

A reportagem da Folha do Povo não conseguiu contactar com o prefeito Gomides e nem como vice-prefeito Marco Vitali. Sabe-se que eles terão 10 dias para se recorrer da decisão, em primeira instância, da Justiça Eleitoral.

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