Não
é fácil, o coração bate mais forte e mais rápido que “surdo da Mangueira”, no
desfile das escolas de samba do Rio! Além disso, é preciso muita, muita coragem
e bastante calma. É com a “liberdade” do parto, ou a “libertação” da morte...
A
coisa é antiga, mas tenho que contar tudo desde o começo. Entrei no tal de Face
Book por insistência de um grande amigo aí de Rio Preto, o Serginho (Sérgio
Santos). Ele insistiu tanto para que eu entrasse, por ser polêmico e produzir
textos que teriam grande repercussão. Só escrevi um, nem me lembro sobre oque,
só sei que comecei mais ou menos assim: você sabe por que a merda do cavalo é
em bolinhos? A da vaca, em plastas? A do
cabrito em bolinhas e a do coelho em bolinhas menores ainda? Então, se você não
entender nem de merda, por favor, não comente, nem “curta” ou compartilhe o que
vou escrever, e escrevi...
Repercussão
Fantástica! Não gosto da unanimidade, acho ela burra. Nem Jesus Cristo
conseguiu unanimidade! Eu consegui nesse feito: nenhuma repercussão, nenhum
comentário, nada. Cheguei à conclusão que o Face é um lugar para quem não tem
opinião, dar opinião! Nunca mais escrevi, mas achei bom. Reencontrei velhos amigos,
recebi pedidos de amizade de canalhas conhecidos querendo ser meu amigo no Face,
deletei tudo. Só via aquilo quando algum “amigo de verdade” me escrevia algo.
Seguidores, então, jamais! Se tivesse mais que ½, teria “mania de perseguição”!
Recentemente
surgiu um fato novo. Fui um dos 400 mil felizardos no Brasil que tiveram o Face
invadido. Então, “alguém”, porque nessas redes sociais você não sabe se esse
alguém existe, ou só existe o virtual. Se é homem, ou mulher você nunca vai
saber. Aliás, sem nenhum preconceito, pois até meus conceitos mudam, basta um
novo entendimento. Então, hoje está tudo muito mais liberado e liberal, temos o
heterossexual, o homossexual e até o bissexual! Não me perguntem o que é...
É
normal a molecada falar do “namorado da minha mãe”, da “namorada do meu pai”.
Antigamente, nem em sonho. O namorado do meu pai, ou a namorada da minha mãe,
nem em pesadelo! Já deve estar rolando por aí...
Felizmente
hoje está tudo mudado. Todo mundo tá saindo do armário. Só quem já saiu, já
sentiu. Diria que a sensação de sair do armário só é comparável à liberdade
parto, ao sair de um ambiente escuro e abafado e encontrar um mundo claro,
ensolarado, arejado para respirar pela primeira vez. A sensação de libertação, alívio
e leveza, somente comparada à da morte, ao deixar um corpo quebrado em um
acidente, doente incurável, irrecuperável pela idade avançada. Um corpo que já
não te interessa mais...
Voltemos
ao Face. “Alguém” colocou seus desejos sexuais em meu nome. Como raramente via
aquilo, só fiquei sabendo quando comecei a receber ligações de amigos
apavorados, indignados, preocupados, para que eu tirasse aquilo de lá. Como
sempre tenho muitas coisas “menos importantes pra fazer”, não me preocupei com
isso, afinal, pra quem me conhece não preciso justificar nada. Para quem não me
conhece, não iria adiantar nada minhas justificativas, meras desculpas. Só fui
ver o que era, quando uma amiga me perguntou: resolveu sair do armário? Depois
de ver o que estava ocorrendo e de muito pensar e relembrar, fui obrigado a
concordar com ela... Sim, saí do armário! Isso aconteceu há muito tempo, mas só
agora com a liberação geral e a minha, posso confessar.
Se você pretende tomar
essa decisão, preste atenção na “voz da experiência”, que essa orientação você
não vai encontrar nem no Google, mesmo assim, reações adversas podem ocorrer.
Tudo aconteceu ainda na juventude, aquela fase que você não sabe que curso vai
fazer, onde vai trabalhar, onde vai morar, o que você quer. Então você começa a
tentar, procurar e arriscar tudo. Quando dei por mim, estava dentro do armário!
Mas, você tem que sair romper essa barreira. O coração bate alto, forte e
descontrolado. A respiração fica ofegante, um suor frio começa a brotar pela
pele. A adrenalina jorra solta e uma escuridão invade sua visão... Muita calma
nessa hora! Controle-se, acalme-se, espere o momento certo que você receberá um
aviso. Finalmente ele chega! Aí bate um tremendo medo, ou será pavor? O que vai
acontecer, como será daqui pra frente? E se tudo der errado? Tem volta?
Aquele
“toc-toc” soa o clarim dos anjos, ou um tiro de canhão! Como acreditar na voz
que sussurra “sai logo”! Aí, é o agora, ou nunca. Se tem que sair, que saia
logo, não dá pra ficar nessa situação pra sempre! Então, você reúne forças e
coragem e finalmente sai do armário. Mas ainda resta uma dúvida cruel! Sai
normalmente pela porta da frente, como se nada tivesse acontecido? Pela porta
dos fundos, envergonhado, arrependido? Ou sai pela janela, como um fugitivo da
realidade? Mas não é momento para pensar, saia logo, o mais rápido possível! É
um turbilhão de sentimentos e sensações que você só vai analisar e entender
mais tarde, calmamente, depois de várias cervejas solitárias. Foi azar, ou
burrice?
É inevitável promessa para não ser cumprida: nunca mais faço isso!
Depois as coisas vão se ajeitando... Não foi burrice nem azar. Foram os
impulsos sexuais, as fantasias, as aventuras próprias da idade, ou isso tudo
são meras desculpas pra se justificar? Então, já com mais calma, você começa a
procurar um culpado... Nunca admitimos nossa culpa. Mas então, de quem é a
culpa? De qualquer forma foi uma experiência maravilhosa. Mas, de quem é a
culpa? Finalmente a verdade chega: dele é claro! Do marido dela, que chegou
fora de hora e sem avisar! Ahahahaha!!!
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Silvio Caruso