![]() |
Oncologista Bárbara Beneton atende paciente no Centro de Oncologia do Austa Hospital |
Outubro Rosa começou com o objetivo de conscientizar a população sobre o câncer de mama, o tipo de tumor mais incidente entre as mulheres no Brasil (excluindo o de pele) e que vem avançando no Brasil. O ano de 2025 deve encerrar com mais de 73.600 novos casos por ano, considerando o triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). São 42 casos em cada 100.000 mulheres. Entre 2018 e 2023, houve crescimento de 59% no número de diagnósticos de câncer de mama — de 40.953 para 65.283. A mortalidade também cresceu: em 2023, mais de 20 mil mulheres morreram, 38% mais do que 14.600 óbitos em 2014.
Números que, por si só, justificam o quanto é fundamental as mulheres realizarem a mamografia e demais ações preventivas, salienta a médica oncologista Bárbara Cristina Beneton Pinto. "Manter o peso saudável, alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, evitar álcool em excesso e fazer mamografia periódica são fundamentais", afirma a oncologista, lembrando também que o Ministério da Saúde ampliou a mamografia a partir dos 40 anos.
Boa notícia: os avanços no tratamento cirúrgico
A luta contra o câncer de mama ao menos ganha um aliado cada vez mais eficaz: os tratamentos cirúrgicos. Segundo a médica mastologista Thaissa Daud de Faria Cavalin, do Austa Hospital, as técnicas cirúrgicas transformaram a forma como a doença é tratada, com foco não apenas no controle oncológico, mas também na preservação estética e na qualidade de vida das pacientes.
"Houve importante evolução dos procedimentos extremamente radicais para abordagens mais conservadoras e funcionais, sem perder a eficácia do tratamento. Hoje, as cirurgias conservadoras permitem retirar o tumor com margem de segurança, preservando o restante do tecido mamário e oferecendo resultados equivalentes à mastectomia quando associadas à radioterapia", explica a mastologista. Já a retirada total da mama ainda necessária em alguns cenários, porém passou a contar com técnicas poupadoras de pele e aréola, o que facilita a reconstrução e melhora a autoestima das pacientes.
Entre os principais avanços, Dra. Thaissa cita a cirurgia oncoplástica, que une a segurança do tratamento oncológico às técnicas de cirurgia plástica. "Essa combinação possibilita a retirada de tumores mais extensos sem prejuízo estético, por meio da redistribuição do tecido mamário ou do uso de retalhos locais", pontua a médica do Austa Hospital.
Outro progresso, segundo ela, é a reconstrução mamária imediata, realizada no mesmo momento da cirurgia oncológica, seja com implantes de silicone ou com tecidos da própria paciente. Essa prática reduz o impacto psicológico da mutilação e permite que a mulher saia do hospital já com o contorno da mama preservado.
As novidades não param por aí. Técnicas modernas permitem implantes em posição pré-peitoral, diminuindo dor e deformidades musculares. Há também avanços no uso de expansores, que preparam o espaço para a colocação definitiva de próteses, reduzindo complicações em pacientes que passam por radioterapia.
Os avanços dos tratamentos cirúrgicos do câncer de mama, no entanto, ainda convivem com mitos e desinformações. Um dos mais comuns, de acordo com a mastologista, é a crença de que a cirurgia conservadora é menos eficaz do que a mastectomia, o que não corresponde à realidade científica. "Outra ideia equivocada é a de que a reconstrução deve ser sempre tardia, quando, na verdade, a reconstrução imediata traz benefícios comprovados à autoestima e à qualidade de vida. Há ainda a falsa percepção de que implantes aumentam o risco de câncer ou de recorrência da doença, o que não encontra respaldo nas evidências médicas", acrescenta Dra. Thaissa.
![]() |
Mastologista Thaissa Daud, no centro cirúrgico do Austa Hospital |
Para a oncologista Bárbara Beneton e a mastologista Thaissa Daud, no que tange aos tratamentos cirúrgicos, a boa nova deste Outubro Rosa é clara: o tratamento cirúrgico do câncer de mama deixou de ser sinônimo de mutilação.
"A medicina atual oferece recursos que conciliam a eficácia oncológica com a preservação da feminilidade e da autoestima, garantindo que cada paciente possa enfrentar o câncer de forma mais humana, digna e esperançosa", afirma a oncologista clínica do Austa Hospital.
Centro de Oncologia do Austa Hospital
É o que os pacientes encontram no Centro de Oncologia do Austa Hospital, onde desfrutam de ambiente acolhedor, humanizado, confortável e com equipe multiprofissional especializada e toda estrutura necessária para o tratamento da doença, como consultórios e uma ampla sala de infusão com camas e poltronas onde são ministrados os medicamentos proporcionam, além de conforto, a privacidade necessária a cada paciente.
O Centro é totalmente integrado ao Austa Hospital, o que garante cuidado completo do paciente desde o diagnóstico para confirmação ou não da doença até se houver necessidade de cirurgia, internação em quarto ou UTI e atendimento na emergência.
As duas médicas enfatizam que o mais importante é que as mulheres procurem atendimento especializado assim que percebam qualquer alteração na mama. "O diagnóstico precoce aliado ao tratamento clínico e às técnicas modernas de cirurgia garantem não apenas mais chances de cura, mas também uma vida com mais qualidade após o tratamento", reforça a mastologista.
Saiba mais sobre o câncer de mama
O câncer de mama se origina no crescimento descontrolado de células mamárias que formam tumores; pode surgir nos ductos (ductal) ou lobos (lobular), e pode ser in situ (restrito) ou invasivo.
Os fatores de risco incluem idade (o risco aumenta bastante após os 50 anos), histórico familiar ou genético (estimativas de mutações hereditárias respondendo por 5-10% dos casos), exposições hormonais (menarca precoce, menopausa tardia, uso de terapia hormonal, gravidez tardia), obesidade, sedentarismo, ingestão de álcool, alta densidade mamária e fatores ambientais.
Os sintomas comuns são nódulo ou caroço endurecido, alteração no contorno da mama, alterações de pele (como "casca de laranja"), inversão de mamilo, secreção espontânea, dor ou sensação de endurecimento, alterações nas mamas ou nas axilas. A detecção precoce por autoexame, exames clínicos, ultrassonografia e sobretudo mamografia são essenciais, pois aumentam a probabilidade de tratamento bem-sucedido.