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Neurologista da Famerp explica a doença que afetou o cantor Ozzy Osbourne

 


O lendário cantor Ozzy Osbourne, que morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos, foi diagnosticado com Parkinson em 2020. O líder da banda Black Sabbath, no entanto, apenas descobriu a condição neurodegenerativa progressiva após sofrer complicações por uma queda, em sua casa, um ano antes. Assim como o “Príncipe das Trevas”, cerca de 8,5 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pelo Parkinson, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). A expectativa é que mais de 25 milhões de casos sejam confirmados até 2050, segundo estudo publicado pela revista The BMJ. Somente no Brasil, a doença afeta mais de 200 mil pessoas. 

De acordo com o neurologista Dr. Fábio de Nazaré, professor da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), o diagnóstico da doença é essencialmente clínico, baseado nos sintomas e histórico do paciente. Porém, exames como a ressonância e a tomografia são utilizados para descartar outras doenças. 

Dr Fábio de Nazaré, neurologista da Famerp

“À medida que envelhecemos, os mecanismos de proteção dos neurônios deixam de funcionar adequadamente, tornando as células mais vulneráveis”, afirma o professor, que também é coordenador do Ambulatório de Transtornos do Movimento da Famerp/Funfarme. 

Além do envelhecimento, também são fatores de risco a exposição a agrotóxicos e metais pesados. Em relação ao tratamento, Dr. Fábio explica ser sintomático, com medicamentos que aliviam tremores, rigidez e lentidão dos movimentos, mas que não possuem o potencial de interromper a progressão da doença. “Há, no entanto, medidas que ajudam a retardar a evolução: boa alimentação, sono adequado, atividade física, lazer e evitar álcool e cigarro”, diz. 

Para pacientes que não respondem mais ao tratamento medicamentoso, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) pode ser uma alternativa decisiva. A técnica, que insere eletrodos em áreas específicas do cérebro ligados a um gerador implantado no tórax – como um “marcapasso cerebral” – pode reduzir em até 50% o uso de medicamentos e melhorar significativamente a qualidade de vida. “Mas nem todos os pacientes são candidatos. Eles passam por triagem rigorosa no ambulatório, onde avaliamos histórico, resposta ao medicamento, exames de imagem e testes neuropsicológicos”, explica.

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