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Portinari das pinturas, com quadros avaliados em mais de R$ 1 milhão, aos perfumes e aos vinhos

 

Reprodução dos painéis "Guerra e Paz" de Cândido Portinari, que estão na sede da ONU

Nelson Gonçalves, especial para a Folha2

Portinari é um nome que carrega uma grande carga cultural e histórica no Brasil. Além de ser o sobrenome do mais famoso pintor brasileiro, Cândido Portinari, que encantou o mundo com suas obras de arte, ele também é uma marca que remete a diferentes experiências sensoriais.

 Portinari é o nome de um perfume sofisticado e envolvente da marca O Boticário, que busca transmitir toda a intensidade e beleza presentes nas obras do mestre modernista, com fragrâncias que tocam os sentidos e evocam emoções profundas. A escolha do nome do perfume é uma homenagem à arte e ao legado cultural deixado por Portinari.

Além disso, "Portinari" também é utilizado como nome de uma linha de vinhos que busca refletir a riqueza e a complexidade de uma tradição brasileira, assim como a arte que o pintor deixou para o país e para o mundo. O vinho Portinari é sinônimo de elegância e prazer, complementando a grandiosidade que o nome representa.

 Dessa forma, Portinari é mais do que um nome – é uma homenagem à arte, à cultura e à elegância, unindo o melhor da tradição brasileira em diferentes formas de expressão, do cheiro ao sabor, passando pela pintura que imortalizou o país no cenário mundial.

"Criança Morta" é um dos quadros de Portinari avaliado em mais de R$ 1 milhão

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Quadros avaliados em mais de R$ 1 milhão 

Em termos de mercado, Portinari ainda representa para a arte moderna brasileira o que Picasso significa para a arte europeia, ou seja, um selo de garantia de liquidez. Uma icônica tela de Portinari, simplesmente denominada como “Menino”, pintada em 1958 pelo artista, foi arrematada por R$ 4,2 milhões em 2019 em um leilão realizado em Lisboa. No mesmo ano, o quadro “Flautista”, de Cândido Portinari, foi a leilão, em São Paulo, por R$ 9 milhões.

Outro quadro de Portinari, “Menino de Brodowski”, pintado em 1946, cujo preço estava estimado entre US$ 60 mil a US$ 80 mil, foi arrematado num leilão em Nova Iorque por US$ 242 mil (cerca de 1,5 milhão em reais). As obras mais valorizadas são o óleo sobre tela ou madeira.

Cândido Portinari é o filho mais ilustre de Brodowski, cidade do interior paulista

 História de Cândido Portinari

 Cândido Portinari (1903 – 1962) foi um importante brasileiro, que se destacou na pintura por sua temática social e por sua projeção internacional. Ele nasceu em 30 de novembro de 1903 em uma fazenda de café, na cidade de Brodowski, no interior paulista.

Filho de italianos, Portinari veio de uma família humilde e era o segundo filho de doze irmãos. Estudou até o primário, mas participou da elite intelectual brasileira e internacional.

Aos 15 anos fixou residência no Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes. Aos 20 anos, Cândido Portinari já era conhecido internacionalmente. Com 25 anos ao participar da Exposição Geral de Belas Artes ganhou como prêmio passagens para viajar ao exterior. Assim ele morou em Paris e outras cidades europeias, onde conheceu vários artistas, além de Maria Martinelli, uruguaia com que se casou e viveu toda sua vida.

Portinari foi, sem dúvida, o mais importante pintor brasileiro de todos os tempos. Alcançou projeção internacional. Retratou, até certo ponto, questões sociais sem desagradar os governantes. Utilizou sua arte como ferramenta social, destacando as injustiças. Participou de inúmeras exposições, trabalhando de forma incansável. Recebeu diversos prêmios e além da pintura, Portinari também se dedicou à ilustração, gravura e à docência, sendo professor de artes plásticas.

Em 1941, produziu os murais da Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, nos Estados Unidos. Em 1944 foi convidado por Oscar Niemeyer para contribuir com suas obras para o projeto arquitetônico da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Lá ele pintou a Via Sacra e as obras sacras de São Francisco.

Em 1948, após se envolver com política no Brasil, precisou se exilar no Uruguai. Ele era ativo no movimento político-partidário e chegou a se filiar no Partido Comunista Brasileiro, pelo qual se candidatou a deputado, em 1945, e a senador, em 1947, perdendo em ambas as eleições.

A década de 1950 marcou a vida de Cândido Portinari. Foi convidado a pintar, em 1953, os famosos murais “Guerra e Paz” para a sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque. Em 1955 foi honrado, também em Nova Iorque, com a medalha de ouro como O Melhor Pintor do Ano. Na construção de Brasília foi novamente convidado por Oscar Niemeyer para contribuir com suas obras para a capital federal. Durante a invasão do prédio dos três poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023 um quadro de Portinari, avaliado em mais de R$ 1 milhão, no Palácio do Planalto, foi esfaqueado pelos invasores.

Em meados de 1962, Portinari aceita encomenda da prefeitura de Barcelona, na Espanha, para pintar um grande mural naquela cidade. Contudo, devido a intoxicações com as tintas ele faleceu aos 58 anos de idade.

Em Brodowski a casa onde morou foi transformada num museu. O local reúne diversas obras, móveis e objetos pessoais do artista. Atualmente ali são desenvolvidas diversas atividades educativas e culturais.

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"Navio Negreiro", de Portinari, foi arrematado por R$ 9 milhões

"O "Flautista" é outra obra rara de Portinari que vale muito dinheiro

O perfume Portinari, lançado pelo Boticário, é uma homenagem ao artista

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