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De bem com o tempo e com vida, dona Vina completa 104 anos

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Dona Vina completa neste dia 1º de fevereiro 104 anos e bem vividos

 Marival Correa, especial para a Folha2

Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, diz que deseja as coisas, e não o tempo que as mede. Para o poeta, o tempo é tão fugaz que simplesmente não é possível aferi-lo em um relógio ou calendário. O tempo, portanto, é apenas a forma como vivemos. E Violeta Sahão é a prova de que o tempo não é algo a ser medido ou quantificado. Ao completar 104 anos de idade neste dia 1 de fevereiro, ela confirma que o tempo, na verdade, é um aliado que dá completude e sentido à vida.

Dona Vina, como carinhosamente é chamada, reside em Catanduva, região noroeste do estado de São Paulo, cercada do carinho de familiares e amigos. Ativa, dispensa até mesmo óculos para fazer suas leituras e assim, com disposição, integra uma parcela da população que desafia a noção fria de tempo, especialmente em uma época regida pela instantaneidade do universo digital.

Segundo dados do IBGE, o Brasil tem ao todo 37,8 mil pessoas com 100 anos ou mais. A maior parte são mulheres: cerca de 27,2 mil centenárias. O número de pessoas do sexo feminino nessa faixa etária é mais do que o dobro de homens com a mesma idade. Segundo o IBGE, a população feminina vive em média 80,5 anos, enquanto os homens, 73,6 anos.

Média essa que dona Vina ultrapassou com a fibra característica de sua família, de origem libanesa, que superou as adversidades e descreveu uma trajetória de conquistas na região onde fincou suas raízes.

Nascida em Borborema, mudou-se ainda muito jovem com a família para Urupês. Filha de Cipriano Sahão e Farid Rayes, ela teve seis irmãos – quatro homens e duas mulheres, já falecidos – , e chega aos 104 anos sem receio de compartilhar o segredo de sua longevidade: “Na verdade, não tem segredo. É o amor pela minha família que me faz ter essa vontade de viver”, diz ela, que faz questão de destacar que não tem diabetes, nem pressão alta ou mesmo colesterol.

E também não tem restrição alimentar. “Gosto de todos os pratos, especialmente os árabes, e não dispenso uma leitoa”, conta dona Vina, que dessa forma acaba por resumir, talvez, um bom jeito de levar a vida, sem uma receita pronta. Seja como for pra viver, contanto que não falte o essencial: amor.

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Dona Vina ainda conserva o sorriso e a beleza dos tempos de juventude

Dona Vina e a sobrinha Beth Sahão, hoje deputada estadual



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