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Prefeita de Potirendaba realiza prestação de contas para transição de gestão

 

Prefeita Gi convida diversos representantes da sociedade para prestar contas
(fotografia de Oscar Oliveira/Folhas2)

Os ex-prefeitos Carlos Alberto Rodrigues (2005 a 2008) e Flávio Daniel Alves (2017 a 2020) foram alvos de reiteradas críticas na cerimônia de prestação de contas da prefeita Gislaine Montanari Franzotti (PL), reeleita para o seu quarto mandato à frente da Prefeitura de Potirendaba. Durante quase duas horas, a prefeita, junto com assessores, fez sua prestação de contas da gestão do seu terceiro mandato para representantes da Câmara, da Polícia Militar, do Lions Clube e de entidades não-governamentais sediadas na cidade. O Ministério Público e o juiz da comarca também foram convidados, mas não compareceram.

 Sem citar os nomes de seus dois antecessores, a prefeita culpou ambos pelo endividamento do município. “Nós herdamos quase 15 milhões de precatórios não pagos, parcelamos essa dívida em 240 prestações, liquidando cerca de 9 milhões com o pagamento de 185 parcelas, e ainda temos mais 55 parcelas para pagar”, explicou, lembrando que quando assumiu a prefeitura pela primeira vez, em 2009, o prefeito que a antecedeu no cargo não fez a transição e para poder entrar no prédio ela precisou acionar um chaveiro, para não ter que arrombar as portas de entrada da Prefeitura.

 O vice-prefeito Luiz Sérgio Montanari Franzotti (Republicanos), filho da prefeita e também reeleito para o cargo de vice, frisou que a prefeitura não teve “dois fichas-sujas, mas dois fichas bem imundas” no comando da cidade. O vice-presidente da Câmara, vereador Júlio Augusto Boechat (PV), autor da Lei 3.021, que dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de contas para a transição de governo também criticou a atuação dos ex-prefeitos. “Que esses desmandos ocorridos em nossa cidade com gestores irresponsáveis não voltem a se repetir”, afirmou, acentuando que as irregularidades também tiveram a conivência de quem estava, na época, na Câmara Municipal.

 O presidente da Câmara, vereador Rafael Coiado Bertasso (PTB) também participou da cerimônia de prestação de contas para a transição de gestão e elogiou a transparência. As ausências de informações numa transição de governo, prejudica a continuidade dos serviços essenciais que são oferecidos à população. Brigas políticas e disputas eleitorais não devem de forma alguma estar acima das responsabilidades dos gestores públicos.

O advogado Agnaldo Yamamoto Pedrão, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, na gestão 2013-2014, elogiou a atuação da prefeita Gi e do vice-prefeito Luiz Sérgio. “Nós temos uma prefeita e um vice extremamente responsáveis e com eficiência”, afirmou Pedrão.

Orçamento de R$ 110 milhões

 Gi, como é popularmente conhecida a prefeita, governou a cidade durante três períodos distintos (2009 a 2012, 2013 a 2016 e 2021 a 2024). A partir do dia 1º de janeiro ela assume o seu quarto mandato para administrar um orçamento acima de R$ 110 milhões com 487 funcionários efetivos e 42 cargos em comissão. A prefeita observou que desde o sistema de reeleição foi implementado no Brasil, José Luiz Franzotti foi reeleito, ocupando o cargo por três mandatos, e ela foi duas vezes reeleita para o cargo. “Nunca ninguém da oposição, mesmo estando no poder, conseguiu se reeleger no cargo”, destacou, acrescentando que os dois últimos prefeitos de oposição ao seu grupo político não somente não se reelegeram como também se tornaram inelegíveis.

 “Todo mundo sabe que eu sou de direita, não gosto do PT e nem de sindicalistas. Mas não teve ninguém mais que defendeu os funcionários do que nós. É muito bonito falar que defende funcionários, mas não paga aquilo que é devido aos funcionários”. Ela teceu esses comentários em referência a falta de pagamentos e dos repasses daquilo que era descontado mensalmente na folha de pagamento dos servidores, mas não foi repassado ao IPREM (Instituto de Previdência Municipal). “Só para o IPREM, a última gestão, antes de nós, deixou de repassar mais de 7 milhões de reais”.

 “Estamos pagando a dívida deixada pelos outros para a Prefeitura não ficar inadimplente e negativada”, explicou, acrescentando que sua gestão nunca deixou de honrar esse compromisso. “Todos os meses pagamos aquilo que é da nossa gestão e mais uma parcela da dívida herdada dos ex-prefeitos”.

 Para Gi, os dois ex-prefeitos fizeram governos irresponsáveis que comprometeram o orçamento da cidade inteira. “Quantas outras coisas poderíamos ter feito com esse dinheiro”. Perguntada o que ela deixou de executar, mas que gostaria de ter feito, Gi respondeu que teria construído mais praças e áreas de lazer para a população. Disse também que investiria mais em saúde, educação e até aumentaria o salário dos funcionários públicos.

 “Temos que ter responsabilidade na administração e com o dinheiro público”, frisou a prefeita. “A gente não rouba e não deixa roubar. E não gastamos mais daquilo que arrecadamos”. Nos dez primeiros meses de 2024 foram economizados R$ 231 mil em comparação com o mesmo período do ano passado.

 Gi também frisou que Potirendaba está sempre na vanguarda dos projetos e iniciativas inovadoras. “Agora que o Governo do Estado proibiu o uso de celular na sala de aula. Aqui em Potirendaba isso já é proibido faz tempo”, destacou. A cidade foi uma das pioneiras no interior paulista a instalar câmeras de monitoramento em pontos estratégicos. “Temos em pleno funcionamento 460 câmeras de monitoramento e em fevereiro deverão ser instaladas mais 50 câmeras”.

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Reunião foi realizada no gabinete da prefeita com mais de uma dezena de pessoas, representantes da sociedade civil do município


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