![]() |
Quem for viajar para países considerados como área de risco para a proliferação da febre amarela é obrigado a tomar vacina e apresentar o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) |
Quem estiver com viagem marcada para o exterior deve se atentar para ter em mãos o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) da febre amarela. Esse é um documento exigido por mais de 100 países, principalmente aqueles que têm regiões com riscos da disseminação da doença. Na África são 34 países e nas Américas Central e do Sul são 13 que fazem a exigência desse certificado, normatizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Confira a lista dos países que exigem o CIVP, clicando aqui
Entretanto faltam no Brasil
informações precisas sobre a doença e principalmente a obrigatoriedade da vacina para quem for viajar para fora. Nos postos de saúde quase ninguém saber informar, de forma
correta, como proceder para se obter o CIVP. Profilaxia é a utilização de
procedimentos e recursos para prevenir e evitar doenças. Alguns funcionários das
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), sem conhecimento, sugere a quem procura por
esse certificado para se dirigir ao aeroporto, aos Correios, Poupatempo ou à
sede das secretarias de Saúde. Mas nenhuma das alternativas é a correta, pois
tudo é feito pelo aplicativo Gov.br, do Governo Federal. Para isso basta baixar
o aplicativo, preencher seus dados e cadastrar uma senha.
A febre amarela é uma
doença viral aguda, imprevisível, transmitida ao homem pelos macacos, por meio
da picada de mosquitos infectados. O vírus transmitido pelo mosquito é muito
parecido com o Aedes aegypti da dengue. A maior frequência da febre amarela
ocorre entre os meses de dezembro a maio, período de maior incidência de
chuvas, quando aumenta a proliferação do mosquito. A febre amarela é uma doença
perigosa que pode levar as pessoas à morte.
A doença costumava ser
bastante comum no começo do século passado e matava centenas de pessoas. A cura
para a doença ocorreu quando o médico Max Theiler e seus colegas de experimentos
demonstraram aos colegas que a causa da febre amarela não era uma bactéria, mas
um vírus.
A vacina é a principal
ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. O Sistema Único de Saúde
(SUS) oferece a vacina contra a febre amarela de graça para a população.
Qualquer criança a partir dos 5 anos de idade já pode tomar a vacina. No Brasil
a vacina pode ser aplicada nos adultos até 59 anos.
A partir dos 60 anos a
vacina somente é aplicada com atestado médico. Não é recomendada para pessoas
que possuem comorbidades avançadas, como transplantados ou que tenha algum
problema grave de saúde. Dois médicos consultados pela reportagem da Folha2
disseram não haver nenhum perigo, desde que não tenham problemas de saúde, os
idosos tomarem a vacina.
O problema principal é a
desinformação dos funcionários públicos nos postos de saúde. A maioria desconhece essas
orientações e não sabem como se faz para a emissão do CIVP (Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia). Desde abril de
2017, o Brasil adota o mesmo esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a
vida, sendo que a pessoa que recebeu a dose quando ainda criança está indicada
a tomar dose de reforço, independentemente da idade que tiver. Essa medida está
de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de
acordo com os médicos ouvidos pela Folha2, essa é uma das mais seguras e
eficazes vacinas. Raramente reações graves e até mesmo fatais tem sido registrado.
No Brasil, a incidência de reações foi de 0,42 casos por cada 100.000 habitantes.
.
![]() |
Campanha desenvolvida pelo Governo de Minas Gerais para incentivar a vacinação contra a febre amarela |
A vacina só pode ser aplicada por profissional qualificado, que deve emitir, na hora, um comprovante assinado, onde conste o número do lote e o fabricante da vacina, bem como o carimbo com o nome e identificação do profissional. As salas de vacinação nas unidades de saúde geralmente funcionam de segunda a sexta-feira, em horários específicos. A maioria funciona somente até as 16 horas.
De posse do comprovante,
deve-se acessar o site ou aplicativo do Gov.br com CPF e senha. Quem ainda não
tem conta no “gov.br” deve preencher o cadastro para obtê-la.
Não há atendimento presencial, como tinha antigamente nos aeroportos, para a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP). Todo o processo é feito de forma online. Para isso deve-se acessar o site do SUS Digital (clique aqui para acessar) ou baixar o aplicativo Meu SUS Digital no seu celular.
Para entrar no SUS Digital é
preciso ter em mãos a senha do Gov.br. Antes de entrar no sistema fotografe ou
escaneia seu comprovante de vacinação emitido pelo posto de saúde. É importante que apresente,
de forma legível, o nome do viajante e o registro da vacina contra a febre
amarela, contendo a data de administração e o lote da vacina. Os dados serão conferidos
com a inclusão feita pela Unidade Básica de Saúde (UBS) no sistema nacional de
vacinação.
E aí basta seguir os seguintes passos: Início/Vacina/Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP). Se as informações fornecidas estiverem corretas, o tempo de análise do documento é de 48 horas. A confirmação é feita pelo e-mail informado no cadastro. Mas pode-se consultar a emissão pelo aplicativo ou site do SUS Digital.
Dúvidas pode ser esclarecidas
pela Central de Atendimento ao Viajante (CAV) da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) pelo telefone 0800-6429782. Não existem custos aos viajantes
para a emissão do certificado.
O médico deve assinar e carimbar o atestado com o número do seu registro profissional junto ao órgão de classe, o Conselho Regional de Medicina (CRM). Para facilitar o trabalho do médico, a ANVISA, disponibiliza um modelo de atestado de isenção com tradução do português para o inglês. Clique aqui para ver o modelo de atestado.