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Veja quanto cada partido receberá nas eleições de 2024 do Fundão Eleitoral |
Nelson Gonçalves, especial para a Folha2
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou, nesta segunda-feira (17),
os valores que cada partido vai receber do Fundo Especial de Financiamento
de Campanha (FEFC). Ao todo, 29 partidos receberão quase R$ 5 bilhões. Para
sermos mais exatos são R$ 4.961.519.777,00.
Somados PL, PT e União Brasil, esses três partidos representam mais de 40% do valor total de quase R$ 5 bilhões em recursos públicos destinados às campanhas eleitorais deste ano. Na sequência aparecem o PP, PSD e MDB, que somam 25%, ou seja ¼ do benefício do "fundão partidário". Esse valor foi estabelecido pelo Congresso Nacional para gastos com a corrida eleitoral deste ano.
Os critérios da divisão desse montante também foram fixados em lei (Lei
nº 9.504/1997, em seu artigo 16-D) pelos parlamentares. Para receber os recursos,
cada partido precisa definir critérios de distribuição às candidatas e aos
candidatos, de acordo com a lei, respeitando, por exemplo, a cota por gênero e
raça. O plano deve ser homologado pelo TSE.
O papel do TSE é dar
racionalidade e transparência aos critérios de definidos pelos congressistas.
Ao final do pleito, os partidos deverão apresentar a prestação de contas
detalhada, que será examinada e votada pelo plenário do Tribunal.
Críticas à concentração dos recursos
A prática pode ser surpreende para muitos, mas sempre foi recorrente nos partidos. No período entre 2019 a 2021, políticos sem cargo eletivo também receberam salários e tiveram suas despesas de viagens para perambularem por todo o Brasil pagas por seus partidos. Lula e Ciro Gomes, por exemplo, um ano antes das eleições de 2022, receberam na somatória quase R$ 1 milhão de seus partidos, respectivamente PT e PSB.
Os presidentes de partidos não admitem, mas sabe-se que existe um verdadeiro “mercado” de interesses por trás do comando das siglas. Enéas Carneiro que chegou a ser o deputado mais votado do país foi acusado de “comercializar” a venda do seu partido, o antigo Prona, para postulantes a cadeira de deputado. Nas eleições de 2000 a Justiça Eleitoral de Araçatuba instaurou inquérito para apurar a venda da legenda do PSDB. O então presidente da sigla na cidade, Sidney Cinti, foi acusado na época de ter recebido cheques no valor de R$ 700 mil para “vender” o partido. Apesar das provas de testemunhas e documentais, ele negou a venda do partido e não recebeu nenhuma condenação porque a “venda de partido” não está tipificado como crime na legislação.
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TSE somente fiscaliza se o dinheiro foi dividido proporcional de forma correta entre os partidos |