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Apesar de incêndio de grandes proporções, Julimade continua funcionando

Thiago de Lima, da Julimade, informa que empresa continua de portas abertas para atender os clientes para poder manter o emprego de 16 funcionários

Nelson Gonçalves, para a Folha2 

Incêndio de grandes proporções causou estragos significativos na empresa Julimade Madeiras, no jardim Mugnani, em São José do Rio Preto. O proprietário Thiago de Lima informa que, apesar dos estragos que a empresa sofreu, ela continua firme e forte. Disse que vai se recuperar e reerguer novamente a Julimade, considerada como uma das mais fortes do setor. Ele garantiu que nenhum dos 16 funcionários serão dispensados e que fará de tudo para honrar os compromissos com os fornecedores.

Alguns fornecedores talvez vão precisar dilatar um pouco mais os prazos de pagamentos. A estimativa é de que os prejuízos devem chegar a casa de R$ 2 milhões.

De acordo com informações de testemunhas, as chamas chegaram a mais de 10 metros de altura. A funcionária Marisa, que mora numa casa nos fundos da empresa, conta que por volta das 5h30 da manhã da última quarta-feira, dia 5, observou que as lâmpadas em sua residência começaram a piscar. Ela imaginou que pudesse ser alguém que tivesse invadido o prédio da empresa para furtar a fiação elétrica e saiu para fora de casa. “Sai para fora de casa e da calçada na frente da empresa vi que estava tudo normal”, informou, acrescentando que até aquele momento não havia nenhum sinal de incêndio.

Parede corta-fogo ajudou a salvar parte da empresa

A parede corta-fogo, separando dois ambientes na mesma empresa, ajudou a salvar todo o estoque de madeira e os dois caminhões da Julimade Madeiras
 

Por volta das seis horas da manhã o fogo se alastrou rapidamente na parte da frente do imóvel, que é dividido por uma parede corta-fogo – uma exigência feita pelo Corpo de Bombeiros alguns anos atrás. No local havia essa divisão porque a empresa trabalha com dois segmentos de produtos: madeira e ferragens para fabricação de móveis. Os dois itens ficavam em prédios diferentes, separados pela parede corta-fogo. A parte onde ficavam as ferragens foi toda consumida pelo fogo. Mas a parte onde ficam as madeiras não foi atingida e a empresa continua em pleno funcionamento.

Thiago conta que no barracão ao lado funciona o Projeto Mundo Novo. A instituição presta assistência para 106 crianças. Um dia antes, ladrões entraram no local e furtaram parte da fiação do barracão da entidade. “Na terça feira-feira percebemos que as luzes em nossa empresa começaram a piscar e vimos que o pessoal (da entidade) estavam mexendo na fiação”, conta Thiago. Felizmente não houve vítimas. E a sorte que os funcionários da empresa chegaram cedo e rapidamente colocaram para fora do prédio dois caminhões e toda madeira estocada. Infelizmente o estoque de ferragens não deu tempo de ser retirado e o fogo derreteu todas as peças. Inclusive o telhado, que era de ferro, veio ao chão, todo retorcido pelas chamas. O Corpo de Bombeiros esteve no local e controlou rapidamente as chamas para que ela não se alastrasse para os prédios vizinhos.

 No prédio ao lado, o fogo atingiu dois ônibus e uma van que estavam guardados no barracão do Projeto Mundo Novo. Segundo o motorista Dorival, os veículos possuíam seguro e a instituição será ressarcida. A Polícia Técnica esteve no local. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas.

 Para Thiago, o mais importante agora é recuperar a empresa e informar aos clientes que o seu estabelecimento, apesar do abalo financeiro e susto para todos os empregados, continua funcionando. A empresa não possuía seguro.  “Agora mais do que nunca precisamos dos nossos clientes e de novos clientes para podermos reerguer nossa empresa”.

 História de quase 20 anos de funcionamento

A empresa Julimade existe desde 2005. Foi fundada pelo pai de Thiago, Sigmar Aparecido de Lima, que sempre se preocupou com a qualidade dos produtos e com a sustentabilidade, trabalhando com madeiras de manejo florestal sustentável e respeitando os mecanismos de sustentação do eco sistema. Com a morte do fundador da empresa em 2022, o filho Thiago deu prosseguimento aos negócios comercializando toda linha de tabuados, pranchas, vigas, caibros aparelhado e bruto, chapas de compensado, chapas para concreto, MDF, OSB, forma resinada e plastificada, fórmica e também ferragens como puxadores, corrediças, dobradiças, enfim todo tipo  e completa linha de materiais para marcenaria e fabricação de móveis.

Fachada principal da entrada da Julimade Madeiras, na rua Ari Freitas Mugnani, 666

 Empresas reerguidas

Um incêndio destruiu o hangar da American Airlines em 1973 no Aeroporto Internacional de Miami. Apesar do prejuízo de milhões de dólares, a empresa se recuperou e hoje é uma das maiores companhias aéreas do mundo.

Em 1980, MGM Grand Hotel e Cassino foi devastado em Las Vegas por um grande incêndio que matou 87 pessoas e feriu mais de 650. Apesar da tragédia, o hotel foi reconstruído com ajuda da comunidade local e reaberto um ano de depois.

Outro exemplo clássico de reconstrução foi com a famosa catedral de Notre Dame, em Paris. Em 2019, um incêndio de grandes proporções destruiu boa parte da histórica igreja. A catedral, com ajuda dos moradores da cidade, está sendo totalmente restaurada e deve ser reinaugurada em 2026..

Incêndio ocorrido em 2019 em um dos maiores patrimônios da história: a catedral de Notre Dame

Incêndio em 1980 acabou com o Grande MGM Hotel Cassino de Las Vegas

O hangar da American Airlines ficou completamente destruído em 1973. Mas a empresa se recuperou e hoje é uma das maiores empresas aéreas do mundo

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