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Sindicato dos Delegados reclama que o Estado não vem pagando direito a gratificação para aqueles que acumulam mais de uma Delegacia de Polícia |
Dos
645 municípios paulistas, 256 (40%) não têm delegados titulares. No interior, inclusive
em cidades da região, tem delegado que chega a responder por até quatro
municípios simultaneamente e convive com a falta de investigadores e escrivães.
A mesma situação também se repete na região metropolitana de São Paulo e no
litoral paulista.
Os
dados são do Sindpesp (Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo), que
afirma que a Polícia Civil, hoje com 26 mil agentes e déficit de 9.000 cargos,
passa por um processo de “sucateamento”. Além disso, o sindicato denuncia que o
Estado não paga de forma correta a GAT (Gratificação por Acumulo de Funções)
nos meses compostos por 31 dias aos delegados que acumulam a titularidade de
outras unidades e equipes operacionais e de plantão.
A
reportagem da Folha2 percorreu algumas delegacias em cidades da região e
constatou que em algumas delas o delegado comparece apenas uma vez por semana
para dar expediente no local. Nos demais dias o delegado presta serviços em
outras delegacias. A maioria dos servidores reconhece a situação precária, mas
se recusam a falar temendo eventuais represálias. Alegam que estão proibidos de
conceder entrevistas aos jornalistas.
Segundo
o sindicato, a gratificação é paga na forma de 1/30 avos do valor do salário
base por dia acumulado. Porém, o Estado não efetua o correto pagamento da GAT
nos meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro, ou seja,
meses com 31 dias. “Desta forma, nos meses em que o delegado acumula as funções
durante 31 dias, recebe apenas a GAT equivalente a 30 dias trabalhados”, diz
nota emitida pelo Sindpesp.