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Rumo investe em locomotivas híbridas para transporte de cargas

Locomotiva híbrida funciona, tanto movida a diesel como a eletricidade, já está em teste


Desde outubro do ano passado a Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, colocou para funcionar duas locomotivas híbridas. Essas locomotivas são as primeiras desse modelo a serem utilizadas em operações de transporte de cargas no país. Por enquanto elas estão operando em fase de testes.

Desenvolvido pela Progress Rail, o modelo GT38H funciona com sistema diesel-elétrico em conjunto com um banco de baterias, de forma que a energia usada para alimentar os motores de tração pode ser proveniente de motores diesel ou de um banco de baterias, que neste caso, a energia é regenerada durante a operação do freio dinâmico ao invés de ser dissipada em forma de calor por meio de resistores de alta potência.

A primeira composição puxada pelas locomotivas híbridas, estão em fase de testes, parte de Cascavel (PR) com destino a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).

Entre os destaques das novas locomotivas está a sua capacidade de gerar menor impacto ambiental. O modelo é 22% mais econômico no consumo de combustível do que os utilizados na operação atualmente.

Além disso, o uso das baterias como fonte de energia acrescenta um ganho de 15% nessa economia. Somando-se a isso os benefícios do motor mais moderno, a expectativa é que a economia chegue a até 42% no consumo de diesel. Além do menor consumo de combustível, as locomotivas se destacam pela redução de emissões e barulhos em excesso, fazendo com que tenham um menor impacto ambiental.

Os testes para avaliar a performance das novas locomotivas serão realizados durante seis meses no trecho entre Guarapuava (PR) e a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).

“Os resultados apresentados pela Progress foram positivos e nos indicam que podemos ter aqui um ganho considerável para as nossas operações”, pontua Marcus Jorge, diretor de Manutenção da Rumo. “Com a operação na nossa malha poderemos avaliar a performance considerando as características da via e carga transportada. É um processo importante para analisar a viabilidade de ampliar o uso de locomotivas utilizando esse sistema”.

Frente a nova tecnologia da hibridização, novos parâmetros para controle da performance e segurança foram implementados, podendo ser monitorados remotamente e permitindo antever possíveis falhas. Já as baterias são acionadas automaticamente pelo sistema da locomotiva, alinhada à potência exigida pelo maquinista para o trecho em que irá circular.

“Estamos otimistas com esse projeto desenhado em parceria com a Progress e com os avanços tecnológicos que essa locomotiva pode representar em relação a redução de emissões e a segurança”, diz Marcus Jorge.

“Além disso, uma vez confirmado o desempenho esperado, essas locomotivas representam um grande passo para que novos maquinários sejam desenvolvidos para trechos ainda mais densos de nossa malha ferroviária e que exigem maior potência, como temos, por exemplo, na Malha Norte, corredor ferroviário entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP)”.

Modelo ideal 

A escolha do trecho entre Guarapuava e a região de Ponta Grossa para testes levou em consideração o fato de ser uma região com traçado desafiador e favorável a esse tipo de tecnologia, em razão das áreas de serra e curvas sinuosas que requerem um equipamento de menor porte. Mas, isso não significa dizer menor potência. Para se ter uma ideia, uma composição, antes puxada por seis locomotivas, poderá contar apenas com os dois modelos híbridos adquiridos pela Rumo.

“Temos nesse ramal da Malha Sul um trecho que requer bastante atenção e um equipamento mais compacto, capaz de fazer as curvas com facilidade e sem que tenhamos a necessidade de realizar adequações na via”, destaca Rodrigo Rampinelli, gerente de Planejamento e Engenharia de Operações da Rumo.


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