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Marechal Deodoro caiu numa "fake News' sobre nomeação do rival que lhe tomou a baronesa. (Foto: reprodução do site GZH) |
As notícias falsas motivaram em 1889 o Marechal Deodoro da Fonseca, um monarquista convicto e fiel defensor do imperador Dom Pedro 2º, a proclamar a República no Brasil. A primeira, plantada pelos republicanos nos ouvidos de Deodoro da Fonseca era que o Visconde de Ouro Preto, uma espécie de primeiro-ministro do Império, teria dado ordens para mandar prendê-lo. Era mentira. Mas isso fez o marechal, que estava adoentado, levantar-se da cama para pedir a destituição do Visconde.
O governo do Império colecionava uma série de inimigos. A Igreja Católica não gostava do fato do imperador permitir a liberdade de cultos, em especial da Maçonaria. Os grandes fazendeiros estavam revoltados com fim da escravidão e cobravam indenizações do governo pelos gastos na compra de escravos e os militares sentiam despretigiados por terem vencidos a guerra contra o Paraguai e recebiam, na visão deles, baixas remunerações. E muitos conspiravam contra a monarquia.
Deodoro era monarquista convicto. Pouco dias antes da proclamação escrevera ao seu sobrinho Clodoaldo Fonseca reprimindo o parente sobre suas convicções republicanas. “República no Brasíl é impossível porque será uma verdadeira desgraça. O único sustentáculo para o Brasil é a monarquia. Se mal com ela, pior sem ela”, escreveu Deodoro.
Até a madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro estava decidido a proteger e manter Dom Pedro 2º no comando do país. Era amigo do imperador e devia muitos favores. Estava irredutível. Foi quando um dos republicanos, Benjamin Constant, teve a brilhante ideia de confeccionar uma edição falsa de um jornal carioca. Noticiava que o imperador tinha destituido o Visconde de Ouro Preto do cargo de chefe de governo. Era o que Deodoro queria. Porém também informava, com pitada de sarcasmo, que o imperador nomearia para o cargo o ex-presidente da Provincia do Rio Grande do Sul, magistrado e senador Gaspar da Silveira Martins, rival de longa data do Marechal. Esse foi o estopim para entornar o caldo. Convencido de que aquela notícia fosse verdadeira, Deodoro pulou da cama, arrigimentou um pequeno grupo de soldados e saiu nas ruas para proclamar a instalação da república.
Silveira Martins tomou uma namorada de Deodoro, quando este servia em Porto Alegre. O então oficial alagoano se apaixonou por uma jovem viúva gaucha. Namoraram algum tempo. Até que ela apaixonou-se por Silveira Martins e abandonou Deodoro. Assim ficaram rivais por causa de Maria Adelaide Andrade Neves Meireles, a baronesa do Triunfo, que se tormou o pivô na história da proclamação da república. Portanto não é de hoje que a história se repete com a farsa no lugar das tragédias.