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Carlos Gonzaga faleceu nos Estados Unidos, aos 99 anos de idade |
O
cantor Carlos Gonzaga, que se consagrou no Brasil com a versão em português da
música “Diana” faleceu nesta sexta-feira num hospital nos Estados Unidos. A
informação foi dada pelo jornalista e radialista Antônio Aguillar em grupo de
whatsapp. Segundo Aguillar, que conversou por telefone com familiares do
cantor, Carlos Gonzaga estava com 99 anos e sete meses. Iria completar 100 em
fevereiro de 2024.
Carlos
Gonzaga é o nome artístico de José Gonzaga Ferreira, que nasceu em Paraisópolis
(MG) no dia 10 de fevereiro de 1924. De origem simples, começou a trabalhar ainda
muito jovem na estação ferroviária de Paraisópolis como carregador de malas dos
viajantes que chegavam à cidade, da estação de trem até ao hotel central.
Ainda
adolescente buscou melhores oportunidades de trabalho em cidades maiores no
Vale do Paraíba, como Itajubá, Campos do Jordão e São José dos Campos. No final
da década de 1940, decide viver na região central da cidade de São Paulo. Estabelece-se
sem muitos recursos na região do Cambuci, onde conseguiu uma vaga para trabalhar
numa indústria fabricante de cadeiras para salões de barbearias. E foi em São Paulo
que começou sua carreira artística, se apresentando aos domingos em programas
de calouro em diversas emissoras de rádio.
Incentivado
por colegas e conhecidos que ficavam impressionados com a sua afinação vocal,
continuava a participar dos programas de calouros e ganhou por diversas vezes o
primeiro lugar nesses concursos. Suas vitórias começaram a chamar a atenção e
nessa época consegue ser contratado como cantor fixo pela rádio Tupi de São
Paulo.
Uma
das primeiras músicas gravadas, a versão de “Diana” (gravada originalmente por
Paul Anka, em 1958) estorou nas paradas de sucesso. Gravou um LP pela RCA
Victor. Logo em seguida vieram sucessos com versões das músicas “Bat Masterson”,
“Carol” e “Cavaleiros do Céu”.
Cantava
guarânias, samba canção até 1957, quando o rock’ in rool o empurrou para o
sucesso, levando-o para o Festival de San Remo, na Itália e lhe deu vários
prêmios. Em 1960, passou a atuar também no cinema, no filme “Virou Bagunça”, ao
lado de Emilinha Borba, Zezé Macedo e o Trio Irakitan.
Carlos
Gonzaga ganhou fama e dinheiro como artista profissional. Se apresentou por
todo o país e gravou mais de 20 álbuns. Com o avanço da Jovem Guarda começou
também o seu declínio profissional. Nos anos de 1970, com a grande audiência da
novela “Estupido Cupido”, voltou a ficar em evidência, com a regravação da
música “Diana”, que voltou a estourar nas paradas de sucesso. Seu último álbum,
reunindo seus maiores sucessos, foi lançado em 2005 pela gravadora Sony.
Vivendo em Santo André (SP) chegou a participar de programas de auditório de Raul Gil e do quadro Para ou Continua do Programa Silvio Santos. Em 1982, Antônio Aguillar promoveu um show de Carlos Gonzaga, com grande público, no Clube Monte Libano. Segundo Aguilar, o cantor estava morando nos Estados Unidos porque uma de suas filhas se tornou integrante da religião Testemunhas de Jeová e levou o pai para morar com ela naquele país. Assista Carlos Gonzaga cantando "Diana" clicando neste link