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Morte súbita de bebês preocupa vereador que institui Semana de Estudos e Sensibilização

Morte súbita de bebês preocupa vereador que institui Semana de Estudos e Sensibilização

 

O prefeito Juliano Oliveira (PSDB) deve sancionar nesta semana a lei que institui no Calendário Oficial de Eventos do Município de Mendonça a Semana de Sensibilidade à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil, a ser realizada anualmente na semana que compreende o dia 15 de setembro, data dedicada em todo o Brasil para se refletir sobre esse tema tão doloroso para as famílias.

O vereador autor da proposta, Hericson de Carvalho Lino (PP), atual presidente da Câmara Municipal, resolveu criar essa semana depois que três bebês recém nascidos faleceram na cidade, criando grande comoção entre a comunidade.

O objetivo da data é dar visibilidade à problemática da perda gestacional, neonatal e infantil, contribuir para a sensibilização do tema com informações para pais, familiares, profissionais da área de saúde e população em geral. Além disso a realização dessa semana no calendário de eventos visa dar voz às famílias, promover a humanização nos serviços de saúde e orientar as famílias enlutadas sobre seus direitos previstos em leis.

A lei prevê a realização de reuniões e palestras, bem como a divulgação de cartilhas para aumentar a conscientização sobre o impacto emocional da morte no período pré, peri e neonatal na vida da família enlutada.

“Em nosso município são muitos casos envolvendo o assunto”, diz o vereador Hericson. “Recentemente tivemos três perdas na cidade que comoveu e abalou a todos, entre eles os pequenos Henry Morelli Cardoso, Mateus Beratta Formigoni e Sophia Aparecida Semeinatti Marena, todas de famílias tradicionais de Mendonça, deixando uma ferida que dificilmente vai se cicatrizar”

A perda gestacional e neonatal são fenômenos mais comuns do que se possa imaginar. Estima-se que a prevalência da perda gestacional varia entre 15% a 20% das gestações clinicamente diagnosticadas, atingindo até 30% das gestações com diagnostico bioquímico.

“Em nossa cultura, infelizmente, não somos ensinados desde criança a lidar com a morte e o luto, ainda mais quando se trata de morte no início da vida, em que somente são esperadas alegrias e planos para o futuro”, escreveu o vereador na justificativa de seu projeto. “Neste processo de elaboração do luto, uma das principais dificuldades vividas pela família que sofre perda gestacional é o tabu que existe em torno da morte de um bebê. Tal perda é mais dolorida ainda se pensarmos que a assistência médica prestada no ambiente hospitalar não está preparada para lidar com a complexidade da situação. É necessário que se promova a humanização nesses atendimentos, pois além da mãe estar passando por toda a transformação física e hormonal do parto e da perda gestacional, essa mulher também está passando pela maior dor de sua vida, que é a psicológica e emocional”.

Tal situação pode trazer reflexos não só a mãe, mas também aos filhos já nascidos, ao pai do bebê, aos avós, amigos e colegas de trabalho, enfim todos que convivem com a família fragilizada. Sendo assim é necessário que as pessoas estejam preparadas para saber lidar com o tema, de modo que possam oferecer uma rede de apoio consciente e atuante.

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