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Diretores do Lions são recebidos pelo bispo dom Vilar

 

Renato Nunes, Nelson Gonçalves, bispo dom Vilar, Ronaldo Vidotto e Wilson Medrado durante reunião na sede do Bispado de Rio Preto. O bispo foi presenteado com um exemplar do livro "Como Lidar com a Imprensa - Cara a Cara com o Repórter", do jornalista Nelson Gonçalves

  O novo bispo diocesano de São José do Rio Preto, dom Antônio Emídio Vilar, recebeu nesta quinta-feira (18) representantes do Lions Clube Internacional. Instituição fundada em 1917 e presente em 210 países, o Lions é um clube de serviço que promove a paz e ajuda as comunidades onde estão inseridos os seus clubes.

 O presidente do Lions Sul, Ronaldo Vidotto, acompanhado dos diretores Renato Augusto Nunes e Wilson Medrado, mais o jornalista Nelson Gonçalves, diretor do Lions Clube Centro, ficaram impressionados com a boa receptividade do bispo. “Ele (o bispo) é uma pessoa muito simples e bastante acolhedora”, afirmou Renato Nunes. “O bispo superou nossas expectativas em gentileza para conosco”, acrescentou Medrado.

 Durante a conversa, os diretores do Lions se colocaram à disposição para trabalharem juntos em algumas parcerias que podem ajudar a comunidade e relataram um pouco da história dos clubes no município. O Lions completa neste ano 107 anos de fundação e 70 anos de presença no Brasil. São José do Rio Peto foi o quarto clube do Brasil e nesses anos todos o Lions ajudou a construir o Instituto São Judas Tadeu, o Instituto Alarme, Instituto dos Cegos e a Apae. “O Lions tem história na cidade”, destacou Ronaldo Vidotto, enfatizando as campanhas promovidas pelos clubes para ajudar hospitais e instituições beneméritas.

O bispo, que morou cinco anos na Itália, e antes de vir para São José do Rio Preto estava dirigindo a diocese de São João da Barra falou um pouco sobre a vida do Padre Donizetti, beatificado em Tambaú, e que agora a Igreja depende da confirmação de um milagre para torna-lo santo. Tambaú pertencia à diocese que era administrada por dom Vilar.

 Padre Donizetti

 O padre Donizetti Tavares de Lima, beatificado em 2019 pelo Papa Francisco, nasceu no dia 3 de janeiro de 1882 em Cássia, pequena cidade no sudoeste de Minas Gerais, próxima de Passos do Circuito Nascentes das Gerais. Filho de um casal de agricultores que teve nove filhos, todos com nomes em homenagem a músicos. Donizetti foi escolhido em homenagem ao músico italiano Gaetano Donizetti.

 Aos 14 anos Donizetti e a família mudaram-se para Franca onde cursou o primário e começou a aprender música. Aos 18 anos ingressou no seminário e foi ordenado sacerdote em Pouso Alegre (MG) aos 26 anos. Fez votos de pobreza e, por isso, sempre dormia no chão. Iniciou seu trabalho pastoral na paróquia São Caetano, em Pouso Alegre. Transferido atuou em igrejas de Jaguariúna, Vargem Grande do Sul e Aguaí, na região de Campinas. Se destacou pelo trabalho pastoral intenso, defendendo pobres e trabalhadores vítimas de exploração. Por essa razão recebeu uma injusta e falsa acusação de ser simpatizante do comunismo.

 Acabou provocando a ira de ricos e políticos, que tentaram mata-lo por duas vezes. Por questões de segurança, ele foi transferido para outra diocese. Chegou à Tambaú em 1926 e logo ganhou a fama de milagreiro, atraindo muitos romeiros à cidade.

 Padre dos pobres

Monumento dedicado ao Padre Donizetti em Tambaú


 Ao perceber que os primeiros bancos da igreja eram reservados aos políticos e ricos, retirou todas as demarcações. “Aqui dentro da igreja, somos todos iguais. Não existe rico ou pobre, poderoso ou humilde”, bradou em alto e bom som para que todos ouvissem.

 Ele solicitou uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida, retirada do rio Paraíba pelos pescadores. Ao chegar a imagem pela ferrovia, chovia muito na cidade, mesmo assim o padre autorizou a saída de uma procissão. Os relatos dão conta de que durante o trajeto da estação de trem até a igreja matriz, a chuva ia abrindo “alas” para a passagem da procissão, sendo que nem a imagem, nem as pessoas se molharam.

 Vários foram os milagres atribuídos ao padre, que por sua vez, atribuía à Nossa Senhora Aparecida. Uma criança de 2 anos foi curada de leucemia. Um menino de 4 anos retirou o aparelho ortopédico no mesmo dia em que recebeu a benção do padre.

 Sua antiga casa paroquial em Tambaú foi transformada em museu onde há muitos objetos de uso do padre, como suas batinas, casulas e a poltrona onde ele faleceu. Há também pedidos e pertencentes em agradecimento às graças alcançadas pela intercessão do sacerdote, como fotos, garrafas de bebidas alcoólicas, maços de cigarros, capacetes moticiclisticos, próteses e bengalas depositadas por pessoas que se dizem curadas. No local também existe uma loja, onde os fieis podem comprar artigos religiosos.

 A fama do padre Donizetti se espalhou até mesmo no exterior. E não foram poucas as pessoas que vieram de outros países ou enviavam cartas em busca de curas. No museu estão cartas recebidas da Espanha, Portugal, Uruguai, Estados Unidos, Itália, Iugoslávia, dentre outros países.

 Benção do padre

Uma das lembranças vendidas em Tambaú traz a imagem e a oração do beato Donizetti


 Sua benção, dada sempre no final da tarde, da sacada de sua casa, tornou-se muito procurada. A cidade, com cerca de 22 mil habitantes tornou-se pequena para acolher a multidão de fiéis. Padre Donizetti recebeu os títulos de Cidadão Tambauense e de Cidadão Benemérito de São Paulo pelas suas obras sociais. Foi homenageado com uma música de Mário Zan e Messias Garcia, um dobrado que leva o seu nome. Em 1957 o governador Carvalho Pinto deu a ele o nome de uma escola em Tambaú. Em 1967 por ter sido protagonistas de milagres foi homenageado no 36º Congresso Eucarístico Internacional.

 Um dos relatos mais importantes está relacionada à carreira do jornalista Joelmir Beting, que conheceu o padre Donizetti pessoalmente. Seu filho, Mauro Beting que anunciou ao vivo, em 2012, durante uma transmissão esportiva a morte do pai, afirmou em uma entrevista que devia sua própria vida ao beato Donizetti. “Foi o padre Donizetti quem orientou meu pai para se mudar para a capital, onde ele estudou e começou a trabalhar como jornalista”.

Mauro Beting também acrescentou outro milagre atribuído ao padre Donizetti. “Minha avó teria que amputar os pés. Porém ela rezou para o padre Donizetti e não mais precisou”, relatou. O próprio Joelmir Beting atribuía outro milagre ao padre. Após um acidente no rio Pardo, Joelmir ficou gago e, depois de tomar um caldo de quiabo da casa do padre, o problema foi curado.

 A Igreja Católica estuda agora cientificamente alguns milagres que podem tornar santo o padre Donizetti Tavares de Lima, beatificado em 2019 pelo Papa Francisco. O bispo dom Antônio Emídio Vilar acompanhou boa parte do processo de beatificação do padre Donizetti. Ele informa que agora é necessário que haja a comprovação pelos médicos, por meio de exames, de que se trata de algo extraordinário esses milagres para a canonização.

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Caricatura do Padre Donizetti


Imagem do Padre Donizetti na igreja de Tambaú

 

A benção do Padre Donizetti é poderosa

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