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Grupo Mãos Femininas se fortalece com a união de várias artesãs |
À frente desta luta está uma comissão composta por cinco mulheres artesãs, a designer de interiores Elaine Lima Barbosa, a jornalista Janaína Moraes, a publicitária Patrícia Zuanazzi, a editora Regina Garbellini e a comerciante Waleska Menezes.
Janaína conta que tudo começou durante uma feira de artesanato, realizada no Complexo da Swift em meados de abril desse ano. As mais de 50 artesãs participantes solicitaram às organizadoras um evento daquele porte por mês e, assim, organizou-se um abaixo-assinado com a reivindicação.
Em posse do documento, quatro artesãs se reuniram com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo, Jorge Luis de Souza. Durante a conversa, as artesãs foram orientadas a se organizar e formalizar uma entidade e a enviar um oficio com datas e locais onde gostariam de realizar as feiras de artesanato. “Com a formalização ganharíamos personalidade jurídica e acesso mais facilitado aos locais que estávamos solicitando”, explica Elaine.
O início
O Coletivo Mãos Femininas é uma ramificação do grupo Arteiras pela Democracia, que luta pela valorização e pelo fim da violência contra a mulher. Dentro de seu calendário as arteiras promovem duas feiras de artesanato, sendo uma em comemoração ao dia internacional da mulher e outra nos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher.
Como o Arteiras pela Democracia é um grupo de mulheres que faz arte denúncia sem fins de rentabilidade e de sobrevivência pelo artesanato, o Coletivo Mãos Femininas vem para somar a essa causa, e “mostrar que o artesanato pode ser fonte de renda para essas mulheres”, afirma Patrícia.
Por esse motivo o Coletivo Mãos Femininas defende que a prefeitura destine, como acontece em diversas cidades da região e de todo o estado de São Paulo, um local definitivo para a montagens de feiras permanentes de artesanato.
No abaixo-assinado encaminhado à secretaria as artesãs sugerem pelo menos dois locais para a viabilização de feiras permanentes: a área externa do complexo da Swift e o entorno da Casa de Cultura Dinorath do Valle, na praça Jornalista Leonardo Gomes.
No passado os artesãos dividiam espaços no calçadão com os camelôs. Mas foram retirados, há 20 anos, sem saber exatamente, até hoje, onde seriam recolocados. Os camelôs ganharam o espaço do Shopping Azul, em cima da estação rodoviária. Mas as artesãs ficaram marginalizadas ao “deus-dará”. Na época houve muita pressão dos comerciantes, temendo concorrência.
Waleska explica que os comerciantes não precisam temer concorrência com as mulheres artesãs, pois o que elas produzem nenhuma loja vende. “Nossos itens são feitos à mão, como podemos concorrer com o comércio local, que em sua totalidade revende produtos industrializados?”, questiona.
Regina ainda completa dizendo que as artesãs também fazem a economia da cidade girar. “É no comércio local que compramos insumos para produzir os artesanatos”. Além disso, é com o dinheiro que conseguem com a venda de seus artesanatos que essas mulheres conseguem pagar suas contas. “67% das artesãs que fazem parte do coletivo tem no artesanato sua única fonte de renda”.
A formalização
O Coletivo Mãos Femininas já está em contato com o Sebrae para entender melhor sobre as formas de formalização e também já buscou apoio para oferecer às artesãs capacitação em diversas frentes. “A capacitação é uma forma de mostrar a essas mulheres a força que elas tem”, lembra Janaína.
Para entender melhor a necessidade dessas mulheres, a comissão preparou um formulário que constatou que 93% das artesãs do Coletivo Mãos Femininas deseja aprender mais sobre marketing digital, precificação e como fazer para estar presentes nas redes sociais.
O Coletivo Mãos Femininas, em parceria com o Sebrae Rio Preto, vai ajudar a capacitar essas artesãs e todas aquelas mulheres que tiverem interesse. “Nosso objetivo não é apenas oferecer uma feira de artesanato por mês para essas mulheres. Isso outras associações já fazem. Queremos fortalecer essas mulheres e o artesanato”, reforça Elaine.
Como participar
Nesse primeiro momento, para fazer parte do Coletivo Mãos Femininas, a comissão pede que seja feito o preenchimento de um formulário, https://forms.office.com/r/GCT71cErq3. É por meio dos dados coletados que as necessidades das mulheres são conhecidas. “Sem o formulário não temos dados para pensar nas nossas ações, por isso solicitamos o preenchimento”, Patrícia.
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As cinco mulheres artesãs que idealizaram o grupo Mãos Femininas |
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Grupo Coletivo Mãos Femininas expõe peças de artesanato no Teatro do Sesi Waldemar de Oliveira Verdi, em São José do Rio Preto |
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A jornalista e agora artesã Janaina Moraes se especializou em bonecos de amigurumi de crochê |
Muito obrigada pela oportunidade. Muito bom ver nosso projeto ganhando força.
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