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Bandidos usam falso contato no celular para tentar extorquir vítimas

 

 

Se algum número que não está entre seus contatos te chamar, redobre sua atenção: você pode estar caindo num golpe

Um número desconhecido entra em contato pelo WhatsApp, mas a foto é de uma pessoa familiar. Este é o começo de um novo golpe que circula no aplicativo de mensagens. O objetivo dos criminosos é o mesmo de sempre: extorquir dinheiro das pessoas que se deixam levar apenas pela imagem conhecida no perfil.

Com a justificativa de um número novo, estelionatários pedem dinheiro a contatos próximos de pessoa que teve telefone vazado. A estrutura do golpe é simples e começa com o criminoso enviando uma mensagem em que diz ter trocado de número, geralmente por ter deixado o telefone antigo em uma assistência técnica em razão de a tela ter quebrado ou algo assim parecido.

Logo em seguida o estelionatário pede ajuda à vítima alegando que precisa fazer um pagamento, mas que está sem o aplicativo do banco no celular provisório. O fraudador pede então uma transferência em dinheiro para alguma emergência, já que no novo celular o aplicativo do banco ainda não está autorizado a fazer esse tipo de transação.

Bandidos usam nome de gente que já morreu

Foi o que aconteceu nesta semana com a mãe do jornalista e estudante de Medicina Leandro Tavares, falecido no ano passado em razão da covid-19. Leandro atuou como colaborador da Folha do Povo. Imagine qual não foi o susto quando dona Donância recebeu uma mensagem de um número estranho, mas com a fotografia de seu filho falecido. A mensagem dizia que ele estava usando aquele número provisoriamente porque o outro tinha dado problema e que estava precisando de dinheiro urgente para pagar uma conta.

Esperta, dona Donância, já desconfiou na hora tratar-se de golpe e escreveu para que ligasse para ouvir a voz do estelionatário. Mas o bandido atendia e não falava nada ao telefone. Escrevia que onde estava o sinal de celular era ruim.

O caso já está sendo investigado pela Polícia que pretende chegar até ao estelionatário em breve. Segundo Fernando Guariento, que trabalha para uma empresa especialista em prevenções de fraudes pela internet, nesse tipo de golpe o estelionatário buscou as informações pessoais, com os nomes de familiares próximos, nas redes sociais dos familiares, tipo páginas do Facebook, Instagram e Twitter.

Para se evitar esse tipo de problema, Guariento orienta aos usuários de redes sociais para deixarem seus perfis abertos somente para amigos e parentes. “Devem bloquear informações para desconhecidos”, avisa o especialista em apurar crimes cibernéticos.

“Temos o costume de marcar familiares e deixar explicito nas legendas das fotos o grau de parentesco com eles, e são com essas informações que o fraudador age”, explica Guariento.

Outra forma de os golpistas conseguirem os dados pessoas das vítimas é por meio de vazamentos de dados. Os estelionatários podem encontrar em alguns sites ou até mesmo em bancos de dados de empresas, tipo planos de saúde, redes de lojas, clubes, consórcios, nomes completos, telefones, endereços, e-mails e até informações com dados sobre documentos pessoais. Existem nos grandes centros quadrilhas especializadas na compra desses dados.

Diferentemente do que ocorre no golpe do WhatsApp clonado, o perfil verdadeiro pelo qual o estelionatário se passa não perdeu o acesso ao aplicativo de mensagens. Com o sistema instalar o aplicativo em duas etapas dificultou a ação dos criminosos. Dessa forma, a única maneira de o criminoso agir é criando uma conta nova e, se passando como parente ou amigo da vítima, dizer que supostamente teve um problema com o número antigo e inventar alguma mentira cabulosa para tentar tomar dinheiro.

A Folha do Povo apurou que o setor de inteligência, tanto da Polícia Federal, como das Polícias Civil e Militar já dispõem de equipamentos altamente sofisticados para conseguir, de imediato, a localização desses criminosos fazendo rastreamento apenas com o número do celular.

Em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, vários bandidos já foram descobertos tentam aplicar esse tipo de golpe em vítimas. A pena para o estelionatário é de um a quatro anos de reclusão, além de multa. E aumenta-se a pena entre 1/3 a 2/3 se a invasão da privacidade da vítima resultou em prejuízo financeiro para terceiros.

Estelionatário, usando nome de jornalista falecido
no ano passado, para tentar extorquir parentes

Bandido usa foto de jornalista morto em 2021
em número estranho de celular para enganar parentes

Diálogo travado entre vítima e estelionatário tentando
se passar por parente ou amigo




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