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Tijolo ecológico é alternativa para tornar uma obra mais em conta

 

Tijolos saem de forma milétricamente uniformizados da fábrica para a obra

O tijolo ecológico é uma alternativa para a construção civil. Ele é produzido a partir de uma mistura feita com duas porções de terra, uma de cimento e outra de areia e não passa pelo processo de queima. Leva esse nome porque gera impacto ambiental muito menor do que o tijolo tradicional, sua produção é mais barata e oferece uma redução de custos para as obras. E gera pouco entulho nas obras.

O advogado André Pina Borges vem estudando há mais de 10 anos sobre a produção de tijolo ecológico. Tudo começou quando decidiu construir sua casa. Ele queria construir uma casa de forma rápida e barata. Durante as pesquisas, descobriu o tijolo ecológico e as vantagens que ele proporciona à construção. Decidiu ele mesmo produzir os tijolos e investiu no negócio.

Inicialmente comprou uma máquina, que não deu muito certo. Gerou mais gastos com oficina, manutenção e reposição de peças do que lucro. Pesquisou melhor até encontrar uma máquina com melhor rentabilidade. Se associou ao engenheiro de produção Tiago Mateus Perpetuo de Souza e os dois montaram uma fábrica em Mirassol para produzir 1.000 tijolos ecológicos por dia.

Em termos de preços, André adianta que aparentemente o valor do milheiro do tijolo ecológico pode parecer bem mais caro do que o tijolo tradicional. “Mas o resultado está no custo final da obra”, avisa. “A praticidade no assentamento do tijolo ecológico permite erguer a estrutura em poucos minutos, dispensando caixarias e moldes. Também se economiza com o reboco e acabamento com pinturas”.

André informa que com o tijolo ecológico uma casa em torno de 50 metros quadrados fica pronta em menos de duas semanas. “Além de se economizar em torno de 30% dos gastos”.

Na fábrica de André e Tiago o processo de produção ainda é feito de forma totalmente artesanal. Eles produzem tijolos ecológicos em dois tamanhos. Um de 30cm x 15cm x 7cm e outro de 25cm x 12,5cm x 7cm. O de maior tamanho precisa de 47 unidades para perfazer um metro quadrado.

O tijolo ecológico possui dois furos no meio, formando câmaras de ar que auxiliam no isolamento térmico, regulando a temperatura interna e no isolamento acústico, diminuindo os ruídos externos. Os furos facilitam as instalações elétricas e hidráulicas, passagem dos conduites com fiação para o sistema de telefonia, antenas de tv, entre outros. Toda tubulação é embutida em seus furos, dispensando a posterior quebra de paredes.

 É também até seis vezes mais resistentes do que o tijolo comum de oitos furos. Os encaixes perfeitos entre um e outro tijolo favorecem o alinhamento, nível e prumo da parede, podendo reduzir o tempo da construção em até 30% com relação à alvenaria convencional. Diminui na execução das obras drasticamente a utilização de cimento e de madeira. No caso do cimento a redução no consumo pode ser de até 80% e da madeira de até 100% para a construção de caixarias dos pilares, vigas e contra-vigas.

 Para saber mais sobre os tijolos ecológicos produzidos pela fábrica do André e Tiago em Mirassol, acesse o site da empresa: https://agastijolos.negocio.site/

O advogado André Borges em sua fábrica de tijolos ecológicos em Mirassol

 Estudo nas universidades

 Estudo realizado por acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) constataram que a utilização de tijolos ecológicos reduz em 90% o consumo de água, dispensam a queima do carvão em sua produção e diminuem a utilização da argamassa no canteiro de obras.

Ao analisar os impactos ambientais causados pela produção das olarias, os acadêmicos das duas universidades identificaram que o tijolo comum, popularmente conhecido como tijolo de oito furados e largamente empregado na construção civil, sempre foi problemático na questão ambiental. A produção de materiais cerâmicos realizados pelas olarias causa impactos ambientais como a derrubada de árvores e a contaminação do solo.

 O problema é admitido pela Associação Brasileira de Cerâmica (Abceram), que calcula que o país tenha mais de 600 olarias em operação. Segundo o estudo produzido pelas universidades, só pelo fato de não precisar ser curado, em um processo de queima em fornos com altas temperaturas, a cada mil tijolos ecológicos produzidos calcula-se que é possível preservar entre 8 a 12 árvores.

De acordo com o trabalho, o processo de extração, produção, beneficiamento, queima e transporte da argila para produzir o tijolo resulta em perda de qualidade e contaminação do solo, deterioração da qualidade da água e do ar. Além de fazer alteração dos ecossistemas aquáticos e terrestres, bem como impactos sonoros sobre a saúde das pessoas. A pesquisa das universidades lembra, no entanto, que as olarias são importantes economicamente para todas as regiões, principalmente com a geração de empregos, mas que o saldo ambiental é negativo.

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A terra vermelha é limpa e peneirada para a produção dos tijolos

Uma esteira leva a terra, a areia e o cimento para serem centrifugados

Em um processo quase que artesanal os tijolos são processados um por um

Após produzidos, os tijolos passam por um processo de secagem de 48 horas, mas não são queimados em fornos com altas temperaturas como os tijolos comuns



Parede erguida, de forma muito rápida, com o tijolo ecológico

O sistema hidráulico e o sistema elétrica é construído junto com a obra em andamento, evitando-se depois a quebra de paredes e sujeira pós-obra

André mostra o resultado final: um tijolo altamente resistente para ser empregado na construção civil e proporcionar economia de até 40% nas obras




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