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Brasileiro está casando menos, tendo menos filhos e isso fez reduzir a quantidade de nascimentos e aumentar o número de mortes |
Dados do Portal da Transparência dos cartórios de Registro Civil mostram que o número de dos nascimentos nas cidades brasileiras foi quase 6% menor em 2020 do que no ano anterior. A quantidade de casamentos sofreu queda de 25,6%. Mas a quantidade de óbitos foi quase 15% maior do que a registrada em 2019.
A somatória das mortes nas
cidades da região superou os índices de aumentos no número de mortes da média
nacional, que foi 14,85%, e a média estadual de 13,93%.
Outro dado assustador é o
aumento nas mortes ocorridas nos seis primeiros meses deste ano em comparação
com o mesmo período de 2020. Com exceção de janeiro, quando se registrou queda
de 17,7% de mortes em 10 cidades da região (veja gráfico abaixo), todos os
demais registraram aumento elevado no número de mortes. Maio e junho foram os
meses que apresentaram maiores altas com, respectivamente 109% e 95% de aumento
no número de mortes ocorridas no ano passado. É bom que se frise que nem todas
essas mortes estão relacionadas à pandemia do coronavírus. Mas tudo leva a crer
que o vírus da covid-19 contribuiu para elevar esses números. A pandemia da
covid-19 teve o efeito de aumentar os óbitos e diminuir os nascimentos,
reduzindo o crescimento natural do Brasil.
Transição demográfica
No quinquênio de
1980-1985, o número anual de nascimentos no Brasil era de 4 milhões de bebês.
Este número caiu para cerca de 3 milhões em 2010. Em 2016, principalmente em decorrência
da epidemia da Zika, o número de nascimentos caiu para 2,9 milhões, mas subiu
novamente em 2017, para o patamar estimado da projeção populacional, em torno
de 3 milhões. A estimativa é que o número de nascimentos chegue a 2,3 milhões
no ano de 2047.
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Os meses de maio e de junho de 2021, em comparação com o ano passado, foram os meses que registraram o maior número de mortes nas cidades da região |
Casamentos
Os casamentos reduzem pelo
quinto ano seguido e passam a durar menos tempos. Em dez cidades da região de
São José do Rio Preto a quantidade de casamento reduziu quase 30% em 2020, comparado
com o ano anterior. O percentual é maior do que as médias nacional e estadual, respectivamente
de 14,85% e 13,93%.
Segundo o IBGE, a duração
média do casamento caiu 26,88% em dez anos. O tempo médio entre a data do
casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio, estadual, em 2009 era
de 17,5 anos. Na década seguinte, em 2019, houve diminuição do tempo de duração
do casamento para 13,8 anos, ou seja, quatro anos a menos
O professor de Sociologia Fabricio Luís Haas,
em entrevista para o jornal Folha da Mata, disse que o fator econômico, principalmente
nesse período de alta inflação, é um dos aspectos que mais têm contribuído para
a redução do número de casamentos. “Casar, hoje em dia, dentro do padrão cultural
que se estabeleceu pela sociedade de consumo, se tornou muito caro”, analisa o
professor. “Casamento remete à ideia de um grande evento, da cerimônia, festa e
lua de mel, e isso impede muitos casamentos”.
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Número de nascimentos reduziu quase 6% em 2020 em relação a 2019 |
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Mais velórios ocorreram neste ano e no ano passado em todo o Brasil |