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Governistas votam em peso a favor da lei que aprova o Fundão Eleitoral |
O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (15) o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022. Com a aprovação o Fundo Eleitoral para Financiamento de Campanhas (FEFC), conhecido como Fundão, deverá ser elevado de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. A proposta final teve aprovação dos deputados e senadores ligados ao governo de Jair Bolsonaro.
O placar da votação na Câmara foi de 278 votos a
favor, 145 contra e uma abstenção. No Senado, o placar ficou em 40 votos
favoráveis e 33 contrários. Após a aprovação do Fundão Eleitoral, vários
deputados base do governo, após ferrenhas críticas nas redes sociais, tiveram
que vir a púbico tentar se explicar porque criticaram o Fundão, mas votaram a
favor da LDO de 2022 proporcionam quase o triplo de recursos destinado ao patrocínio
de campanhas eleitorais do que foi destinado nas eleições de 2020.
“Não é hora de aumentar o valor do Fundo
Eleitoral, de mexer no Orçamento da União”, disse a deputada federal Renata
Abreu, presidente nacional do Podemos-SP, cuja bancada votou em peso contra o
aumento.
O texto segue agora para sanção presidencial. Em
2019 o presidente Jair Bolsonaro apesar de dizer que era contra o Fundão
Eleitoral sancionou, sem pestanejar o projeto que beneficiava na época o PT e
PSL, partido pelo qual foi eleito e seus três filhos. O PSL recebeu na eleição
passada R$ 199 milhões e o PT, R$ 202 milhões. (Confira os valores na lista
abaixo). O total de recursos distribuídos
entre as 33 agremiações em 2020 foi de R$ 2.034.954.823,96. Dois partidos, o
Novo e o PRTB (partido Renovador Trabalhista Brasileiro), ao qual está filiado
o vice-presidente Hamilton Mourão, se recusaram a receber dinheiro do Fundão Eleitoral.
Mas não abriram mão de receber dinheiro do Fundo Partidário. O Novo recebeu nos
seis primeiros meses deste ano R$ 13,2 milhões.
Fundo Partidário
Os valores do Fundo Partidário são publicados
mensalmente no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos seis primeiros
meses de 2021 o PSL foi o partido que mais recebeu: R$ 52,2 milhões, seguido
pelo PT com R$ 44 milhões, PSDB com R$ 27,3 milhões, PSB com R$ 25,2 milhões e R$
PRB com 23,2 milhões.
O total de recursos distribuídos entre as 33 agremiações
do Fundão Eleitoral em 2020 foi de R$ 2.034.954.823,96. Agora querem triplicar
esse valor, passando para quase R$ 6 milhões.
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Dinheiro que querem dar para o Fundão Eleitoral daria para contemplar cada uma das cidades brasileiras com sete ambulâncias do Samu |
Com apenas o dinheiro do Fundão Eleitoral daria
para se comprar nada menos do que 39.215 ambulâncias. Daria para contemplar com
sete ambulâncias tipo Samu para cada um dos 5.570 municípios brasileiros.
“O gozado é como que tem deputado e senador cara de pau que vota sim pela aprovação do Fundão Eleitoral, que no fundo vai lhes beneficiar, e depois vem falar que eram contra, fazendo jogo de palavras”, afirma o vendedor Clarindo Almeida. “Essa gente pensa que o povo é tonto e que ainda acredita nas mentiras que eles contam para tentar enganar o povão”.
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Deputado Alessandro Molon denuncia proposta de "orçamento secreto" proposto por aliados do governo para esconder destinação de verbas federais |
“É inaceitável que o Congresso, com a conivência do governo Bolsonaro, viole a Constituição ao destinar, de forma secreta. Largas fatias de dinheiro público”, afirmou o deputado oposicionista. “Numa República democrática, o povo tem todo o direito de saber como é aplicado o dinheiro que lhe pertence. Não há razão de interesse público para que se ignore o dever de dar toda a transparência à destinação dos recursos públicos. Isso pode acabar dando espaço para o mal uso do dinheiro público, com graves consequências. É preciso que o Tribunal de Contas impeça esse absurdo, antes que seja tarde demais”.
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