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Josemar de Abreu, o próximo prefeito de Sales, venceu a eleição por 34 votos de diferença sobre o segundo colocado nas urnas |
O próximo prefeito de Sales é um homem simples e de costumes humildes. Josemar Francisco de Abreu mora, com a esposa Marli e suas duas filhas (Camila e Luiza), na mesma casa onde nasceu 42 anos atrás. Uma casa simples, com varanda, amplo quintal e muitas folhagens. Seu pai Francisco Miguel de Abreu e a mãe Rosa Marisa de Souza de Abreu foram os seus maiores incentivadores para que ingressasse na política 16 anos atrás. “Pena que eles não estejam mais aqui na terra para ver onde cheguei”, lamenta Josemar, ao relatar que seu pai e mãe faleceram há cerca de três anos.
O avô de Josemar, Manuel Pedro de Abreu, nascido em Funchal, cidade portuguesa na ilha da Madeira, viajou 7.500 quilômetros pelos mares, no final do século 18, para chegar ao Brasil pouco após Marechal Deodoro da Fonseca proclamar a Republica. “Nunca tive nenhum parente envolvido diretamente com política, mas eles gostavam. Meu pai, que era corretor de imóveis, sempre foi cabo eleitoral de vários prefeitos que ganharam as eleições”.
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Funchal, cidade na Ilha da Madeira, em Portugal, onde nasceu o avô paterno de Josemar Francisco de Abreu, prefeito eleito de Sales |
Trabalho duro desde pequeno
Desde criança, Josemar sempre trabalhou duro e fez de tudo um pouco na vida. Tem formação em magistério para ser professor e é credenciado pelo Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) para exercer a profissão de corretor de imóveis, mas preferiu trabalhos mais pesados na área de construção e transportes. Empreendedor nato. É dono de uma pequena empresa de caminhões que presta serviços para usinas de cana-de-açúcar.
Embora tenha outros carros mais modernos, ele chegou para a entrevista à Folha do Povo dirigindo um Celtinha 2001. O homem simples e humilde não ignora a honestidade, a fraternidade, a solidariedade e a verdade, porque sabe que tais virtudes elevam o seu caráter. E Josemar possui todos esses bons predicados.
O mais votado em duas eleições para Câmara
Sua primeira disputa eleitoral foi em 2004 pelo PSDB para vereador. Ficou em 22º lugar com 24 votos. Em 2008 tentou novamente e praticamente quadruplicou sua votação com 133 votos. Trocou de partido, filiou-se no PSB e foi eleito, nas duas eleições seguintes, como o mais votado nos pleitos de 2012 e 2016.
Neste ano ele achou que já estava em condições de alçar novos voos na vida pública. Se candidatou a prefeito, enfrentando nas urnas outros quatro concorrentes. Sem ajuda do partido, com parcos recursos e gastando muita sola de sapato e gasolina conseguiu se eleger. A vitória foi apertada: apenas 34 votos sobre o segundo colocado. "O importante é que a gente ganhou".
Governo
Josemar disse que não terá nenhum problema para fazer a transição com o atual prefeito, Genivaldo de Brito Chaves, o popular Ni Baiano (DEM), de quem é amigo. “Não tenho problemas de inimizade com ninguém. Fizemos uma campanha bonita e sem agressão".
Com a experiência de ter atuado dois mandatos como vereador, Josemar garante que não irá interferir na escolha do presidente da Câmara. “Vou deixar a critério deles vereadores”, disse, admitindo, no entanto, que se for alguém do grupo que lhe apoiou seria melhor. “Prefeitura e Câmara têm que caminhar lado a lado, sem divergências”, afirma. “Se cada um querer partir para um lado, quem perde é povo”.
Josemar adiantou que poderá fazer algumas mudanças no quadro de assessores. Mas não quis revelar em quais áreas poderá mexer. Disse, no entanto, que não pretende reduzir e nem ampliar a quantidade de secretarias municipais. “Pode até ser que algumas deixemos em aberto sem nomear ninguém, por enquanto”.
Ele sabe que a prefeitura possui 380 funcionários e que será grande a sua responsabilidade não só perante os servidores como para toda a população, composta por cerca de 6.500 habitantes. Entre as prioridades está a melhoria em setores como saúde e educação e o recape de ruas e avenidas. "Recapeamento é uma manutenção que tem que ser feita constantemente".