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A engenheira Cahina explica aos alunos como se faz a implantação das tubulações para interligar as três caixas d'água
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A fossa séptica biodigestora,
além de evitar a contaminação dos rios e córregos, produz adubo orgânico
líquido que pode ser utilizado em lavoras e pomares. Esse e outro benefícios da
prática foram repassados no curso promovido pelo Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)
realizado neste final de semana em Bady Bassitt.
Ao todo, 12 pessoas
participaram do curso, que teve instrução da engenheira agrônoma Cahina de Camillo Silva, que além de ensinar em detalhes
como se construir uma fossa séptica biodigestor, também deu outras dicas, como,
por exemplo, de como manter as orquídeas sempre bonitas e vistosas.
A técnica para a construção
da fossa biodigestora é simples. Consiste em três caixas d’água conectadas
entre si e que são enterradas para manter isolamento térmico. A primeira delas é
ligada ao sistema de esgoto e recebe, uma vez por mês, 20 litros de uma mistura
com 50% de água e 50% de esterco bovino fresco. Esse material, junto com as
fezes humanas, fermenta. A alta temperatura e a vedação das duas primeiras
caixas eliminam os patógenes, os fungos e bactérias. No final do processo, depois
de um mês, o líquido, que vai passando de uma caixa para outra decompondo as
bactérias, estará sem micróbios e pode ser usado como adubo.
O advogado Demis Batista
Aleixo, um dos donos da propriedade rural onde foi realizado o curso e
implantado o sistema, explicou que o curso foi todo custeado pelo Senar. “Além
do adubo, se reaproveita cerca de 3.000 litros de água”, explicou a engenheira,
informando que cada descarga num vaso sanitário consome cerca de 6 litros de
água.
São Paulo é o Estado onde
se 80% do esgoto é tratado. No Brasil a média de tratamento de esgoto é de apenas
52%. “Tem muito ainda a ser feito para possamos atingir 100% de esgoto tratado
em todo o Brasil para se evitar a poluição dos rios e córregos”, informa
Cahina.
O sistema implantado no
sitio da família Batista Aleixo, em Bady Bassitt, é recomendado para atender
uma família com sete pessoas. Em uma das caixas é colocado pedra brita e areia
fina, separadas por uma manta, para que se forme uma espécie de filtro. A água
que sai no final só não é recomendável que se utilize diretamente para molhar
hortaliças. Mas pode perfeitamente ser usada na lavoura de café, algodão e nos
pomares.