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Câmara de Adolfo é que custa mais cara na região para os moradores da cidade. Cada um teve que desembolsar, no ano passado, R$ 230,05 para manter o Poder Legislativo |
Cada morador de Adolfo, independentemente da idade, pagou exatamente R$ 230,05 em 2019 para manter os 9 vereadores e quatro funcionários, que inclui diretor administrativo, agente parlamentar, auxiliar de serviços gerais e um advogado. A conta é do Mapa das Câmaras, divulgado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Segundo o órgão, proporcionalmente entre as câmaras das 13 cidades da área de cobertura da Folha do Povo, a Câmara de Adolfo é que custa mais caro para o bolso dos cidadãos. O orçamento da Câmara prevê R$ 2,3 milhões e gastos de R$ 819,4 mil neste ano. O dinheiro vem do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e dos impostos recolhidos pelos 4.562 moradores da cidade.
O presidente da Câmara de Adolfo, Cleiton Gregório de Souza, o Cleitinho (PSDB), não soube precisar a razão dos gastos elevados. Mas salientou que recentemente o Legislativo adquiriu prédio próprio. “Mas não foi na minha gestão”. O ex-presidente da Câmara, vereador Ricardo Robles, mais conhecido como Ricardo da Fazenda Granada, também do PSDB, argumenta que a Câmara saiu do aluguel para afixar-se em prédio próprio. Disse que o jornal deveria fazer levantamento para saber quantas cidades as câmaras pagam aluguel e aproveitou para criticar o trabalho da imprensa afirmando que "a imprensa tem dado provas de que nunca foi e nunca será imparcial". "Meu reconhecimento vem do povo e não de palavras escritas. Estas se perdem, mas as pesquisas mostram a aprovação que tive".
O Portal da Transparência mostra que cada vereador em Adolfo recebe R$ 1.330,43, o presidente da Câmara, R$ 2.069,56, e o salário de dois servidores ultrapassa a R$ 8 mil mensais. Nova Aliança, cidade com praticamente o dobro de habitantes em relação à Adolfo, o custo per capita da câmara a cada morador é três vezes e meia menos. Foram R$ 70,21 para cada morador aliancense contra R$ 230,04 para os adolfenses. O salário do vereador em Nova Aliança é um pouco maior: R$ 1.509,84 mensais. E o maior salário entre os servidores é de R$ 5.072,17.
O presidente da Câmara de Ubarana, Abiezer Fernandes Brito (DEM), justifica os gastos informando que no ano passado realizou reformas no prédio, melhorou o sistema de segurança com a compra de câmeras e diversos equipamentos de informática. Cada vereador recebe R$ 2.752 mensais e os salários dos seis funcionários varia entre R$ 2.752 a R$ 5.088. Ele também frisa que dispensou os serviços de uma advogada terceirizada e que foi uma das gestões que mais fez devolução de dinheiro, no final do ano, à prefeitura. “No ano passado foram mais de 300 mil reais”.
Ranking
Depois de Adolfo, outras câmaras da região que figuram no ranking das mais custosas proporcionalmente para o bolso dos moradores são Ubarana (R$ 179,00 por morador), Uchoa (R$ 161,80) e Sales (R$ 149,06). Para efeito de comparação, os cerca de 460 mil moradores de São José do Rio Preto pagaram, cada um, R$ 48,52 para manter o Legislativo do município, que tem 17 vereadores.
Os moradores de Adolfo tiveram que desembolsar quase cinco vezes mais dinheiro para manter a Câmara local em comparação com os moradores de São José do Rio Preto.
Bady Bassitt tem quase a mesma quantidade de moradores e vereadores de Potirendaba, 17 mil habitantes e nove vereadores. Só que a Câmara de Bady Bassitt custa 24% mais cara para os moradores da cidade, em comparação com a Câmara de Potirendaba.
Mapa das Câmaras
As informações podem ser obtidas pelo painel, por meio do link www.tce.sp.gov.br/camarasmunicipais. A ferramenta foi desenvolvida, sem ônus para a instituição, pelo Departamento de Tecnologia da Informação (DTI) em conjunto com a Divisão de auditoria Eletrônica de Órgãos Públicos (Audesp). Além de promover a transparência do uso dos recursos públicos e incentivar a população a exercer o controle social dos gastos dos municípios, os dados servem como suporte para auditorias e planejamentos.