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Piauienses desenvolvem respiradores de baixo custo e aguardam aprovação da Anvisa


Após a aprovação, que dura entre 20 a 30 dias, os aparelhos poderão ser produzidos em escala e comercializados


Historicamente é, em momentos de crise, que ideias geniais surgem na cabeça das pessoas. E é o que está acontecendo no Piauí, estado no Nordeste brasileiro com a menor extensão de litoral. Dois projetos para a produção de respiradores de baixo custo foram desenvolvidos pelos piauienses e aguardam homologação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Um dos projetos é o Delta Iung, desenvolvido por fisioterapeutas na Universidade Federal do Delta (UFDPar). Eles criaram um modelo de ventilador mecânico de baixo custo e portátil, para facilitar o transporte tanto em ambulâncias como por dentro dos hospitais.

Outro projeto que aguarda avaliação é o Air Tron, que foi desenvolvido com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da UFDPar. O aparelho é um ventilador mecânico com os requisitos mínimos para ajudar no tratamento da Covid-19.

O fisioterapeuta Kelson Sales, em entrevista para o site do G1 e para a TV Clube do Piauí, informou que o equipamento conta apenas com peças de fabricação nacional, o que ajuda a baratear o produto.  "Tivemos resultado positivo dos testes em pulmão artificial. Vamos fazer o ensaio do protótipo esta semana e na terça-feira encaminhar para homologação da Anvisa. O ventilador será entregue à uma fabricante de equipamentos hospitalares", explicou Kelson Sales. A ideia é de que o aparelho, depois de pronto, deve custar menos de R$ 6 mil.

Preço baixo é o diferencial

O diretor da startup Tron Ensino de Robótica Educativa, Gildario Lima, que trabalha na produção do outro respirador, explicou, também para o site G1 e TV Clube, que o equipamento possui sensores de pressão, fluxo e saturação de oxigênio, além de ventilação controlada e perfis de ventilação assistida. O aparelho foi desenvolvido com supervisão de médicos, fisioterapeutas, infectologistas e engenheiros elétricos.

Segundo o pesquisador, o aparelho pode ser monitorado à distância. O profissional poderá acompanhar o seu uso, já que é possível prever erros e qualquer manuseio incorreto será informado à uma central de monitoramento.

A exemplo do equipamento desenvolvido pela Delta, a principal diferença do Air Tron para os demais respiradores disponíveis no mercado é o preço. Enquanto um respirador industrial custa, no mercado, em média R$ 50 mil, o aparelho piauiense custará cerca de R$ 6 mil. O equipamento pode ser usado em crianças e adultos, inclusive em pacientes com sobrepeso.

Os projetos foram apresentados durante teleconferência, no último sábado (26) ao governador Wellington Dias (PT), que prometeu apoio à pesquisa e produção dos respiradores. O projeto será enviado nos próximos dias para a avaliação da Anvisa e terá documentação aberta para fins filantrópicos. ⠀

"O estado vai dar apoio à pesquisa e produção dos respiradores, através disso, queremos a doação dos aparelhos para a rede de saúde pública do Piauí. Muito orgulhoso com a iniciativa dos piauienses!", declarou o governador.  Após a aprovação, que dura entre 20 a 30 dias, os aparelhos poderão ser produzidos em escala e comercializados.

Fisioterapeutas de Parnaíba (PI) desenvolvem ventilador mecânico de baixo custo — Foto: Kelson Sales/ Arquivo pessoal

Piauienses desenvolvem respirador de baixo custo — Foto: Divulgação/UFPI

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