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Tancredo Neves foi eleito presidente da República no Brasil por um colégio eleitoral, mas não pode tomar posse porque ficou gravemente doente na véspera |
Neste 21 de abril também
completa 35 anos da morte de Tancredo Neves, presidente da República eleito mas
não empossado. Natural de São João Del Rei, no sudeste de Minas, se formou em
Direito e ingressou na vida pública aos 25 anos de idade, quando se elegeu
vereador em sua cidade natal.
Antes de ingressar no
Direito, Tancredo tentou fazer Engenharia em Ouro Preto, mas desistiu porque não gostou do
estilo de vida da cidade. Depois tentou ingressar na Escola Naval no Rio de
Janeiro, mas não foi aprovado. Em seguida, tentou ingressar na Faculdade de
Medicina, mas também fracassou.
Em 1937 foi eleito
presidente da Câmara. Foi acusado por opositores de legislar em causa própria
para beneficiar suas atividades empresariais. Com o advento do Estado Novo foi
preso e solto dois dias depois, mas o
cargo foi extinto. Lutou e participou de movimentos contra Getúlio Vargas, de
quem mais tarde viera a ser ministro. Uma década depois se elegeu deputado
estadual. Em 1950 se elegeu deputado federal pela primeira vez. A partir de
1953 exerceu os cargos de ministro da Justiça e Negócios Interiores até o
suicido de Getúlio Vargas.
De Getúlio, Tancredo
ganhou uma caneta tinteiro, Parker-21, que atualmente pertence ao seu neto, o
também ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Conta-se que pouco antes de
se matar, Getúlio despede-se de Tancredo, então ministro da Justiça, dando a
ele a caneta tinteiro de ouro e diz, ao subir as escadas do Palácio do Catete: “Para
o amigo certo nas horas incertas”.
Tancredo foi reeleito deputado
federal em 1954 e passou a ocupar cargos de direção no Banco de Crédito de
Minas Gerais e do Banco do Brasil. Foi secretário das Finanças em Minas Gerais
e concorreu, sem sucesso, ao governo em 1960. Perdeu as eleições para Magalhães
Pinto. Com a instauração do regime parlamentarista, logo após, a renúncia de
Jânio Quadros, foi nomeado primeiro-ministro do Brasil, durante o governo de
João Goulart.
Apesar de ter sido amigo e
primeiro-ministro de João Goulart, Tancredo não teve seus direitos políticos
cassados durante o Regime Militar, devido a sua aproximação constante junto aos
militares, que entenderam que ele não causaria perigo ao País.
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Reelegeu-se deputado
federal em 1966, 1970 e 1974. Fez duras críticas à influência dos Estados
Unidos no golpe de 1964. Em 1978 foi eleito senador por Minas Gerais e fundou o
Partido Popular (PP). Em 1982 voltou a se filiar no PMDB e se elegeu governador
em Minas Gerais.
Em 1984 aceitou a proposta
de se candidatar presidente da República e foi eleito pelo voto indireto de um
colégio eleitoral. No entanto, adoeceu gravemente na véspera da posse. Ficou
internado por várias semanas e faleceu no dia 21 de abril, aos 75 anos.
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Tancredo no dia de sua eleição no Congresso Nacional, em Brasília |
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O corpo de Tancredo Neves sendo velado no salão do Palácio do Planalto, em Brasília |
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Trancredo foi um dos grandes articuladores da candidatura de Juscelino à presidente da República |
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Brasil